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Nº 1492 - Ano 31 - 14.07.2005

UFMG financia intercâmbio de alunos carentes

Ludmila Rodrigues

articipar de um intercâmbio internacional sempre foi privilégio para poucos. Mas agora essa experiência poderá ser vivenciada por universitários carentes, ampliando seus horizontes acadêmicos e culturais. No final de junho, estudantes assistidos pela Fundação Universitária Mendes Pimentel (Fump) foram selecionados para sete vagas de intercâmbio financiado, ofertadas pela primeira vez pelo Programa de intercâmbio internacional para graduação, organizado pela Diretoria de Relações Internacionais (DRI).

Os estudantes receberão passagens aéreas e seguro-saúde. Alojamento, alimentação e material serão negociados diretamente com as universidades parceiras. Na modalidade tradicional de intercâmbio da DRI, que oferece 119 vagas anuais abertas em edital, o aluno tem direito apenas a isenção das taxas cobradas pela instituição estrangeira, além de ser obrigado a bancar as despesas com a viagem. O intercâmbio financiado não prevê ajuda em espécie, alternativa encontrada pela DRI para poupar o estudante de procedimentos extremamente burocráticos para um cidadão estrangeiro, como a abertura de contas bancárias.

O programa é viabilizado pelo Fundo de apoio para intercâmbio internacional discente de graduação, parceria entre a DRI, a Fump e a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep). Ele conta atualmente com R$ 30 mil (cerca de 10,1 mil euros e 12 mil dólares) , volume modesto para fazer frente aos custos de atividades de intercâmbio no exterior. Estima-se que a média semestral de gastos de um intercambista na Europa fique entre 2,8 mil e 4,5 mil euros, enquanto nos Estados Unidos varia de 5,7 mil a 7,2 mil dólares. “Nossa intenção é que o Fundo cresça e seja mantido por mais parceiros, como bancos e consulados”, diz Maria Aida Arancíbia, coordenadora do Setor de Convênios e Programas Internacionais da DRI.

Dos sete estudantes selecionados, quatro seguem para a Alemanha, um para os Estados Unidos, um para a Holanda e outro para Portugal. “Apesar de estarem enquadrados como carentes 1 e 2 ( classificação da Fump) eles passaram pelo processo seletivo como todos os outros. Nunca deixamos de considerar o mérito”, aponta Aída Arancíbia.

Oportunidade única

Alan Andrioni Fernandes, do 7º período de Educação Física, é o primeiro aluno carente selecionado para o programa. A previsão é de que, em setembro, ele embarque para a Universidade do Porto, em Portugal, devendo permanecer até o fim do semestre acadêmico, em meados de dezembro. Ele aguarda apenas a renovação de seu contrato pela Fump – como carente 2, tem refeições subsidiadas e é isento da contribuição ao fundo de bolsas – para arrumar as malas.


Alan Fernandes vai inaugurar o intercâmbio
Foto: Foca Lisboa

“É uma oportunidade única, tanto do ponto de vista acadêmico quanto cultural”, conta Alan, que já escolheu algumas disciplinas, como Antropologia do Esporte e Reabilitação, para cursar na Universidade do Porto. Os outros seis estudantes viajam em 2006.

Carro da Engenharia é vice em maratona da economia

carro de milhagem da UFMG obteve, nos dias 9 e 10 de julho, em Indaiatuba (SP), a segunda colocação na Eco Maratona 2005, competição nacional de automóveis que buscam percorrer a maior distância com apenas um litro de gasolina. Com a marca de 250 km/l, o carro da Universidade foi superado apenas pela equipe da Universidade Mackenzie, campeã também de 2004 e que alcançou 390 km/l. A competição envolveu 18 participantes, todos de universidades brasileiras.

De acordo com o coordenador do projeto da UFMG, professor Paulo Iscold, a experiência, inédita na Universidade, foi extremamente proveitosa, em especial para os alunos. “Eles competiram no mais sofisticado campo de provas de automóveis da América Latina”, lembrou o professor.

Iscold lembrou que o desempenho da UFMG ficou um pouco aquém do esperado, apesar de o carro contar com tecnologia mais sofisticada, com destaque para o controle eletrônico do funcionamento do motor. “Todas as outras equipes tinham controle manual”, informa. Segundo ele, a equipe da UFMG deixou escapar a primeira colocação devido a um erro de estratégia na escolha da velocidade de aceleração do motor. O grupo optou em acionar o acelerador até o máximo ao religar o motor do carro. “Isso proporcionaria a máxima aceleração para o automóvel atingir o limite superior de velocidade”, diz Iscold. Os concorrentes, no entanto, apostaram numa aceleração constante, “o que produz menor consumo de energia”, ressalta o professor.

Desafio

Construído no Centro de Estudos Aeronáuticos (CEA) da Escola de Engenharia, o carro da UFMG usa motor de 1HP da Honda, rodas de bicicleta aro 20 polegadas com modificações para reduzir o atrito de rolamento e possui sistema de transmissão por corrente, sem marcha. Sua estrutura é feita de tubos de aço cromo-molibidênio soldados com processo TIG. O peso do carro chega a 35kg, em ordem de marcha, sem o piloto.

O próximo desafio da UFMG é tornar-se a primeira equipe brasileira a quebrar a barreira dos 1.000 km/l. “Queremos desenvolver um protótipo que provará que esta tecnologia pode ser aplicada em um veículo comum ainda que não apresente consumo tão espetacular”, esclarece Paulo Iscold.