Universidade Federal de Minas Gerais

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Iijima: nanotubo em foco


Sumio Iijima, 'descobridor' dos nanotubos de carbono, tem agenda aberta ao público na UFMG

quinta-feira, 16 de setembro de 2010, às 9h44

O físico japonês Sumio Iijima, considerado o “pai” dos nanotubos de carbono faz palestra aberta ao público na UFMG no próximo dia 27 de setembro. O workshop será às 9h, no auditório 3 do ICEx. Iijima é da Meijo University, de Nagoya, e dirige o Research Center for Advanced Carbon Materials, ambos no Japão.

Sua vinda à UFMG decorre de agenda acadêmica com pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Nanotubos de Carbono, cuja coordenação nacional está a cargo da UFMG, por meio do professor Marcos Pimenta, do Departamento de Física. Além de referência na pesquisa e produção de nanotubos para a comunidade científica no país, a Universidade pretende instalar Centro de Tecnologia de Nanotubos no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-Tec).

O evento no ICEx contará com outras dez palestras de professores da UFMG e pesquisadores do CDTN e do Instituto para o Desenvolvimento de Empresas de Base (IEBT).

Em 1991, Sumio Iijima descreveu pela primeira vez a existência de moléculas de carbono com propriedades especiais. O trabalho foi publicado no mesmo ano pela revista Nature sob o título Helical microtubules of graphite carbone e gerou grande repercussão mundial.

Por esta descoberta, Iijima recebeu vários prêmios, dentre eles a medalha Benjamin Franklin em 2002 e o prêmio Kavli para nanociência em 2008.


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Aplicações
A aplicação industrial dos nanotubos alcança as áreas de energia, eletrônica, medicina e indústrias química e petroquímica. Com estrutura cilíndrica formada por átomos de carbono, o diâmetro dessas moléculas corresponde a bilionésima parte do metro (um nanômetro). Essa característica lhe assegura propriedades diferenciadas de resistência mecânica e condutividade elétrica e térmica. A simples adição de 0,5% de nanotubos em determinados materiais pode aumentar sua resistência em até 20 vezes.

“Grande parte da produção hoje se destina ao revestimento de carcaças plásticas de componentes eletrônicos produzidos na Ásia. A introdução de nanotubos nos plásticos dissipa as imensas cargas estáticas desses componentes”, explicou o professor Marcos Pimenta, em reportagem da edição 1699 do Boletim UFMG sobre a instalação do Centro de Tecnologia de Nanotubos. O uso industrial, no entanto, é bastante recente, e poucas empresas lideram a produção mundial dos nanotubos e de suas aplicações. “Até muito recentemente, os nanotubos de carbono estavam disponíveis em quantidades limitadas e a preços exorbitantes. Hoje, já é possível obtê-los em volumes maiores”, observou o professor.

Ainda de acordo com Pimenta, o salto decorreu sobretudo da expansão de investimentos em pesquisa sobre o material. Apenas os Estados Unidos aplicaram US$ 8 bilhões na área de nanotecnologia, em 2008. Com o aumento da produção no mercado, a previsão é que o custo entre em movimento de queda nos próximos anos. “Isso permitirá às mais diversas indústrias a exploração de novos mercados por meio de produtos combinados com nanotubos de carbono”, projeta o professor da UFMG.

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