Tags: | |

Cerâmica de Turmalina pode se tornar patrimônio imaterial nacional

Por Bárbara Ribeiro em

As inconfundíveis peças de cerâmica turmalinenses podem ser reconhecidas como patrimônio cultural de todo o Brasil. O projeto é impulsionado pela Promotoria de Justiça de Turmalina, em conjunto com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG)  e a Faculdade de Santo Agostinho de Montes Claros (Fadisa). A proposta representa uma boa oportunidade para dar visibilidade e proteção à essa produção artística.

Bonecas de barro. Esculturas representam a arte do Jequitinhonha. Foto: Marina Belardo/Polo UFMG.

Seja em forma de bonecas, jarros ou panelas, esses artesanatos de barro são a materialização da tradição e dos saberes da região. Nesse sentido, segundo a promotora de Justiça, Shirley Machado de Oliveira, ao ser uma prática que diz sobre a identidade do Vale do Jequitinhonha e de Minas Gerais, é indispensável o seu reconhecimento e registo como bem cultural imaterial.

Ao ser reconhecida como bem cultural imaterial, a cerâmica de Turmalina passará a ter um novo status  nas ações de preservação, de promoção e de salvaguarda tanto por parte da comunidade como do Poder Público.

Outra meta do projeto é permitir que as artesãs garantam uma revenda melhor e mais justa dos seus produtos. Como se destacou no VII Fórum da Mulher do Jequitinhonha, realizado no início de agosto, o comércio de artesanato (como a cerâmica) está fortemente ligado à necessidade das mulheres da região em encontrar uma fonte de renda alternativa, que lhes permita superar as dificuldades sócio-econômicas e as situações de violência intra-familiares. No último Boletim discutimos sobre isso na matéria “VII Fórum da Mulher do Jequitinhonha”. Saiba mais aqui.

Mestre Zezinha. Uma das artesãs de cerâmica de Turmalina. Foto: Acervo Polo UFMG.

O que significa patrimônio cultural imaterial?

De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), os bens culturais de natureza imaterial dizem respeito “àquelas práticas e domínios da vida social que se manifestam em saberes, ofícios e modos de fazer; celebrações; formas de expressão cênicas, plásticas, musicais ou lúdicas; e nos lugares (como mercados, feiras e santuários que abrigam práticas culturais coletivas)”.

Como segue o projeto?

Para que a cerâmica de Turmalina seja considerada patrimônio imaterial, o projeto precisa avançar na fase de estudos etnográficos. Já foram feitas entrevistas com as artesãs, reuniões com o conselho municipal e o levantamento bibliográfico. Ainda não se tem uma previsão para finalização do projeto, que depende da conclusão desse estudo etnográfico.

(Com informações do Ministério Público de Minas Gerais)


Compartilhe!