Universidade Federal de Minas Gerais

Luiza Bongir
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Dorgival: internet de coisas e segurança na nuvem desafiam cientistas da computação

Desafios da internet orientam discussões de simpósio de redes de computadores em Ouro Preto

segunda-feira, 30 de abril de 2012, às 5h59

Ouro Preto recebe, a partir de hoje, cerca de 800 cientistas da computação no Simpósio Brasileiro de Redes de Computadores e Sistemas Distribuídos, organizado pelo Departamento de Ciência da Computação da UFMG, com apoio da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). Até sexta-feira, figuras como Scott Schenker, da Universidade da Califórnia em Berkeley, Christophe Diott, cientista-chefe da Technicolor de Paris, Deep Medhi, da Universidade de Missouri, e Vint Cerf, considerado um dos pais da internet, discutirão o presente e o futuro das redes.

Conceitos como “internet das coisas” e “cidades inteligentes” e desafios como a segurança da chamada computação em nuvem são alguns dos vários temas em discussão no Simpósio, como relata um dos coordenadores do evento, o professor Dorgival Guedes, nesta entrevista ao Portal UFMG.

Que temas serão tratados no simpósio?
Dentro da área de redes, vários aspectos serão discutidos, e um dos eixos principais é o que chamamos de “internet de coisas”. Essa ideia está associada ao fato de que nos próximos anos teremos mais equipamentos ligados à internet do que pessoas. Precisamos desenvolver tecnologias para dar conta de um cenário em que a nossa geladeira, o portão do nosso prédio e a energia que consumimos manterão interfaces com a internet. Outra tendência é a chamada internet do futuro, que certamente será diferente da que conhecemos hoje.

Em que sentido?
Novas demandas surgirão. Além de todos esses aparelhos que vão se ligar pela internet, as pessoas, cada vez mais, vão querer assistir a vídeos sob demanda. Portanto, a internet de coisas e a chamada computação de nuvem colocam novos desafios para quem trabalha com rede. No caso da nuvem, hoje se usa um editor de texto do Google que está em algum lugar, mas não se sabe onde. E esse tipo de questão que precisa ser enfrentado.

A questão da computação em nuvem não chega a ser exatamente um assunto novo. Haverá alguma abordagem diferente este ano?
Computação em nuvem ainda envolve muitos problemas, e dois temas estão surgindo: um é a relação da nuvem com o aumento do volume de dados. Armazenar essa massa de dados e movê-la de um lugar para outro é problemático. O minicurso que será oferecido no Simpósio vai tratar especificamente disso. Outro aspecto que vem ganhado destaque é a questão da segurança de rede associada com computação na nuvem. Há também um conceito novo que é a rede orientada pelo conteúdo. Hoje, as pessoas dizem: “Ah, eu quero acessar o site x, eu quero acessar o youtube, o facebook, o uol”. Uma das coisas que se discute é como mudar essa forma de navegar, passar da lógica do espaço para a do conteúdo. O internauta quer resolver esse problema, precisa de determinada informação, mas não importa quem vai atendê-lo. Precisa-se então de um grande diretório que vai levá-lo para onde está aquele assunto – isso é a rede orientada a conteúdo.

Um dos problemas parece ser a criação de novo modelo de arquitetura de trânsito de dados na web...
É um problema sob vários aspectos. Tem a questão da privacidade, há problemas legais relacionados com o que pode e não pode e entraves técnicos de como se deve lidar com esse volume de tráfego que está começando a aparecer. Imagina se todo mundo passar a usar o seu celular pendurado com uma camerazinha mostrando tudo o que está fazendo o dia inteiro. Algumas pessoas já fazem isso. Criar a infraestrutura para dar conta dessa pressão é um desafio: como a gente usa isso? O volume de informações na internet é gigantesco. Como achar o que se quer? O Google hoje resolve o problema, mas quando você estiver procurando por vídeo, quando precisar de uma informação mais subjetiva em um universo cada vez maior, vai começar a ficar difícil achar as coisas. Procurar também é um problema. Mas, do ponto de vista da comunidade de rede, o maior desafio é transportar as informações, deixá-las disponíveis em qualquer lugar. O Brasil sofre para levar esse tráfego para todo mundo; nos grandes centros, tem-se uma conectividade razoável, ainda que muito aquém da dos países desenvolvidos em termos de eficiência, mas em algumas lugares a internet simplesmente não chega.

