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Nº 1693 - Ano 36
3.5.2010

Sob controle

Sast desenvolve ações para prevenir riscos ambientais em unidades do campus Pampulha

Ana Rita Araújo

Foca Lisboa
João Pereira avalia condições de trabalho na Escola de Veterinária

Calor, ruído, iluminação e tensão elétrica são alguns dos fatores que estão sendo monitorados em quatro prédios do campus Pampulha pela equipe de engenharia de segurança do trabalho do Serviço de Atenção à Saúde do Trabalhador (Sast). A atividade está ligada ao Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), que teve início em meados de abril, com vistorias no Departamento de Química do Icex, na Faculdade de Farmácia, na Escola de Veterinária e no Colégio Técnico (Coltec). “Esperamos concluir essa etapa em até 90 dias, para posteriormente estender a iniciativa aos outros prédios da Universidade, mas o prazo vai depender das particularidades encontradas em cada local”, explica o engenheiro de segurança do trabalho João Pereira da Silva.

Durante as visitas, a equipe realiza avaliações e medições para atender a normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho, tais como emissões de monóxido de carbono, poeiras e hidrocarbonetos. “Procuramos identificar riscos físicos, químicos e biológicos”, informa o engenheiro, ao citar como exemplos a presença de microrganismos patogênicos, assim como as formas de manipulação de produtos nas bancadas de pesquisa e uso de equipamentos de proteção. Também verifica se há condições de acesso aos prédios e rotas de fuga, a serem usadas em casos emergenciais.

Segundo João Pereira, o prédio do Coltec é “uma espécie de síntese de todos os ambientes do campus”, pois mantém laboratórios de áreas diversas, como química, patologia clínica, mecânica e eletrônica. Embora não haja data definida para a realização da visita ao campus Saúde, o engenheiro prevê que, pela especificidade das atividades, será necessária a montagem de força-tarefa para a realização das vistorias no Hospital das Clínicas, na Faculdade de Medicina e na Escola de Enfermangem.

Composta por dois engenheiros e quatro técnicos de segurança do trabalho, a equipe também é responsável por vistorias para concessão de adicionais de insalubridade, periculosidade e gratificação de raio X. “Realizamos esse tipo de trabalho ao longo de todo o ano por demanda das seções de pessoal”, explica João Pereira da Silva, ao acrescentar que a equipe também presta assessoria à Procuradoria Jurídica em eventuais demandas trabalhistas nas quais a Universidade precisa ser representada por profissionais de engenharia de segurança do trabalho.

Relatório

De acordo com a coordenadora do Sast, professora Matilde Cota Koury, as vistorias são importantes para adaptar todos os ambientes da UFMG às legislações relativas a saúde e a segurança do trabalho. Ela explica que o objetivo do PPRA é estabelecer Sob controle Sast desenvolve ações para prevenir riscos ambientais em unidades do campus Pampulha Ana Rita Araújo metodologia de ação que garanta a preservação da saúde e a integridade dos trabalhadores em etapas como reconhecimento, avaliação, controle e prevenção de riscos. “Todas as ações levam em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais”, diz.

João Pereira da Silva informa que a equipe deve elaborar relatórios técnicos para cada prédio, contemplando itens como planejamento anual, metas, prioridades e cronogramas. Deve também implantar medidas de controle e avaliar sua eficácia, além de sugerir treinamentos, melhorias em processos e orientar quanto à necessidade de utilização de equipamentos de proteção individual. “O PPRA é um programa de ação continuada e permanente, um roteiro de ações a serem empreendidas para atingir o objetivo principal de assegurar saúde e segurança ocupacional.”

A lei

Segundo João Pereira da Silva, a equipe de segurança do trabalho do Sast tem como base as normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Ele explica que a NR-9, por exemplo, publicada em 1978 e atualizada em 1994, define como riscos ambientais “os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador”.

A norma considera como agentes físicos, dentre outros, ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes e não ionizantes, bem como infra e ultrassom. Entre os agentes químicos estão relacionados substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo. Bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários e vírus são classificados como agentes biológicos.