Éber Faioli

Maria do Carmo Vila: infra-estrutura básica

UFMG treina professores e técnicos para trabalhar com educação à distância

Idéia é oferecer, ainda em 2007, oito cursos em 11 pólos regionais em Minas Gerais

Ana Rita Araújo

m encontro presencial de dois dias no campus Pampulha, em meados de março, abre o segundo módulo do Curso de capacitação em educação a distância para o Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) – Região Sudeste I – que prepara 60 professores e técnicos da UFMG para trabalhar com Educação a Distância (EAD). Gerenciado pela UFMG por meio da plataforma Moodle, o treinamento é oferecido a 240 participantes dos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Sergipe, por meio de consórcio de nove instituições de ensino superior.

Nos três módulos, que tiveram início em 27 de janeiro e terminam em 26 de maio, os participantes recebem informações sobre ambientes virtuais, mídias, fundamentos da EAD, produção de material didático impresso e desenvolvimento de cursos a distância com foco no aluno. “A iniciativa é importante para nos ajudar a usar uma nova plataforma e a elaborar material didático diferenciado”, avalia Ari Corrêa Júnior, professor do departamento de Microbiologia do ICB, um dos participantes do curso de capacitação. O terceiro módulo está sendo elaborado na UFMG pela professora Maria Tereza Amaral, da Faculdade de Educação.

A capacitação fortalece a proposta da UFMG de ofertar, ainda em 2007, oito cursos a distância, sendo quatro de graduação e quatro de especialização, em onze pólos regionais. “Alguns deles estão em processo de aprovação nas instâncias competentes”, informa a coordenadora do Centro de Apoio à Educação a Distância (Caed), professora Maria do Carmo Vila. Segundo ela, a iniciativa é patrocinada por dois projetos do Ministério da Educação (MEC) – Programa Pró-Licenciatura e Universidade Aberta do Brasil (UAB) – e conta com apoio da Secretaria da Educação de Minas Gerais, de prefeituras e lideranças locais.

Na última semana de janeiro, professores da UFMG que participam do projeto EAD visitaram nove pólos do Estado para avaliar as condições locais de oferta de cursos. O diagnóstico foi fornecido ao Sistema on-line de avaliação in loco da UAB, para que o MEC defina quando devem começar as atividades em cada um dos pólos. “É necessário uma infra-estrutura básica, com salas de aula, de tutoria, de atendimento aos alunos, laboratório de informática, entre outros itens”, explica Maria do Carmo Vila.

Pólos
O pagamento dos tutores presenciais nos pólos ficará a cargo do MEC apenas em 2007. “A partir do próximo ano, ele passa a ser de responsabilidade do município ou do estado parceiro, que precisam criar as condições legais para isso”, diz a professora. Segundo ele, o município de Conselheiro Lafaiete já resolveu a questão, com a aprovação, pela Câmara Municipal, de legislação específica.

Dentro do Programa Universidade Aberta, a UFMG deve atuar em nove pólos: Conselheiro Lafaiete, Araçuaí, Buritis, Campos Gerais, Corinto, Formiga, Governador Valadares, Teófilo Otoni e Uberaba. Serão oferecidos quatro cursos de graduação – Normal Superior, licenciatura em Ciências Biológicas e em Química e bacharelado em Geografia – e quatro de pós-graduação lato sensu (especialização): Artes Visuais, Saúde da Família, Ensino de Ciências por Investigação e Formação Pedagógica de Educação Profissional na Área de Saúde.

Já pelo Pró-Licenciatura, a UFMG deve contemplar os pólos de Araçuaí, Governador Valadares, Teófilo Otoni, Montes Claros e Frutal, com a oferta dos cursos de Química e Ciências Biológicas. A expectativa é abrir 1.650 vagas pela UAB e 500 pelo Pró-Licenciatura.

Universidade Aberta envolve três níveis de governo

Criado no âmbito do Ministério da Educação em 2005, a Universidade Aberta do Brasil (www.uab.mec.gov.br) tem por objetivo articular e integrar um sistema nacional de educação superior a distância, em caráter experimental, visando a sistematizar as ações, programas, projetos, atividades pertencentes às políticas públicas voltadas para a ampliação e interiorização da oferta do ensino superior gratuito e de qualidade no Brasil.

O Sistema envolve os três níveis governamentais (federal, estadual e municipal), universidades públicas e organizações interessadas.