A grande biodiversidade brasileira, aliada às alterações causadas pela ação do ser humano, é um cenário favorável para a disseminação de zoonoses — doenças parasitológicas transmitidas de animais para seres humanos e vice-versa. Algumas zoonoses são consideradas endêmicas no Brasil, como a Doença de Chagas e a Leishmaniose. Já a zika e a febre amarela, por exemplo, são chamadas de zoonoses emergentes.

As duas últimas serão abordadas na conferência Vírus emergentes: diversidade genética e inovação no diagnóstico, estudo e tratamento, que integra a programação da 69ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. A conferência, agendada para 17 de julho, a partir das 10h30, no auditório 4 da Face, será ministrada pelo professor Luiz Tadeu Moraes Figueiredo, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP).

De acordo com o pesquisador, o foco da palestra são os quatro vírus zoonóticos emergentes no Brasil: os Flaviridae, causadores da febre amarela e da zika, o Piribunyaviridae oropouche, agente da febre de Oropouche, e o Hantaviridae Araraquara, “o mais letal entre os quatro”, afirma o professor. Essa última versão pode causar síndrome pulmonar e cardiovascular.

Diagnóstico

Moraes Figueiredo vai apresentar dois métodos que já começam a ser usados no diagnóstico dessas doenças: o microarray (microarranjo de DNA) e o sequenciamento nucleotídico de terceira geração (nova forma de sequenciamento de DNA). Essas técnicas favorecem a investigação de milhares de genes de maneira simultânea.

O professor também vai falar sobre as alterações genéticas que podem contribuir para o surgimento desses vírus, além de aspectos envolvidos na transmissão e no desenvolvimento de cada um deles.