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Nº 1510 - Ano 32
24.11.2005

Nova rede da UFMG aumenta em 100 vezes velocidade de transmissão de dados

Ana Rita Araújo

Diretoria de Tecnologia da Informação e a Pró-Reitoria de Planejamento estão lançando a primeira etapa da nova rede de transmissão de dados da UFMG. Com capacidade para transferir informações a uma velocidade de um Gigabit por segundo (1 Gbps), a Rede Giga torna a comunicação por computadores mais rápida e segura. O projeto, que nasceu de demanda da comunidade universitária, foi financiado pela Finep e tem como objetivo aumentar e uniformizar a capacidade das redes de dados centrais (os backbones) de todas as unidades acadêmicas dos campi Pampulha e Saúde e de algumas isoladas: escolas de Arquitetura e Engenharia, as faculdades de Direito e de Ciências Econômicas e o Conservatório UFMG.

Segundo o professor Márcio Bunte, diretor de Tecnologia da Informação, com a Rede Giga todas as unidades de Belo Horizonte disporão de um nível mínimo de capacidade de 1 Gbps para enviar e receber informações, ou seja, 1 bilhão de bits por segundo. A construção da rede antiga não obedeceu a um padrão, cabendo à cada unidade planejar e estruturar a sua. De acordo com professor Márcio Bunte, isso gerou discrepâncias entre as várias unidades. “No Icex e na Escola de Engenharia, por exemplo, pioneiros no uso de computadores, foram implementadas redes melhores, que foram se expandindo ao longo dos anos. Já as unidades menos motivadas pelas tecnologias da informação desenvolveram-se menos”, conta Bunte. A maior parte delas funcionava com velocidade de 10 megabits por segundo. Com a nova rede, a capacidade de comunicação fica 100 vezes maior.

A primeira parte do projeto, referente ao campus Pampulha, está sendo concluída. A segunda etapa, que inclui as unidades acadêmicas isoladas, será finalizada até fevereiro de 2006.

Obras
Para aumentar a velocidade de transmissão da rede de computadores da Universidade, foi necessário instalar novos cabos de fibra ótica interligando os prédios e reestruturar redes internas de vários deles. Dentro do campus Pampulha, algumas fibras antigas foram trocadas e também instaladas fibras adicionais. A ligação da Pampulha com as unidades do centro está sendo feita, em parceria com a Prefeitura, por meio da instalação de cabos subterrâneos. Eles vão da entrada da Avenida Carlos Luz até o cruzamento das ruas Tamóios e Mato Grosso, onde encontram a rede da Prefeitura, que instalou os cabos da UFMG junto aos do Projeto Olho Vivo.

"Os buracos foram alargados para também permitir a passagem dos cabos de fibra ótica da UFMG interligando as unidades do centro”, explica o diretor. Em contrapartida, a Universidade lançará cabos para interligar a Prodabel, empresa de informática do município, ao centro da cidade. As obras devem acabar em janeiro de 2006.

Atualmente, a ligação entre o campus Pampulha e as unidades do centro é feita mediante a contratação de linhas da Telemar. O pagamento desse "aluguel”, cerca de R$ 140 mil por ano, é proporcional à velocidade da comunicação, que gira em torno de dois megabits por segundo. De acordo com Márcio Bunte, com a rede própria o custo não mais ficará condicionado à velocidade de comunicação. “O valor que deixaremos de desembolsar durante alguns anos de aluguel será suficiente para cobrir o investimento feito na construção dessa rede. Isso sem considerar o ganho de desempenho”, avalia Márcio Bunte. Serão gastos cerca de R$ 2 milhões até a conclusão do projeto.

De acordo com professor Márcio Bunte, a Rede Giga também é mais segura e confiável. “Foram criados caminhos diferentes interligando vários pontos. Isso aumenta a confiabilidade da rede, já que, se houver problema em um caminho, haverá outro para substituí-lo”, explica.

Benefícios
Segundo o professor Bunte, o aumento da velocidade de transmissão de dados possibilitará a troca de grandes arquivos. “Vídeos, por exemplo, só podem ser vistos com qualidade se a rede for boa”, explica Márcio Bunte. Ele lembra que todos os eventos realizados no auditório da Reitoria são transmitidos pela Internet, mas poucas pessoas podiam assisti-los devido à lentidão da rede, que limitava a transmissão. “Com a capacidade de 1 Gbps, será possível ampliar a aplicação de certos recursos como as video­conferências”, prevê. Segundo o professor, são comuns discussões, em tempo real, entre professores e alunos da UFMG com profissionais de outros países.

