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Nº 1490 - Ano 31 - 30.6.2005


NCA prepara-se para virar unidade acadêmica

Ana Rita Araújo

criação do mestrado em agroecologia, atualmente em processo de aprovação nos órgãos de deliberação superior da Universidade, ajudará a compor o novo perfil que o Núcleo de Ciências Agrárias (NCA) vem assumindo desde a instalação de seu primeiro curso de graduação – Engenharia Agronômica – em 1999.

Para formalizar a mudança, a Reitoria da UFMG contratou consultoria que está elaborando proposta de regimento do futuro Instituto de Ciências Agrárias. Criado em 1964, o NCA funciona no município de Montes Claros, a 430 quilômetros de Belo Horizonte, e abriga o curso técnico em Agropecuária, as graduações em Engenharia Agronômica e em Zootecnia e a especialização em recursos hídricos e ambientais.

“Temos várias linhas de pesquisa, o que nos caracteriza como unidade acadêmica da UFMG”, afirma o diretor do Núcleo, professor Rogério Marcos de Souza. Os projetos de extensão também assumiram novo formato, incorporando a dimensão acadêmica às ações sociais.


Rogério de Souza: adaptação às necessidades regionais
Foto: Eber Faioli

Vivência no campus

De 1° a 10 de julho, durante a feira Expomontes, o Centro de Extensão do NCA prestará consultoria, aos pequenos produtores da região, nas áreas em que desenvolve pesquisa. Segundo Rogério de Souza, a partir das demandas que trouxerem aos pesquisadores, os produtores serão convidados a participar do projeto Vivência no campus, para ver de perto soluções aos problemas apresentados. “Convidaremos os agricultores a conhecerem, na prática, alternativas em áreas como irrigação, criação de pequenos animais e pragas em determinadas culturas”, explica o professor.

As novas ações, contudo, não substituirão as atividades de extensão promovidas há vários anos pelo NCA, como a alfabetização de jovens e adultos, em parceria com a Faculdade de Educação da UFMG, e a assistência a tribos indígenas. “Procuramos dar suporte aos índios no cultivo do milho crioulo – espécie natural da região, sem melhoramento genético – e na criação de aves e caprinos”, comenta o diretor do NCA.

Sobre a proposta de mestrado em Agroecologia, aprovada pelo Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (Cepe) em 9 de junho, Rogério de Souza ressalta que o assunto ainda será objeto de análise em reunião do Conselho Universitário. Caso aprovada, a proposta será enviada à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC). “Seria o único curso na área de Ciências Agrárias num raio de 440 quilômetros”, diz o diretor, ao ressaltar que o NCA tem procurado adaptar-se às necessidades regionais, oferecendo aos futuros profissionais da área formação que os habilite a atuar sobretudo no semi-árido do Norte mineiro.

Legislativo ganha centro de estudos na Fafich

parlamento brasileiro está sob a “mira” de cientistas sociais e políticos da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich). Eles criaram o Centro de Estudos do Legislativo (CEL), que pretende estimular estudos acadêmicos sobre as casas legislativas do Brasil.

Órgão complementar da Unidade, o CEL é coordenado pelos professores Carlos Ranulfo e Maria de Fátima Anastasia, do Departamento de Ciência Política (DCP). Ambos possuem larga experiência em estudos sobre o parlamento, principalmente a Assembléia Legislativa de Minas Gerais e a Câmara dos Deputados.

Segundo o professor Ranulfo, o projeto do CEL começou a ser gestado em 2002, quando o DCP organizou seminário sobre o trabalho do Poder Legislativo. “Na época, a intenção era estruturar um organismo que atuasse na linha de acompanhamento do legislativo, mas a idéia não vingou”, relata o professor. No ano seguinte, houve outro seminário, dessa vez sobre legislativos estaduais em vários países, e a idéia evoluiu para a criação de um centro de pesquisas. O projeto ganhou força em 2004, quando foi instituído formalmente pela Fafich.

Em fase de estruturação, o CEL é formado por cerca de 30 pesquisadores, entre professores, mestrandos, doutorandos, professores e alunos de graduação dos cursos de Ciências Sociais, Sociologia e Antropologia e Ciência Política. “O Centro é aberto a professores da UFMG e fora dela”, salienta Carlos Ranulfo.


Carlos Ranulfo: intercâmbio com a Assembléia de Minas
Foto: Eber Faioli


No momento, o Centro de Estudos do Legislativo (CEL) se debruça sobre dois projetos: um é a aplicação de survey entre parlamentares do Congresso brasileiro com o objetivo de compor uma pesquisa a ser realizada com o legislativo de dez países da América Latina, sob a coordenação da Universidade de Salamanca, da Espanha. O outro é um estudo sobre a Assembléia Legislativa de Minas Gerais, com quem a UFMG mantém “razoável intercâmbio”, na avaliação de Carlos Ranulfo.