O Seminário Ieat 2015 foi aberto na manhã de hoje, em evento no auditório da Reitoria. O diretor do Instituto de Estudos Avançados e Transdisciplinares da UFMG, professor Estevam Barbosa de Las Casas [foto], da Escola de Engenharia, manifestou sua expectativa sobre as contribuições da iniciativa, que se estende até a tarde desta sexta-feira: “Ao final desses dois dias, teremos menos certezas e mais caminhos a seguir”, afirmou. O seminário, composto de mesas-redondas e palestras, tem o objetivo de apresentar os resultados dos projetos desenvolvidos pelos professores residentes no Instituto e discutir perspectivas. “É também uma oportunidade para discutirmos a importância do papel desempenhado pelo Ieat ao longo de quase duas décadas desde sua criação”, destacou o reitor Jaime Ramírez [foto], que fez “provocações” a respeito da melhoria da interação do Instituto com os programas de graduação e pós-graduação e de sua sintonia com a comunidade. Direções Beirão sugeriu que os coordenadores de cursos da UFMG recorram aos estudantes que participaram do programa de intercâmbio Ciência sem Fronteiras para compartilhar experiências e métodos em voga nas principais universidades do mundo. “É importante saber que existem outros mundos”, considerou o professor, que dirigiu o Ieat em 1999 e 2000. A criação de um grupo permanente de pesquisa sobre universidade e ensino superior foi uma das propostas do professor Ivan Domingues, do Departamento de Filosofia. “Tal instância fortaleceria o Ieat e teria função estratégica para o reitorado”, disse. Ivan Domingues dirigiu o Instituto de 2000 a 2003. Conflito geracional “Não podemos consolidar as práticas que dão certo hoje, mas olhar para o futuro, a fim de que a Universidade não se torne desinteressante daqui a 20 anos”, argumentou Alfredo Gontijo, que esteve à frente do Ieat de 2003 a 2005. Em seguida, o professor José Vicente Tavares dos Santos, diretor do Instituto de Estudos Latino-americanos (Ilea), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ministrou palestra com o tema Novas questões sociais e científicas mundiais e os desafios da interdisciplinaridade e da criatividade. A programação da tarde contará com duas mesas-redondas: UFMG como celeiro de atividades transdisciplinares, a partir das 13h30, com discussões sobre as três grandes áreas do conhecimento, e Transversalidade no ensino universitário, com início às 16h30. Nessa segunda mesa-redonda, o pró-reitor de Graduação, Ricardo Takahashi, abordará o projeto de transversalidade no ensino da UFMG, e Wagner Corradi Barbosa, diretor do Centro de Apoio à Educação a Distância (Caed), falará sobre a transversalidade no contexto específico do ensino não presencial. Leia mais sobre o Seminário em matéria publicada no Boletim. Fotos: Foca Lisboa / UFMG
Para o professor do Instituto de Ciências Biológicas Paulo Sérgio Beirão, um dos participantes da mesa-redonda inaugural Caminhos e direções, hoje há mais oportunidades, interesse e necessidade de se desenvolver pesquisas avançadas e transdisciplinares na Universidade, em relação aos primeiros anos de existência do Instituto criado para esse fim. “O Brasil carece de universidades de classe mundial, com missões e vocações distintas”, observou.
A “mudança radical na geração de conhecimento” é, para o professor do Departamento de Física Alfredo Gontijo de Oliveira, fator que demanda atualização de todo o sistema educacional da Universidade. “Um estudante de hoje obtém em poucos segundos mais resultados do que eu conseguia, anos atrás, ao longo de uma noite inteira no laboratório”, ponderou o professor, justificando o “conflito de gerações” que, segundo ele, está estabelecido no cotidiano do ensino.
Um dos objetivos do evento é discutir perspectivas para o Instituto