A Rede Giga também será usada para interligar as centrais telefônicas das unidades do centro ao campus Pampulha. Segundo o diretor do Centro de Computação da UFMG, Carlos Alfeu, além de permitir à Universidade gerenciar melhor o seu sistema de telefonia, a interligação vai gerar economia, pois as unidades localizadas no centro da cidade utilizarão os serviços telefônicos a partir do campus Saúde. “Assim, elas poderão aproveitar os preços vigentes no campus, e as ligações entre as unidades participantes da Rede Giga serão isentas de tarifa”, explica.

Devido à economia a ser alcançada, o Cecom está programando o investimento de R$350 mil para atender a antigas demandas, como a compra de novos equipamentos para a ampliação da infra-estrutura de telefonia da Universidade.

Telemedicina
Outro serviço beneficiado pela nova rede será o projeto BH Telemed, do qual participa o Hospital das Clínicas (HC). A UFMG integrou-se à rede de telemedicina em 2000, através de projeto desenvolvido pelo Laboratório de Computação Científica (LCC). A rede permite que, por meio de videoconferências, médicos de postos de saúde da capital troquem informações com equipes do HC. O objetivo é viabilizar uma segunda opinião médica no momento em que o paciente é atendido no posto. “A possibilidade de comunicação diminui o número de encaminhamentos desnecessários, quando o caso pode ser resolvido no próprio posto de saúde”, afirma Bunte.


Glossário cibernético

Bits: Em inglês, significa "Binary Digit". É a menor unidade de dados em um computador.

Byte: Equivale a oito bits. Um byte é a quantidade necessária para representar um caractere, letra, número ou sinal gráfico.

Quilobit: equivale a 1.000 bits

Megabit: equivale a 1.000 quilobits

Gigabit: equivale a 1.000 megabits


Internet de alta velocidade liga instituições de pesquisa

Os ministérios da Ciência e Tecnologia (MCT) e da Educação (MEC) lançaram, no dia 17 de novembro, durante a 3ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, a nova rede de internet de alta velocidade que vai interligar instituições de ensino e pesquisa de todo o Brasil. A antiga Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), criada em 1989, teve sua capacidade de transferência de dados entre alguns pontos de conexão elevada para até dez gigabits por segundo, 24 vezes maior que a anterior.

A nova RNP oferece acesso à Internet de alta velocidade a cerca de 240 instituições de ensino superior e de pesquisa, agências do MCT e do MEC. Ela foi criada para dar suporte à pesquisa e à educação brasileiras, integrando os 26 estados e o Distrito Federal. A UFMG é o ponto de presença da Rede em Minas Gerais. De acordo com o professor Márcio Bunte, a transferência de dados da UFMG para qualquer outra instituição conectada à nova RNP ficará mais rápida. Se o destinatário não estiver conectado à RNP, a transferência se dará pela rede de internet convencional.

Em 2005, as ligações entre São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Brasília foram atualizadas para 10 Gbps; entre Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Bahia, Pernambuco e Ceará, para 2,5 Gbps. Os demais estados estão conectados por links de até 34 megabits por segundo (Mbps).

 


Livro de professor da Engenharia discute gestão metropolitana

professor Ronaldo Guimarães Gouvêa, do departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia da Escola de Escola de Engenharia da UFMG, lança no próximo dia 30, na Assembléia Legislativa, o livro A questão metropolitana no Brasil, publicado pela Editora da Fundação Getúlio Vargas.
Felipe Zig

O livro é resultado de reflexões sobre gestão metropolitana que o professor Guimarães Gouvêa acumulou nos ambientes acadêmico – ele defendeu dissertação de mestrado e doutorado sobre assunto – e administrativo, pois ocupou cargos de direção na extinta Metrobel e no Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DRE-MG).

Em sua obra, o professor defende duas mudanças no arcabouço jurídico dos municípos brasileiros. A primeira é a criação da figura do município metropolitano. “Não dá para tratar uma cidade de uma região metropolitana, onde os limites são difíceis de serem precisados, da mesma forma que um município tradicional, distante de grandes aglomerações urbanas”, argumenta.

A outra proposta é a divisão das megacidades em municípios menores, com cerca de 200 mil habitantes. “Belo Horizonte, que tem nove regionais, poderia ser dividida em nove municípios”, exemplifica o professor, citando o caso da capital mineira, cuja população é estimada em cerca de 2,4 milhões de habitantes.

Engenheiro de formação com especialização na área de transporte, o professor Ronaldo Gouvêa buscou nas ciências sociais base teórica para se debruçar sobre o universo das metrópoles. “O transporte, por exemplo, não é só uma questão de engenharia. É também um problema que envolve variáveis econômicas e sociais”, diz o professor, que fez o seu mestrado em Ciência Política e o doutorado em Sociologia e Política, ambos na Fafich.

Mais informações sobre o livro pelo telefone 0800217777 ou na página www.editora.fgv.br.