Ocupação, trabalho e renda

Por Polo Jequitinhonha em

 A experiência do Centro de Agricultura Alternativa Vicente Nica

Produção. Agricultores do CAV – Brazil Foundation

Nos indicadores oficiais, o Vale Jequitinhonha aparece como uma região empobrecida, com um baixo PIB e IDH. O que esses indicadores acabam desconsiderando, porém, são características do Vale que apontam para o seu potencial de crescimento, incluindo formas diversas de geração de renda. A agricultura familiar e as feiras livres, por exemplo, são importantes fontes de receita e de qualidade de vida que muitas vezes escapam aos dados oficiais, mas que possuem crescente importância no modo de vida da região.

Nos últimos trinta anos, organizações locais foram desenvolvidas para incentivar questões da agricultura familiar. Um exemplo é o Centro de Agricultura Alternativa Vicente (CAV). Criado em 1994, no município de Turmalina, o centro surgiu a partir do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Turmalina, com apoio da Igreja Católica e Organizações não Governamentais da época.  O seu objetivo era apoiar os agricultores e suas famílias, promovendo a troca de experiências e o fortalecimento de suas atividade. O CAV produziu, desde então, um grande impacto na geração e renda e no desenvolvimento do Vale Jequitinhonha. 

Atualmente são 111 famílias associadas com a iniciativa, e o investimento inicial cresceu mais de seis (6) vezes. O CAV atua no aprimoramento técnico dos agricultores e na melhoria dos índices de produtividade. Além disso, organiza as chamadas feiras livres, que constituem uma dinâmica importante para o abastecimento da região com produtos locais. 

A associação possui, ainda, uma grande preocupação com a sustentabilidade, e desenvolve trabalhos acerca da recuperação de solos degradados. Busca, nesse sentido, oferecer alternativas para as monoculturas de eucalipto que se alastraram pelo Vale, e que, ao utilizarem-se de técnicas insustentáveis de produção, acabam por contribuir com a escassez de água para consumo humano e fins produtivos. Além disso, o CAV observa como a monocultura muda os hábitos alimentares e comerciais da região, incentivando o comércio de produtos industrializados e diminuindo o espaço da agricultura familiar.

Desde sua criação, o CAV possui um grande histórico de bons resultados, e a razão é fortemente relacionada ao cruzamento de conhecimento científico e prático. Eles possuem parcerias com universidade, inclusive com a UFMG, e somam os conhecimentos para produzir alimentos com maior qualidade, apontando para caminhos mais democráticos e sustentáveis de desenvolvimento local.

Conheça mais do projeto:
https://www.cavjequi.org/


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