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Nº 1510 - Ano 32
24.11.2005

Uma viagem pelos caminhos do ouro

Professor do IGC organiza livro sobre as rotas
que delinearam o território de Minas Gerais

Flávia Camisasca

ma viagem pelos caminhos abertos pela busca do ouro e que representam a base do território mineiro. Esse é o enfoque do livro Os caminhos do ouro e a Estrada Real, organizado pelo professor Antônio Gilberto da Costa, do IGC, e lançado esta semana, em Belo Horizonte, numa co-edição entre a Editora UFMG e Kapa Editorial. A obra faz um paralelo entre registros históricos e contemporâneos, entremeados por observações atuais, e traz documentos cartográficos e iconográficos que retratam a evolução das principais vias de acesso às minas. “O livro foi norteado pela idéia de justapor o histórico ao contemporâneo”, explica Gilberto Costa.

Das trilhas dos bandeirantes à Estrada União e Indústria, que ligava Petropólis a Juiz de Fora, o livro retrata a evolução dos caminhos de Minas, do final do século XVIII até o final do século XIX. “Se compararmos esses caminhos com a situação das estradas de hoje, a situação pouco mudou e os problemas continuam mais ou menos os mesmos: estradas mal-conservadas e viagens inseguras”, afirma o professor.

Os ensaios
Além de um texto de abertura, assinado pela reitora Ana Lúcia Gazzola, o livro conta com quatro ensaios, que abordam desde a descrição botânica dos caminhos até a sua evolução ligada à questão do ouro. Os textos também mencionam os relatos feitos por viajantes e as documentações cartográficas dessas rotas.

Reprodução

Estrada dos Escravos em Parati, um dos caminhos retratados no livro

Os caminhos para a região das minas – Escrito por Antônio Gilberto Costa. Com extensa documentação, registra caminhos ou rotas de viagens para a região das minas. Um dos documentos levantados é o inédito Guia dos caminhantes, de 1817, “talvez o o primeiro Guia Quatro Rodas do Brasil”, brinca Gilberto Costa, ao ilustrar a importância do documento, que traz um levantamento de vários mapas e caminhos do Brasil.

A região das minas segundo relatos de viajantes botânicos do século XIX e de registro contemporâneo - Marilene Marinho Nogueira. A professora discorre sobre a botânica dos caminhos, traçando um paralelo entre a iconografia produzida há 200 anos e as ilustrações recentes. “Tive a idéia de incluir a parte botânica no livro, quando estava de férias em Parati e percorri um trecho da Estrada Real. Na ocasião, muitos turistas levantaram questões relativas às espécies vegetais”, relata Antônio Gilberto.

Transitar na região das minas: o cotidiano dos caminhos
– Júnia Furtado. Esse capítulo aborda o tráfego na Estrada Real: transporte, percalços e dificuldades encontrados pelos viajantes ao longo do caminho.

Ouro: procura e importância – A história das Minas entre o Sertão e o Império – Adriana Romeiro. Aqui, a professora do departamento de História da Fafich analisa a questão da extração e da importância do ouro, a partir dos interesses do Brasil.

Os caminhos do ouro segundo algumas perspectivas referentes a Portugal – Miguel Telles Antunes. O último capítulo discute a questão do ouro no Brasil, a partir dos interesses de Portugal.

Livro:Os caminhos do ouro e a Estrada Real
Organizador: Antônio Gilberto Costa
Autores: Antônio Gilberto Costa, Max Justo Guedes, Telles Antunes, Marilene Marinho, Júnia Furtado e Adriana Romeiro.
Edição: Editora UFMG e Kapa
Preço: R$ 150,00