O longa-metragem Fronteira, dirigido e adaptado pelo professor da Escola de Belas Artes da UFMG, Rafael Conde, venceu o Prêmio da Academia Brasileira de Letras destinado a Roteiros de Cinema 2009. O filme, que retrata os mistérios e subjetividades das fazendas do interior mineiro, é uma adaptação do primeiro livro de Cornélio Penna (1896-1958), escritor nascido no Rio de Janeiro, que viveu sua infância em Itabira. O prêmio será entregue no dia 23 de julho, em cerimônia especial, na sede da Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro. Rafael Conde é o primeiro cineasta mineiro ganhador do ABL de Cinema, premiação criada em 2006, a partir da proposta do acadêmico Nelson Pereira dos Santos, destinada a roteiro cinematográfico adaptado de obra literária. A comissão julgadora do prêmio em 2009 foi integrada por Nelson Pereira dos Santos, Carlos Heitor Cony e Luiz Paulo Horta. De acordo com a Academia Brasileira de Letras, dentre dez candidatos inscritos, Rafael Conde recebeu o prêmio por reproduzir traços da mineiridade presentes no romance homônimo de Comélio Penna, inovando a linguagem cinematográfica. Paixão e fé O clima de mistério foi favorecido pela névoa que constantemente cobre a cidade de Conselheiro Lafaiete, onde foi feita a maior parte das filmagens. A equipe passou cinco semanas num casarão de 40 cômodos, na Fazenda Água Limpa. Paisagens de Ouro Preto, Ouro Branco e Catas Altas também estão presentes no filme. Leia mais sobre o filme em duas matérias publicadas pelo Boletim UFMG. Uma em 2006 e a outra no ano passado.
Fronteira retrata a história da jovem Maria Santa (Débora Gomez), tida como milagreira, que tem sua vida perturbada pela intensa paixão por um viajante (Alexandre Cioletti) e pela chegada de Tia Emiliana (Berta Zemel), interessada em administrar sua fama. A história corre segundo a lógica descontínua dos sonhos, deixa segredos intocados e não define limites entre realidade e imaginação, sanidade e loucura.