Universidade Federal de Minas Gerais

Felipe Zig
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Sérgio Danilo Pena comentou as contribuições científicas de Darwin

Conferência de Sérgio Pena discutiu contribuições das teorias de Charles Darwin

terça-feira, 22 de maio de 2007, às 15h13

Uma retrospectiva crítica das investigações científicas sobre a evolução humana marcou a primeira conferência comemorativa dos 80 anos da UFMG. Darwin: a viagem do Beagle e as novas estratégias da pesquisa e do conhecimento foi o tema discutido pelo geneticista Sérgio Danilo Pena, professor do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, em palestra realizada, na manhã desta terça-feira, 22, no auditório da Reitoria.

Antes da conferência, o professor Antônio Carlos Leite Brandão, presidente do Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares (Ieat), responsável pela organização das palestras, apresentou as atividades e realizações do setor nos últimos anos. "O Instituto investe em excelência na pesquisa. Ele é fundamental pela ligação entre o transdisciplinar e o avançado", ressaltou, ao frisar que o Ieat busca permanente "diálogo com o rigor, o realismo e a utopia".

Ao longo do dia, além da palestra de Sérgio Pena, outros três pesquisadores - Francisco Marinho, da Escola de Belas-Artes, Júnia Furtado e Neuma Aguiar, da Fafich -, vinculados ao Programa Professor Visitante do Ieat, falaram ao público da Universidade. (veja reportagem)

Charles Darwin
A conferência de Sérgio Danilo Pena pode ser considerada uma viagem no tempo a partir de elementos da teoria de evolução das espécies do naturalista britânico Charles Darwin (1809-1882). A jornada proposta pelo pesquisador do ICB inicia-se em 1831, quando Darwin parte em viagem cartográfica a bordo do navio Beagle, e se encerra com as contribuições do conceito de seleção natural para uma série de atividades - e reflexões - do homem moderno.

Contudo, antes de detalhar a importância do ideal darwiniano de seleção natural, Sérgio Pena resgatou, de Joseph Campbell, o conceito de monomito capaz de explicar a atitude "heróica" de Darwin, do embarque no Beagle ao retorno à terra firme com um importantíssimo "elixir" nas mãos. "Mas afinal, o que fazia aquele jovem de 22 anos a bordo de um navio em expedição cartogrática?", pergunta Pena, para, em seguida, dar a solução: o jovem Darwin era a companhia ideal para seu mentor no navio, o comandante Robert Fitzroy, que sofria de problemas psíquicos.

O "elixir" a que Sérgio Danilo Pena se refere diz respeito à idéia de seleção natural. "Esse é a grande contribuição de Darwin, que não possuía teoria completa da evolução das espécies", ressalta, ao lembrar que tal tarefa já havia sido pensada, de forma mais elaborada, por Mendel, por exemplo. Posteriormente, os estudos da área culminam com o chamado neo-darwinismo, elaborado por cientistas como Ronald Fisher, JBS Holand e Sewall Wright.

Fundamentalismo
"Darwin era um pluralista evolucionário. Hoje, ao contrário, há fundamentalistas que se aproveitam de suas teorias", explica Sérgio Pena. Para exemplicar tal "fundamentalismo", o pesquisador mostrou reportagem da revista Veja, em que a teoria de Darwin é tomada, simplicadamente, como mero conflito entre homens, e em épocas diversas. "Isso é baboseira", ironizou, para, em seguida, lançar pergunta seminal à compreensão da seleção natural: "Há provas capazes de confirmá-la?".

Prova fundamental do conceito central de Darwin foi revelada, segundo Pena, através do Projeto Genoma Humano, que mostrou, através de genômica comparativa, o sistema similar de genes entre diversas espécies diferentes. "Apesar disso, pesquisa recente revelou que, nos Estados Unidos, menos de 40% acreditam na veracidade das teorias de seleção natural", disse, ao lembrar a gravidade de tal constatação.

Deus
Ao fazer analogia com outra área do conhecimento, Sérgio Pena também lembrou que um dos principais nomes da física, Isaac Newton recorreu a Deus para explicar a possibilidade do sistema solar. "Posteriormente, Pierre Simon, Marques de Laplace, prova como era possível o equilíbrio entre os astros", completou.

Na biologia, Willian Paley retoma Deus para explicar a complexidade do corpo humano. "Deus não era necessário para a física, mas passou a explicar a biologia", contou, ao ressaltar que, com sua teoria da seleção natural, Darwin revelou, ao contrário, o quanto a ciência não necessitaria do auxílio divino.

Aplicações
Na última parte final de sua conferência, Sérgio Danilo Pena comentou as aplicações, em diversas épocas, do conceito darwiniano de seleção natural. Neste ponto, analisou perigosas interpretações, como as teorias de Ernst Haeckel (1834-1919), que, absorvidas por Hitler, serviam de subsídio a uma série de preceitos nazistas, e contribuições eficazes, das pesquisas contra o vírus da AIDS ao "desenho" de novos fármacos.

Como contribuição "transdisciplinar" do principal conceito de Darwin, Sérgio Pena citou o químico Linus Pauling para revelar como a seleção natural pode se expandir a a outras formas de reflexão. Quando perguntado sobre como ter uma boa idéia, Pauling dizia: "É preciso ter um montão de idéias. Com o tempo, as boas ficam, e as ruins são jogadas fora". Eis, segundo Pena, os reflexos de um dos mais importantes princípios do famoso autor de A origem das espécies.

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