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Nº 1520 - Ano 32
02.03.2006

UFMG amplia projeto acadêmico
do campus Montes Claros

Ana Rita Araújo

m apenas seis anos, o tradicional colégio agrícola da UFMG, em Montes Claros, transformou-se em campus avançado, com dois cursos de graduação, um mestrado voltado para o desenvolvimento de tecnologias de convivência com o semi-árido do Norte mineiro, e ampla inserção local, por meio de cursos e projetos de extensão.

O marco do novo perfil do Núcleo de Ciências Agrárias (NCA) será a inauguração, nesta terça-feira, dia 7 de março, de uma biblioteca de caráter comunitário, cujo acervo terá condições de atender desde pesquisadores nacionais e internacionais até o produtor rural, segundo informa o diretor, professor Rogério Marcos de Souza.
Dolino Lopes

Fachada da biblioteca comunitária, que atenderá pesquisadores e produtores rurais

Na mesma solenidade, a reitora Ana Lúcia Gazzola lança pedra fundamental do prédio que abrigará o curso de graduação em Zootecnia, criado em 2005, e participa da aula inaugural do mestrado em Ciências Agrárias, com área de concentração em Agroecologia. “O impacto desta primeira pós-graduação stricto sensu do Norte de Minas Gerais será extremamente positivo”, prevê o diretor, ao citar o crescimento de projetos de pesquisa, com a conseqüente captação de recursos financeiros para a região, e o desenvolvimento de tecnologias para pequenos agricultores e extrativistas.

O pró-reitor de Pós-Graduação, Jaime Arturo Ramirez, considera a criação do mestrado em Montes Claros “um atestado de qualidade e do alto investimento que a Universidade faz em todos os setores em que atua”. Ramirez lembra que o campus está localizado em uma região rica em recursos naturais, mas pobre em qualificação de recursos humanos, e a implantação do curso possibilitará o desenvolvimento de pesquisas sobre problemas específicos do semi-árido, ao mesmo tempo em que qualificará a mão-de-obra local.

O pró-reitor destaca que o mestrado em Ciências Agrárias deverá atrair profissionais do Norte de Minas e do Sul da Bahia, sobretudo de órgãos públicos. O curso, que começou com nove vagas, está aberto a engenheiros agronômicos, engenheiros agrícolas, biólogos, médicos veterinários, zootecnistas, geógrafos e geólogos.

Outro aspecto que Ramirez considera fundamental na iniciativa é a fixação, na região, do corpo docente da Universidade. “É natural que pessoas com a titulação dos nossos professores queiram atuar não apenas na graduação, mas também na pesquisa e no avanço do conhecimento”, justifica.

Presença regional
A marcante presença regional talvez seja o maior mérito da nova biblioteca, construída para atender não só as demandas da Universidade, mas também à comunidade externa. Com 600 metros quadrados, o prédio abrigará oito mil livros, dez mil fascículos de periódicos e material audiovisual. “A biblioteca dará suporte ao ensino, à pesquisa e à extensão na área de Ciências Agrárias”, diz Rogério Marcos de Souza, ao ressaltar a importância dela para os cursos do NCA: as graduações em Agronomia e Zootecnia, o curso técnico em Agropecuária, a especialização em Recursos Hídricos e Ambientais, e o recém-criado mestrado em Ciências Agrárias.

Já o prédio que abrigará o curso de Zootecnia terá pavimento térreo de 795 metros quadrados, com cinco salas de aula – duas para 80 alunos e três para 40 alunos cada –, banheiros e os laboratórios de Histologia, Bromatologia e Tecnologia de Produtos Agropecuários. Segundo o engenheiro responsável pela obra, Mauri Lacerda, o prédio terá estrutura capaz de suportar a construção de um pavimento superior.

“O novo espaço vai melhorar a qualidade das aulas teóricas e práticas, uma vez que a construção projetada especificamente para o curso de Zootecnia proporcionará mais segurança e conforto se comparada às demais áreas deste campus, que foram adaptadas para a implantação dos cursos superiores”, afirma o professor Rogério Marcos de Souza. A inauguração da obra está prevista para outubro de 2006.

 

Uma fazenda-escola

O campus da UFMG em Montes Claros é uma fazenda-escola, localizada a sete quilômetros do centro da cidade, com área de 232,32 hectares. Ao lado dos cursos superiores, ainda hoje funciona na Unidade o Colégio Agrícola Antônio Versiani Athayde, criado em abril de 1964 e incorporado ao patrimônio da Universidade em 1968.

Em setembro de 1975, foi instituído o Núcleo de Tecnologia em Ciências Agrárias para implantação de cursos superiores de curta duração em Bovinocultura e Administração Rural, cujas atividades foram encerradas em 1981, ao mesmo tempo em que era reativado o ensino médio para formação de técnicos em agropecuária.

Em 1987, por decisão do Conselho Universitário, a Unidade transformou-se em Núcleo de Ciências Agrárias, sendo incluída no Estatuto da Universidade como Unidade Especial, vinculada à Reitoria.

O ano de 1999 inaugurou as atividades do curso de graduação em Agronomia, formando a sua primeira turma em 2003. No ano seguinte, o NCA iniciou o curso de Especialização em Recursos Hídricos e Ambientais. Criada em 2005, a graduação em Zootecnia recebe este ano sua segunda turma.