A manhã desta quinta-feira representou um marco para a sustentabilidade ambiental na UFMG, com a inauguração no quarteirão 10 (projetado no campus Pampulha para ser completamente sustentável) da Plataforma de Metanização de Resíduos Orgânicos da UFMG, denominada pMethar. Trata-se de uma instalação com capacidade para processar todo o resíduo orgânico gerado pelos restaurantes da Universidade e transformá-lo em energia e fertilizante, a serem revertidos para uso da própria Universidade. O pMethar é um projeto que vem sendo desenvolvido há mais de três anos, resultado de uma parceria entre a Escola de Engenharia e a Methanum Resíduo e Energia, empresa focada em desenvolvimento tecnológico e inovação que atua especificamente na associação do tratamento de efluentes e dos resíduos orgânicos à geração de energia. O projeto conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), do CNPq, da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), do Governo do Estado de Minas Gerais e do Ministério das Cidades, por meio da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (SNSA). Representantes dessas entidades se reuniram nesta manhã na Escola de Engenharia para a inauguração da Plataforma e, em seguida, seguiram para uma visita às suas instalações. A cerimônia contou com a participação do reitor da UFMG, professor Clélio Campolina, do diretor da Engenharia, professor Benjamin Rodrigues de Menezes, do vice, Alessandro Fernandes Moreira, da presidente da Feam, Zuleika Stela Chiacchio Torquetti, do presidente da Fapemig, Mario Neto Borges, do professor Carlos Augusto Chernicharo, do departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, e de Luis Felipe Colturato, diretor executivo da Methanum. Marco “É um projeto de imensurável importância socioambiental para Minas Gerais. Já para a escola, há uma importância maior ainda no que diz respeito a pesquisas, produtos e patentes”, destacou. O reitor Clélio Campolina chamou a atenção para o fato de que tal projeto só se tornou viável devido à mudança da sede da Escola de Engenharia para o campus Pampulha, opinião compartilhada por Benjamin, e destacou a relevância da parceria formada entre a universidade e a Methanum. “Estou convencido de que instituições públicas e privadas precisam trabalhar juntas para conseguir atender aos interesses nacionais”, marcou. A respeito da atuação da Escola de Engenharia no campus Pampulha, Benjamin lembrou que a Unidade é uma das escolas que mais desenvolvem projetos sociais na UFMG. “De forma que inaugurações como essa só reiteram a importância da transferência para o campus, o que criou a infraestrutura e a condição ambiental necessárias para que projetos assim pudessem ser realizados”. Sintonia Zuleika, por sua vez, ressaltou a sintonia do projeto com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que determina que a partir de meados de 2014 sejam dispostos em aterros sanitários apenas os materiais cujas possibilidades técnicas e econômicas de tratamento estejam esgotadas. “Há muita preocupação com a parcela reciclável do lixo urbano, mas pouca reflexão, pouco estudo, pouco investimento na questão do resíduo orgânico – que é hoje o grande problema das prefeituras. Nesse sentido, pensando na Política Nacional de Resíduos Sólidos, é um projeto importantíssimo. Tratar o lixo não é fácil nem barato”, lembrou. O presidente da Fapemig também falou sobre as possibilidades internacionais para o projeto. “Nós, da Fapemig, tivemos recentemente uma interação com universidades do Reino Unido voltada para o tema do baixo carbono. E percebi aqui hoje, a partir da apresentação do professor Carlos Chernicharo, a possibilidade de interação da pMethar com muitos projetos que estão acontecendo por lá”, finalizou. Centro de excelência Chernicharo destacou que o projeto tem como meta a criação de um centro de excelência e de inovação em ensino, pesquisa, difusão e demonstração de tecnologias de baixa emissão de carbono. “Baseado em programas multidisciplinares de pesquisa aplicada, o Q10 visa à produção e transferência de conhecimento integrado nas áreas de água, esgoto e energia”. O quarteirão fica entre o Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), o Colégio Técnico (Coltec) e a Escola de Engenharia, e já conta com um Plano Diretor para sua ocupação. “São previstos dois polos. O primeiro consiste em uma infraestrutura geral de edificações e instalações, com três blocos. O segundo, onde a Plataforma está instalada, compreende um polo de energia e de utilidades", finalizou.
O diretor da Escola de Engenharia destacou que o Q10, somado à pMethar, certamente se tornará um marco da gestão 2010-2014 da UFMG. “É um projeto que foi executado pela administração com todas as características com que foi projetado, e que conta com a participação de praticamente todas as áreas da engenharia e de várias outras da administração da Universidade. Até pelo aspecto arquitetônico o projeto poderia concorrer a prêmios”, enfatizou Benjamin.
Zuleika Torquetti e Mario Neto Borges destacaram a sinergia do projeto. “Na Fapemig, temos a preocupação de usar o critério da relevância na hora de escolhermos os projetos que vamos apoiar. O tratamento do resíduo é uma questão fundamental. E, mais do que tratar, aqui estamos falando de transformar esse resíduo de forma a gerar outros benefícios. É uma iniciativa brilhante”, destacou Borges.