Aprofundar o conhecimento acadêmico produzido sobre história e cultura afro-brasileira e africana e investir na formação de profissionais capacitados para lidar com esses assuntos foi um desafio colocado para a universidade desde 2003, quando foi aprovada a Lei 10.639, que tornou obrigatória a inclusão do tema no currículo escolar.

É o que destaca o Professor da História da África, do Departamento de História da UFMG, Alexandre Marcussi, que coordena a mesa-redonda “Pesquisas sobre história, a história da África e a diáspora no Brasil”, dentro da programação da SBPC Afro e Indígena, eixo da 69ª Reunião Anual da SBPC. A atividade será realizada na quarta-feira, 19, às 15h30, no Auditório 1 da Faculdade de Ciências Econômicas (Face).

A proposta é apresentar um breve balanço de mudanças recentes na produção acadêmica brasileira nas áreas de história africana e de história afro-brasileira, além de discutir temáticas como gênero, religiosidades e cultura material. O objetivo é propor e discutir novos horizontes e temas de pesquisa.

Segundo o professor, o termo “diáspora” traz a conotação de uma dispersão populacional geográfica em que há preservação de uma identidade coletiva e também carrega o sentido de uma migração motivada por um evento traumático. “No que tange a nossa realidade, a diáspora africana para o Brasil foi majoritariamente causada pelo movimento forçado de pessoas escravizadas entre os séculos XVI e XIX”, lembra.

Participam da mesa-redonda Larissa Gabarra, professora adjunta da Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), e Jacimara Souza Santana, professora de História da África e líder do Malungu – Núcleo de Estudos, Pesquisa e Extensão sobre África e Diáspora – da Universidade do Estado da Bahia (Uneb).

“A ideia era congregar jovens historiadores com produção recente sobre essas temáticas, a fim de discutir algumas inovações no campo de estudos e indicar horizontes de pesquisa”, explica o coordenador da mesa.