Na próxima terça-feira, 10, a UFMG recebe os pesquisadores Frederico Graeff e Hélio Zangrossi, da USP Ribeirão Preto. Eles debaterão, juntamente com professores da Universidade, as pesquisas e a prática clínica relacionadas à ansiedade e ao transtorno do pânico. A mesa-redonda será coordenada pelos professores do programa de Pós-Graduação em Neurociências, do Departamento de Bioquímica e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, Angela Maria Ribeiro e João Vinícius Salgado. O evento é aberto ao público, não exige inscrição prévia e será realizado no auditório A2, localizado no segundo andar do CAD I, a partir das 15h. Os professores Frederico Graeff e Hélio Zangrossi integram o Núcleo de Pesquisa sobre Neurobiologia das Emoções, do Instituto de Neurociência e Comportamento da USP. Atuam, principalmente, no campo da neuropsicofamarcologia e são reconhecidos pela comunidade científica internacional por sua contribuição para compreensão das bases neurobiológicas da ansiedade e do transtorno do pânico. Frederico Graeff vai abordar a interação serotonina-opioides na matéria cinzenta periaquedutal em relação ao pânico. O professor lembra que, para explicar a vulnerabilidade dos pacientes de pânico a ataques foram propostas duas hipóteses: a da deficiência de serotonina e a da falta de opioides endógenos. (Veja entrevista com o professor Graeff, no Portal UFMG, em 2011). "Resultados de estudos recentes obtidos em dois modelos animais em situação de pânico permitem reconciliar essas hipóteses, porque mostram que a serotonina e opioides endógenos interagem na matéria cinzenta periaquedutal, que regula reações de defesa a perigos iminentes e ataques de pânico”. Ainda segundo Zangrossi, trabalhos recentes do grupo de pesquisa mostram o papel diferencial de distintas populações neuroniais do NDR na modulação desses comportamentos. Nesta apresentação serão discutidas as implicações dessas descobertas para o entendimento da fisiopatologia da ansiedade generalizada e do pânico.
O professor Hélio Zangrossi abordará O papel das diferentes subáreas do núcleo dorsal da rafe na modulação de comportamentos defensivos associados à ansiedade e ao pânico. "Inúmeras evidências mostram que a serotonina desempenha papel crítico na fisiopatologia e no tratamento farmacológico de transtornos de ansiedade, como o de ansiedade generalizada (TAG) e do pânico (TP). O núcleo dorsal da rafe (NDR) é a principal fonte de neurônios serotonérgicos que inervam áreas encefálicas envolvidas na geração/modulação de comportamentos defensivos associados à ansiedade e ao pânico", detalha o professor.
O debate será encerrado com o psiquiatra e professor do Programa de Neurociências da UFMG João Vinícius Salgado, que abordará o transtorno do pânico sob a perspectiva da prática clínica.