![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() ![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
|
![]() |
![]() |
|||
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
|||
![]() |
||||
![]() |
![]() |
|||
![]() |
![]() |
Primeira
página![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
Segunda
página ![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
Terceira
página![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
Quarta
página ![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
Quinta
página ![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
Sexta
página ![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
Setima
página ![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
Oitava
página ![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
Edições
Anteriores ![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
|||
![]() |
O liberal e os botocudos
Livro
da Editora UFMG resgata documentos de
Teófilo Otoni sobre a colonização do Vale do Mucuri
Carla Maia
lmo.Sr.,
vou aproveitar alguns momentos vagos para cumprir como puder a promessa que
fiz, de fornecer notícias para a Memória que V. Sa. tem de oferecer
ao Instituto Histórico e Geográfico acerca dos selvagens do
Mucuri." Essa frase abre a carta de Teófilo Benedito Otoni a Joaquim
Manuel de Macedo, escrita em março de 1858, sobre os índios
da região do Vale do Rio Mucuri, local onde Otoni empreendia atividades
de desbravamento e comércio. A íntegra do relato pode ser encontrada
no livro Notícias sobre os selvagens do Mucuri, lançado pela
Editora UFMG e organizado pela professora Regina Horta Duarte (foto), do departamento
de História da Fafich.
O livro disponibiliza aos estudiosos da área dois importantes documentos
históricos escritos por uma das principais figuras do cenário
político do Brasil imperial: Teófilo Otoni, político
liberal que fundou e dirigiu a Companhia de Navegação do Rio
Mucuri, entre 1847 e 1860 (leia boxe). Nesse período, realizou intensa
atividade de conquista de territórios e povoamento da região
mineira, originalmente coberta por uma densa vegetação de Mata
Atlântica e ocupada por tribos indígenas nômades, principalmente
pelos botocudos, apelido dado pelos brancos aos índios da região,
devido ao costume de usar botoques nas orelhas e lábios. Durante o
desbravamento, Teófilo Otoni estabeleceu uma estratégia de aproximação
diferente - em vez de recorrer à violência, traço marcante
da relação da sociedade imperial com os índios, ele tentava
aliar-se aos chefes indígenas, conquistando a confiança deles,
o que lhe valia a permissão para construir estradas e fazendas ao longo
do rio.
"Foi um importante fato histórico para Minas, pois abriu uma perspectiva
de crescimento econômico e de integração do interior com
o litoral", explica a professora Regina Horta, que teve acesso aos documentos
através de pesquisas ao acervo do Arquivo Público Mineiro.
Agenciamento
Além do registro sobre a questão indígena, o livro traz
um segundo texto de Otoni, com detalhes do agenciamento de europeus pela Companhia
do Mucuri. O documento é uma resposta às acusações
sofridas por Teófilo Otoni em relação às péssimas
condições enfrentadas pelos imigrantes alemães, suíços,
franceses, belgas e até chineses, que se estabeleceram na região.
Intitulado A colonização do Mucuri - memória justificativa,
em que se explica o estado atual dos colonos estabelecidos no Mucuri e as
causas dos recentes acontecimentos naquela colônia, o relato de Otoni
é uma longa defesa da sua relação com os colonos estrangeiros,
em que o autor justifica as dificuldades do processo de fixação
dos imigrantes.
Além dos dois documentos, o livro traz correspondências do período
- uma carta de Otoni ao então presidente da Província de Minas
Gerais, Francisco Diogo Pereira de Vasconcelos, na qual descreve detalhes
da construção de estradas do Mucuri, e outra escrita por Roberto
Schlobach, engenheiro contratado por Teófilo Otoni, e que traz informações
sobre a conquista do território e os primeiros mapeamentos realizados
por colonizadores. Dois mapas da região completam o volume, sendo que
um deles foi desenhado pelo próprio Schlobach, em 1854.
Responsável pela apresentação, estudo introdutório,
atualização ortográfica dos documentos e pelas notas
explicativas da obra, a professora Regina Horta afirma que o livro vale como
registro de uma época esquecida. "Ele traz à tona documentos
pouco consultados, que dão dimensão da diversidade cultural
do vale do Mucuri no século XIX", conclui a professora.
Um político com espírito bandeirante
|