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Nº 1520 - Ano 32
02.03.2006

UFMG inaugura moradia no Ouro Preto com 318 vagas

Obra custou R$ 7,5 milhões; recursos vieram de saldos positivos do Vestibular

Kleyson Barbosa

UFMG dá um passo decisivo para concretizar o sonho de ter mais uma moradia universitária à altura da sua relevância. No próximo dia 13, às 14 horas, será inaugurado o segundo módulo da moradia universitária, no bairro Ouro Preto, a um quilômetro do campus Pampulha e a 200 metros do primeiro conjunto.

Eber Faioli

Operários trabalham na finalização da nova moradia universitária

Com capacidade para abrigar 318 pessoas, a nova moradia foi erguida em terreno de cerca de sete mil metros quadrados, dos quais dois mil de área construída. “O restante do espaço é ocupado por jardins, áreas verdes e de convívio”, explica o engenheiro responsável pela execução da obra, William Luiz da Silva, ao acrescentar que os prédios foram projetados para manter muitas árvores antigas do terreno.

O custo da obra, iniciada em novembro de 2004, foi de R$ 7,5 milhões, recursos provenientes dos saldos positivos do Vestibular da UFMG repassados por determinação do Conselho Universitário.

O novo módulo da Moradia Universitária é composto por cinco prédios de oito apartamentos com oito quartos cada um, que serão ocupados individualmente. Os blocos possuem sala de estudos coletiva, equipada com computadores. Para evitar o deslocamento das pessoas com necessidades especiais, dois quartos da moradia são reversíveis e podem sofrer alterações, funcionando como uma sala de estudos dentro do próprio apartamento.

Numa comparação com o primeiro conjunto, formado por apartamentos com seis quartos ou quitinetes, o novo módulo teve os aposentos ampliados. Cozinha e sala de convívio são maiores e há uma área de serviço completa, com tanques – a lavanderia comum foi abolida. Os novos blocos também possuem rampas em todos os módulos, para garantir o acesso e facilitar o convívio dos moradores com necessidades especiais.

Vagas
Até então, o Programa Permanente de Moradia Universitária oferecia 390 vagas em Belo Horizonte e 44 em Montes Claros. Em Belo Horizonte, são 294 vagas no módulo Ouro Preto, 56 no Dona Clara e 40 no Santa Rosa.

Com a nova moradia, os prédios Dona Clara e Santa Rosa serão desativados, e os moradores transferidos para o novo módulo. A Fundação Universitária Mendes Pimentel (Fump) fará uma análise para definir a destinação dos edifícios. A desativação ocorrerá porque os apartamentos são adaptados, o que não corresponde inteiramente ao conceito de moradia universitária proposto pela Universidade, que procura facilitar a convivência, preservando a individualidade.

O complexo do bairro Ouro Preto passará a oferecer 612 vagas: 460 destinadas a estudantes carentes, 116 a alunos não-carentes e 36 a visitantes e intercambistas. Só a nova moradia reserva 99 vagas a alunos carentes e oito a não-carentes, conforme decisão do Conselho Diretor de Moradia da UFMG tomada em dezembro passado. Outras 96 vagas serão direcionadas para os moradores de Dona Clara e Santa Rosa. “Além de atender aos moradores dos prédios desativados, o novo módulo responde a uma demanda reprimida, identificada a partir das inscrições recebidas pelo Programa”, explica Maria José Cabral Grillo, presidente da Fump.

O Programa Permanente de Moradia Universitária reserva 60% das vagas a alunos carentes, 30% a não-carentes e 10% a visitantes, intercambistas e professores em trânsito. Contudo, nos últimos anos, o Conselho Diretor optou por destinar cerca de 90% das vagas aos carentes, deixando de oferecer vagas para não-carentes. Este público voltará a ser contemplado com a nova moradia.

Campus em casa
O projeto arquitetônico da nova moradia segue os modernos padrões arquitetônicos do primeiro módulo, inaugurado em fevereiro de 2001, no bairro Ouro Preto. Elaborado por arquitetos do Departamento de Planejamento Físico, Obras e Manutenção (DPFO/DM) e inspirado em experiências de moradias implantadas em universidades francesas (Paris, Lyon, Saint-Étienne, Rennes e Rouen) e brasileiras (USP e UFRJ), o projeto foi aprimorado graças às contribuições dos moradores da Moradia Ouro Preto.

Junto com a coordenação do programa de moradia, eles levantaram sugestões que foram implementadas no novo módulo, como a construção de áreas de serviço e a reserva de mais espaço para as áreas comuns usadas como copa e cozinha. “Trabalhamos com a idéia de se ter o ´campus em casa´, reproduzindo o espaço de aprendizagem da Universidade”, justifica a presidente da Fump, Maria José Cabral.

Terão prioridade para ocupar a nova moradia

1) Os 96 moradores das moradias Dona Clara e Santa Rosa;
2) Alunos que moram em quitinetes do primeiro conjunto do bairro Ouro Preto;
3) Discentes inscritos no Programa Permanente de Moradia Universitária, obedecendo aos seguintes critérios:
- não serem oriundos de Belo Horizonte;
- estarem matriculados em sua primeira graduação, de preferência no primeiro e segundo períodos do curso;
- serem alunos de pós-graduação;
- se assumirem vagas de carente, precisam ter a classificação socioeconômica da Fump.