A questão da segurança da informação é outro tema que preocupa muito as corporações, empresas e o próprio Estado...
Do ponto de vista de redes, essa questão está associada à garantia de que as informações que você fornece serão preservadas. Exemplo: que certeza eu tenho que os meus dados bancários não serão acessados sem a minha permissão ou como estarei seguro de que o banco não vai deixar ninguém sacar dinheiro no meu nome? Esse é o lado da confiança que se tem no provedor e, sob esse aspecto, temos soluções razoavelmente estabilizadas. A questão é entender como essa informação flui entre os lugares e dispor de maior controle do seu computador. Nesse sentido, haverá painel para discutir como o Brasil se posiciona quanto à segurança da informação, o que vai ser legislado a esse respeito e, como já adiantei, um curso para tratar da segurança dentro da nuvem. Hoje, as pessoas postam informações no Facebook sobre suas ações, mas elas têm um e-mail corporativo. E aí alguém descobre que ela trabalha na empresa A, mas o Facebook a mostra consumindo um produto de uma companhia B, o que põe em risco até o emprego dela. Determinar como a informação é tratada ainda é uma questão em aberto que também vai ser discutida no evento.

O Anonimous ganhou notoriedade por atacar grandes corporações, através da nuvem. Como um grupo de hackers consegue invadir uma empresa do porte da Sony Music e liberar vários arquivos privados para download?
A Sony é exemplo de uma empresa muito grande que talvez não tenha dado a devida atenção à questão da segurança. Existem dois lados para esse problema: um é técnico, o outro, comportamental. Porque a Sony foi invadida? Provavelmente porque houve um problema comportamental ali, seu planejamento de segurança não foi bem feito. Eles não deram a devida importância a um computador que tinha acesso àquela informação. Hoje em dia, é possível oferecer um nível de segurança muito grande a certos dados, mas obviamente isso tem um custo, e não é só financeiro. Há também um custo de outra natureza, porque, quanto mais segura uma informação, menos flexibilidade se tem para usá-la de outra forma.

Haverá um painel sobre as cidades inteligentes. Em que consistem essas redes?
Cidades Inteligentes guardam alguma ligação com o conceito de internet de coisas. Hoje já existem câmeras monitorando o trânsito em vários lugares da cidade, ônibus com GPS, concessionárias de energia com medidores de energia inteligentes instalados em muitos pontos. Daqui a pouco será possível escolher de onde se quer comprar energia. E a ideia de cidade inteligente envolve a criação de redes capazes de interligar informações sobre consumo de energia, clima, tráfego, circulação de pessoas, enfim, baseia-se na oferta de um aparato de informações sofisticadas que permitirão ao cidadão viver melhor na cidade.

O simpósio trabalha com temas de vanguarda na ciência da computação. O Brasil e, em especial a UFMG, está atrasado ou, de alguma, conseguimos acompanhar esses avanços que são observados nos principais centros?
É difícil dizer com certeza, mas imagino que estamos acompanhando bem. Especialmente quando olhamos para as comunidades de redes de computadores distribuídas no Brasil. Hoje, estamos muitos mais inseridos na comunidade internacional, com certo grau visibilidade, do que no passado. No caso da UFMG, temos no Departamento de Ciência da Computação vários grupos da área de redes que estudam parte desses problemas. Temos um pessoal trabalhando com a internet de coisas e rede de pessoas, um grupo grande aqui, talvez o mais sólido do departamento nessa área. Aqui se trabalha, por exemplo, com a criação de redes entre robôs na indústria petrolífera. Um grupo atua no campo, na extração, e o outro se encarrega dos mapeamentos, e esses dois lados têm que se comunicar. Também contamos com uma linha de serviços multimídia para estudar, por exemplo, como as pessoas hoje acessam o youtube e tentar prever de que modo esse acesso vai evoluir, como as demandas vão crescer ao longo do tempo, ou como precisamos melhorar a rede para dar conta do novo.

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