Universidade Federal de Minas Gerais

Pesquisadores da Fafich participam de simpósio sobre psicologia política em São Paulo

sexta-feira, 5 de agosto de 2011, às 8h03

Os professores Cornelis Johannes Van Stralen, Marco Aurélio Prado e Claudia Mayorga, da Fafich, participam na próxima semana (10 a 13 de agosto) do 6º Simpósio Brasileiro de Psicologia Política, que será realizado na Universidade de São Paulo (USP). O evento aceita inscrições até 9 de agosto.

O encontro tem como tema geral Perspectivas e desafios da psicologia política no Brasil, e serão discutidas questões como ações coletivas e movimentos sociais; ambiente, saúde coletiva e espaço público; comportamento eleitoral e marketing político; memória coletiva, violência política e direitos humanos; e gestão, políticas públicas e inclusão social.

A promoção é da Associação Brasileira de Psicologia Política (ABPP), que completa dez anos, em parceria com o Grupo de Pesquisa em Psicologia Política, Políticas Públicas e Multiculturalismo da USP. Conheça a programação.
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Nesta entrevista ao Portal UFMG, Cornelis van Stralen – psicólogo, doutor em sociologia e política pela Universidade de Utrecht, na Holanda – explica o que é a psicologia política e fala da abordagem de sua participação no simpósio.

Do que trata a psicologia política?
Ao falar do tema, tendemos a recorrer a definições clássicas: é a disciplina que utiliza teorias psicológicas para investigar o comportamento político, tanto dos políticos como de outras pessoas ou grupos (por exemplo, estudos sobre eleitores, sobre campanhas que procuram influenciar eleitores, mudanças de atitudes e identidades políticas etc.). Entretanto, na realidade é uma disciplina mais complexa, porque é interdisciplinar e porque a política vai muito além do comportamento dos políticos e dos eleitores. Vamos encontrar neste campo pesquisadores com um olhar mais psicológico e outros com um olhar mais da ciência política.

As diversas disciplinas da área de ciências humanas e ciências sociais delimitaram na primeira metade do século 20 seu campo específico através da definição do objeto e da metodologia. Entretanto, à medida que as sociedades modernas têm se tornado bem mais complexas as fronteiras entre as diversas disciplinas tornaram-se difusas, e isto vale ainda mais para disciplinas interdisciplinares como a psicologia social e a psicologia política. Pesquisadores da psicologia política tendem recorrer a várias abordagens para compreender e analisar fenômenos políticos, incluindo as da sociologia, antropologia, economia etc. De outro lado, fenômenos políticos nem de longe se reduzem a comportamentos de políticos e eleitores.

Quais são as diferenças entre as abordagens no Brasil e em outros países?
A psicologia política no Brasil tem algumas especificidades. Nos Estados Unidos o campo surge após a Segunda Guerra Mundial e procura inicialmente compreender como o fascismo e o nazismo conseguiram se impor, investigando a personalidade de lideres, nacionalismo, etc., e como fortalecer a democracia representativa. No Brasil e em outros países latino-americanos a psicologia política surge no seio da psicologia comunitária, voltada para a conscientização e mobilização das classes populares. Assim, o tema do comportamento eleitoral ganhou atenção apenas na década de 1980, no momento de transição política.

Quais são os temas que têm recebido mais atenção?
Movimentos sociais, a luta de minorias (afro-descendentes, mulheres, comunidade LGBT). Mais recentemente, as políticas públicas, como espaços de participação e inclusão social.

A psicologia política está bem localizada nos departamentos de psicologia?
A psicologia política brasileira se encontra inserida no campo da psicologia, ainda que seus pesquisadores tenham um olhar muito diferente da grande maioria dos colegas da psicologia. Ela se distingue da ciência política por estar voltada muito mais para compreender, investigar e intervir nas ações e processos políticos. Na área da ciência política, a psicologia política é praticamente ausente.

Como a área se fortaleceu na UFMG?
Um grupo de pesquisa então mais voltado para políticas de saúde transformou-se em Núcleo de Psicologia Política com a chegada do Marco Aurélio Prado, em 2003. É importante lembrar que na década de 1990 ocorreram dois seminários de psicologia política na Fafich, organizados por estudantes.

Qual será sua abordagem no simpósio de São Paulo?
Vou participar de duas mesas-redondas, com participação de pesquisadores brasileiros e estrangeiros: uma sobre psicologia e políticas públicas e outra sobre Estado, esfera pública e participação política. Farei uma abordagem multidisciplinar, que destaca que políticas implicam lutas discursivas permanentes sobre a definição e as categorias de problemas, a interpretação conceitual, a interpretação de experiências compartilhadas, as ideias e representações que orientam as pessoas nas suas ações. As lutas discursivas incluem também as retóricas da política, a linguagem técnica e as formas de seleção e análise de problemas, como interpretações de senso comum. As fontes desta abordagem são várias: analise linguística, pós-estruturalismo, teoria crítica, pragmatismo americano etc.

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