“O que é ser gentil?
Gentileza é um modo de agir, um jeito de ser, uma maneira de enxergar o mundo. Ser gentil, portanto, é um atributo muito mais sofisticado e profundo que ser educado ou meramente cumprir regras de etiqueta, porque embora possamos (e devamos) ser educados, a gentileza se trata de uma característica diretamente relacionada com caráter, valores e ética; sobretudo, tem a ver com o desejo de contribuir com um mundo mais humano e eficiente para todos. Ou seja, para se tornar uma pessoa mais gentil, é preciso que cada um reflita sobre o modo como tem se relacionado consigo mesmo, com as pessoas e com o mundo…” (Rosana Braga)
O post de hoje é uma dica de cinema: o documentário Lixo Extraordinário (Waste Land, 2010) é uma co-produção Brasil/Reino Unido, dirigido pela inglesa Lucy Walker e co-dirigido pelos brasileiros João Jardim e Karen Harley. Recebeu uma indicação ao Oscar de melhor documentário. A ideia surgiu através do artista plástico brasileiro Vik Muniz, que pretendia criar um projeto fotográfico a partir de lixo reciclável com a ajuda dos catadores destes resíduos, de forma que eles fossem diretamente parte da confecção das peças e recebessem algo em troca. O local escolhido foi o Jardim Gamacho, maior aterro do mundo, localizado no Rio de Janeiro. Os catadores foram fotografados e as imagens projetadas no chão e cobertas por materiais encontrados no aterro. As fotografias arrecadaram milhares em um leilão na Inglaterra e grande parte dessa quantia foi direcionada à Associação dos Catadores de Gamacho.
Um dos quadros leiloados. O fotografado é Tião Santos, líder da Associação dos Catadores de Gamacho.
Mais do que colocar em evidência a importância da reciclagem e atentar nossa percepção para o que é de fato lixo e o que pode ser reaproveitado, o filme mostra o quanto o Brasil ainda precisa se conscientizar sobre essa questão. Mas além dos assuntos ambientais, são as histórias e o modo de agir dos personagens os aspectos que mais chamam a atenção no documentário. Antes de encontrá-los, Vik e os demais realizadores esperavam encontrar algumas dificuldades de relacionamento, considerando as condições desagradáveis de seu ambiente de trabalho, porém, foram surpreendidos por pessoas bem humoradas e receptivas, que apesar de não viverem de modo ideal, consideram seu trabalho digno.
Embora tenha havido um estranhamento inicial, à medida que se sentem parte do projeto, os catadores começam a compreender que a arte não está tão distante como imaginado e se deixam afetar por ela. Há uma bonita transformação em sua percepção sobre a arte e sobre si mesmos, eles se mostram satisfeitos ao serem notados, de a atenção finalmente estar voltada para eles.
O documentário aborda as questões centrais do Bocados: meio ambiente, lixo e gentileza. Porém, creio que as duas primeiras, mais óbvias a um olhar inicial, são relegadas a segundo plano quando considerados os diversos exemplos de gentileza; tanto dos realizadores do projeto, com uma iniciativa tão benéfica a Gamacho, quanto dos catadores, seja no carinho e respeito demonstrados entre si ou na dedicação que ofereceram ao trabalho.
Semana passada iniciamos o envio de material promocional da campanha para diversas unidades da UFMG, acadêmicas e administrativas. A ideia é que através de agentes de comunicação, presentes nessas unidades, o conceito da campanha seja colocado e novas ações partam das especificidades de cada unidade da UFMG. Sabemos dos problemas existentes na Universidade, mas acreditamos também que cada um de nós pode fazer um pouco para melhorar ou minimizar os mesmos.
A promoção para sorteio de camisetas da campanha Bocados de Gentileza UFMG foi um sucesso. Várias pessoas acessaram o blog nos últimos dias e postaram seus comentários. A pergunta a ser respondida era: qual é o seu bocado de gentileza diário no trato com as pessoas?
Essas foram algumas respostas premiadas:
“Meu bocado de “Gentileza” é procurar manter ao máximo o Bom Humor, o sorriso e surpreender com delicadezas, mesmo porque sei como adoro ser surpreendida com as mesmas: cumprimento cordial mesmo a desconhecidos, sorriso e elogios sinceros… Vou me exercitando, enxergando as gentilezas sutis e repassando…” – autor do post: Ana Angélica
“Bocados de gentileza são: mesmo com raiva ter paciência com o outro. Oferecer a quem precisa. Cuidar do meio ambiente. Saber ouvir. Não gritar com ninguém. Saber conviver com opinião contrária,opções contrárias,vontades contrárias. Nunca achar que gentileza se encontra numa lista, mas sim no coração e na atitude…” – autor do post: Renan Antunes
“Um bocado de gentileza aqui, mais um pouco ali.
Por menor que seja, gera no desconhecido um sentimento de “acolhimento” indo de encontro ao individualismo que toma conta das metrópoles.
…afinal, gentileza gera gentileza.” – autor do post: Caroline Nobre
Bom, todos os vencedores serão comunicados por email e no mesmo receberão instruções para a retirada do prêmio.
Agradecemos a participação de todas as pessoas. Em breve lançaremos uma nova promoção.
Uma cidade com mais de dois milhões e trezentos mil habitantes. Cerca de 1 milhão de veículos. Cenário que nem sempre facilita a convivência das pessoas. A pressa para chegar aos compromissos e os problemas do cotidiano contribuem para alterar o humor de muita gente.
Dar um bom dia e estar com um sorriso no rosto parecem ser atitudes raras. Mas são pequenos gestos como esses que contribuem para melhorar as relações sociais, seja no trabalho, na escola ou na faculdade.
Na semana de lançamento da campanha Bocados de Gentileza, a TV UFMG produziu uma série de matérias sobre a boa educação dentro da universidade. Atitudes que podem fazer a diferença no trânsito no campus, na preservação do meio ambiente e na forma como o lixo é tratado.
Na matéria que foi ao ar no dia 08 de abril no Circuito UFMG, a repórter Janaina Coelho conversou com pessoas que trabalham com o público. Mesmo com a falta de gentileza de alguns ainda há espaço para a boa educação.