Busca no site da UFMG

Nº 1711 - Ano 36
20.9.2010

Vale a pena VERDE NOVO

Jardim doado à UFMG por ex-aluna é replantado
em frente à Biblioteca Central

Igor Lage

Foto: Foca Lisboa

A primavera representa um período de muito trabalho para a divisão de áreas verdes da UFMG. Para aproveitar a chegada do período de chuvas, os jardineiros começam a preparar nesta estação os jardins do campus Pampulha para o plantio de novas mudas e sementes que crescerão ao longo dos próximos meses. Só que neste ano os gramados em frente à Biblioteca Central não terão que esperar tanto: suas novas “habitantes” já são bem grandinhas, algumas chegando a quase 10 metros de altura.

As árvores foram cedidas por Rosalina Borges Guimarães, ex-aluna da Universidade, que as cultivou durante 30 anos no jardim de sua casa. “Essas plantas têm grande valor sentimental para mim”, conta ela. “Conseguir plantas desse porte tem um custo muito alto, por isso ficamos muito felizes com a doação”, afirma o diretor do Departamento de Gestão Ambiental, Geraldo Motta.

Rosalina formou-se na última turma do curso de História Natural da UFMG, em 1974, antes que passasse a se chamar Ciências Biológicas. Na Universidade, conheceu Hércules Antônio Guimarães, seu futuro marido. Depois de casados, Rosalina e Hércules mudaram-se, em 1980, para uma casa no bairro Ouro Preto, onde ela começou a plantar seu jardim. “Talvez ele seja fruto desse sentimento de preservação despertado pelos estudos na UFMG”, comenta Rosalina.

A decisão de doar as árvores que a acompanharam por boa parte da vida foi tomada há algumas semanas, quando Rosalina conseguiu vender a casa, algo que vinha tentando desde 2007, ano em que seu marido faleceu. “O terreno será utilizado para a construção de um prédio e eles teriam que derrubar todo o jardim”, afirma a bióloga. “Falei sobre isso com o José Geraldo, que trabalha na UFMG e também cuidava do meu jardim, e a doação foi aceita.”

Espécies

Entre as plantas doadas por Rosalina, estão palmeiras de diversas espécies, hastes de bambuza, touceiras de ave-do-paraíso, mudas de ixora-anã e dois pés de palmito-doce. Geraldo Motta reforça que essas árvores, além de embelezar os jardins em frente à Biblioteca Central, ajudarão a preservar os gramados, até então muito utilizados como atalhos de acesso à Praça de Serviços.

Para Rosalina, a doação de seu jardim significa uma espécie de retribuição a tudo que a Universidade proporcionou a ela: “Fico muito feliz de saber que as árvores que eu plantei na minha casa agora estão na UFMG. Tenho certeza de que vão cuidar muito bem delas aí”, conclui.