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Nº 1565 - Ano 33
12.2.2007

UFMG amplia presença em Tiradentes

Implantação de residência médica e de serviço de telessaúde é a primeira ação direta no município


Ernane Fonseca
Profa. Isabel Antunes
População da histórica Tiradentes gira em torno de sete mil habitantes, mas sua vocação turística atrai fluxo de pessoas três vezes maior

campus avançado que a UFMG pretende implantar em Tiradentes começa a ganhar forma. Nesta segunda-feira, dia 12, a Universidade abre as atividades da Residência Médica em Saúde da Família e do Serviço em Telessaúde, que permitirá a conexão do sistema de saúde pública do município com o Hospital das Clínicas, e apresenta o projeto de implantação do Núcleo de Teleconferência e de Modernização da Biblioteca e da Galeria Miguel Lins.

A solenidade que inaugura as ações da UFMG no município mineiro será transmitida, às 15 horas, por teleconferência. Numa sala da Faculdade de Medicina, no campus Saúde, estarão o reitor Ronaldo Pena, o ministro da Saúde, Agenor Álvares da Silva, e o vice-governador, Antônio Anastasia. Em Tiradentes, reúnem-se a vice-reitora Heloisa Starling, a secretária estadual de Cultura, Eleonora Santa Rosa, e o prefeito de Tiradentes, Nílzio Barbosa.

Às 16 horas, acontece transmissão, também por teleconferência, de demonstração de atendimento clínico no município. Por fim, às 17 horas, haverá, em Tiradentes, apresentação de oito integrantes da Orquestra de Trombones da Escola de Música da UFMG.

As ações materializam parte das propostas do atual Reitorado, que pretende não apenas utilizar os espaços que a Universidade possui em Tiradentes, mas também desenvolver atividades de impacto social. “Temos estudado possibilidades de aproximação com a sociedade e percebemos que a área de saúde tem relevância imediata”, explica Maurício Campomori, diretor de Ação Cultural.

A UFMG planeja criar o primeiro Campus Cultural da América Latina. Organizada em torno de dois eixos estruturantes – atuação social e ações culturais –, a proposta terá como base os quatro edifícios pertencentes à Fundação Rodrigo Melo Franco de Andrade, administrada pela Universidade. O projeto, que ainda será analisado pelo Conselho Universitário, prevê a aplicação de recursos da ordem de R$ 7,2 milhões. “Esta iniciativa pode ser encarada como a primeira ação direta da UFMG em Tiradentes, com impacto para toda a população”, analisa a vice-reitora Heloísa Starling.

Segunda opinião

Os dois projetos na área de saúde terão repercussão imediata sobre o cotidiano do município. Com sete mil habitantes e sem oferta de leito hospitalar, a cidade passa a contar com a presença de dois médicos residentes e com o serviço de telessaúde, que poderá ser usado pela equipe de profissionais locais.

O serviço permite a comunicação direta com médicos do Hospital das Clínicas, para solicitar segunda opinião sobre casos clínicos, o que deve reduzir o fluxo de pacientes encaminhados para cidades maiores. “Por enquanto, ele funcionará em uma das unidades de saúde do município, mas em breve será construído um telecentro na cidade. Os recursos já foram liberados e a obra deve começar em breve”, afirma a professora Ana Lúcia Pimenta Starling, assessora especial da UFMG para a área de saúde.

Já a Residência Médica em Saúde da Família, cujo primeiro módulo começou a funcionar em 5 de fevereiro, é uma parceria com a Prefeitura de Tiradentes. Dois residentes permanecerão na cidade por seis meses, sob orientação de médicos locais. A cada semestre, dois novos residentes se mudam para Tiradentes, dando continuidade ao projeto.

Além dos benefícios sociais, a Residência nesses moldes forma profissionais com uma visão mais ampliada do processo de saúde da família, pois os médicos atuam em três diferentes centros: uma cidade grande, como Belo Horizonte, e duas do interior, sendo uma mais próxima e outra mais distante de um grande centro. A prefeitura oferece moradia e alimentação aos residentes. Conduzida pelo Hospital das Clínicas, a residência em Saúde da Família dispõe atualmente de dois módulos: Belo Horizonte e Brumadinho.

“O projeto é de suma importância para Tiradentes”, avalia o prefeito Nílzio Barbosa. Segundo ele, quando a UFMG assumiu os imóveis da Fundação Rodrigo Melo Franco de Andrade, a vice-reitora o procurou e se mostrou sensibilizada com os problemas sociais da cidade. “Enquanto aguardamos outras ações, teremos o trabalho na área de saúde, que é muito importante”, diz o prefeito, ao destacar que o projeto de telessaúde conta também com a parceria do governo do Estado e do Ministério da Saúde.

Pedro Oswaldo Cruz
Casa Padre Toledo Casa Padre Toledo

Ernane Fonseca
Edifício da antiga cadeia
Edifício da antiga cadeia.


Cultura


Durante o evento em Tiradentes, a UFMG fará uma apresentação dos projetos culturais que propõe para o município, por intermédio da Fundação Rodrigo Melo Franco de Andrade. O primeiro a ser executado é a implantação do Núcleo de Teleconferência e a modernização da Biblioteca e da Galeria Miguel Lins, no Centro de Estudos da Fundação. As obras serão financiadas pelo Ministério do Turismo, que liberou R$ 350 mil.

Também estão previstas a revitalização da Casa Padre Toledo e a instalação do Centro de Pesquisas da Casa Mineira, cujo planejamento de gestão aponta para pesquisas de alta tecnologia com a finalidade de criar espaços históricos em ambiente virtual.

O outro projeto é a criação do Museu de Artes Sacras, no edifício da antiga Cadeia, associado à implantação de curso de pós-graduação em museologia. Em Minas Gerais, não há nenhum curso do gênero, apesar de o Estado deter mais de 60% do patrimônio histórico tombado no Brasil. Já a antiga Câmara (Fórum) deverá abrigar o Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento em Audiovisual.