Inclusão e Ferramentas de Tecnologia da Informação é o tema da palestra que os professores da UFMG Wagner Meira Junior e Regina Alves da Silva realizam nessa quarta-feira, dia 14, em Brasília, a convite da Diretoria de Tecnologia da Informação de Administração da Presidência da República.
Wagner e Regina Helena coordenam, na Universidade, o projeto Tamanduá e o Grupo de Pesquisa Centro de Convergência de Novas Mídias - CCNM, respectivamente. A exposição ocorre no auditório do Anexo I da Presidência da República, das 14h30 às 18h, e os pesquisadores pretendem abordar o papel das tecnologias de informação e comunicação (TIC) na definição de políticas públicas abertas à inclusão digital cidadã.
"Devemos deixar de pensar a internet apenas como recurso tecnológico e olhar para sua dimensão de rede social", diz Regina Helena. Em sua exposição, a professora pretende refletir sobre esse tema, abordando também como as TIC podem imprimir nova relação entre a sociedade e o Estado. "Precisamos saber como essas tecnologias estão sendo usadas para uma série de políticas públicas, como o governo eletrônico, e a maneira que as pessoas se apropriam desses recursos", ressalta.
Ainda de acordo com Regina Helena, democracia, cidadania e inclusão social são questões centrais que devem ser observadas nesse processo. Doutora em História Social pela USP, a pesquisadora é professora do departamento de História. No Centro de Convergência de Novas Mídias da Universidade, coordenado por ela, estão em andamento projetos como a Rede de Inclusão e Letramento Digital ( Rede.lê), Cartografias Urbanas e Desenvolvimento de Games.
Outra linha importante sobre a questão será abordada em Brasília pelo professor do departamento de Ciência da Computação (DCC) do ICEx, Wagner Meira Junior. Ele deverá apresentar a experiência de uso da ferramenta de governança eletrônica Tamanduá em vários órgãos públicos. O software, por meio de mineração de dados, consegue extrair informações novas a partir de grandes massas de dados, disponíveis em bancos da adiministração pública.
Por meio dele, é possível cruzar informações sobre aquisições, em diversas modalidades, efetuadas pelo governo, e saber se os procedimentos contém alguma irregularidade. "Em geral, essa área de inteligência de negócios é dominada por multinacionais e os softwares são muito caros", diz Meira, doutor em Ciência da Computação pela University of Rochester. De acordo com o professor, por esse motivo, quando o gestor público não investe nesse segmento.
"Tamanduá, na condição de software livre, permite ao adminsitrador público identificar quais são seus problemas e suas demandas como os dados minerados e a disponibilidade e capacitação de técnicos para realizar esse trabalho especializado", explica o pesquisador.
Tamanduá já foi implementado nos ministérios do Planejamento e da Saúde, no Tribunal de Contas da União, na secretaria estadual de Planejamento e na Auditoria Geral do Estado. A partir do convite feito pela Diretoria de Tecnologia da Informação de Administração da Presidência da República, outros setores do governo federal poderão conhecer as experiências desenvolvidas pela UFMG, o que deverá ampliar oportunidades para aplicação dessas ferramentas e metodologias.