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Nº 1385 - Ano 29 - 20.02.2003


Museu de Ciências Morfológicas ampliará capacidade de atendimento


Ana Rita Araújo

 

o completar seis anos de funcionamento, o Museu de Ciências Morfológicas, do Instituto de Ciências Biológicas, prepara-se para ampliar suas instalações, com o intuito de receber mais visitantes e reduzir a fila de espera. Anualmente, cerca de 20 mil pessoas visitam o espaço, enquanto outras 30 mil aguardam vaga. Com recursos que virão do BNDES, o Museu vai ganhar uma sala multimeios, biblioteca, oficina de produção de material didático, estacionamento e sede administrativa. "Com as novas instalações, ampliaremos a capacidade de visitação de quatro para seis turmas ao dia", informa a coordenadora do Museu, professora Maria das Graças Ribeiro.

Inaugurado em março de 1997 e dono de um público fiel - estudantes da UFMG dos cursos de graduação e de pós-graduação na área de saúde - o Museu rapidamente passou a ser procurado por alunos de outras instituições de ensino superior, estudantes e professores do ensino fundamental e médio, além de graduandos e pós-graduandos de cursos como Educação e História. Em seu acervo, há coleções de peças anatômicas humanas e de animais, fotografias de células e tecidos e equipamentos, tanto os que remontam à década de 30, quanto os de última geração, para estudo da citologia e histologia.

Em um espaço agradável, com música ambiente, a equipe de professores, funcionários e estagiários recebe o público para uma visita monitorada, que dura cerca de uma hora e meia. Uma palestra de vinte minutos prepara o público para entender os objetivos do espaço e a disposição dos acervos.

A visita ao Museu pode ser comparada a uma aula detalhada sobre o corpo humano. O contato com o material exposto facilita, por exemplo, o trabalho de professores de Biologia, ao possibilitar a visualização de partes do corpo e a análise de assuntos que seriam vistos apenas em aulas teóricas. Segundo Maria das Graças Ribeiro, a Morfologia é uma área da Biologia considerada, pelos professores de ensino fundamental e médio, um pouco árida e de difícil acesso. Ela lembra que, há pouco mais de uma década, quando professores do departamento de Morfologia começaram a planejar o Museu, a preocupação maior era "justamente socializar este conhecimento, permitindo o contato de um número maior de pessoas com um acervo tão valioso". Outra linha de atuação do Museu é o projeto de inclusão educacional, que recebe deficientes físicos, auditivos e visuais.

Nova consciência

Além de fornecer informações para atualização de professores e estudantes, o Museu tem por objetivo contribuir para a formação de uma nova consciência sobre a vida, derrubando a idéia de que a natureza a ser preservada está fora e distante do homem. "O ser humano é parte da natureza que precisa ser preservada", frisa a coordenadora. Segundo ela, o entusiasmo pela vida e o trabalho feito no Museu "emocionam profundamente os visitantes, pois temos ido além do conhecimento fragmentado, ao mostrar a harmonia do todo".

Integrante da Rede de Museus e Espaços de Ciências da UFMG, o Museu de Ciências Morfológicas compartilha do "ideal do novo museu", que procura, "antes de mais nada, celebrar a vida, evidenciando aquilo que temos de mais criativo", afirma a coordenadora da Rede, professora Betânia Gonçalves Figueiredo. "Os museus buscam, através das suas exposições, apresentar ao público algum aspecto da atividade humana que deve ser rememorado e celebrado. Nesse sentido, eles nos aproximam da vida, ao reforçar a memória do que não merece ser esquecido", enfatiza Betânia Figueiredo.

Maria das Graças afirma que a criação da Rede de Museus e Espaços de Ciência era um sonho antigo do grupo fundador do Museu de Ciências Morfológicas, "que, felizmente, tornou-se realidade". O próximo passo será ampliar o intercâmbio com outras instituições museológicas de Minas e do país, cumprindo, inclusive, os objetivos do Fórum Permanente de Museus Universitários, coordenado por ela desde o ano passado. "Há muitos problemas comuns a estas instituições, e a UFMG, certamente, tem a contribuir para solucioná-los", conclui a professora.