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Nº 1648 - Ano 35
13.4.2009

Na arquibancada, um microcosmo social

Uma das iniciativas ligadas ao Celar é o Programa de Educação Tutorial (PET Educação Física e Lazer), implantado em 2003. A influência da mídia na educação do torcedor para a Copa de 2014, o lazer no shopping center e o lazer para pacientes internados em hospitais são temas de algumas das pesquisas desenvolvidas pelo grupo.

Entre as vertentes de estudo do Programa está um levantamento sobre o comportamento das torcidas organizadas de Cruzeiro, Atlético e Ipatinga. “O que a gente observa, como resultado preliminar, é o discurso generalista que classifica todas as torcidas organizadas como iguais, associando-as à violência. A violência é um problema social que não existe só dentro do estádio”, afirma o aluno do sexto período do curso de Educação Física André Silveira Gomes, autor da pesquisa. Ele lembra que o trabalho nasceu da percepção de que faltam estudos sobre as torcidas organizadas em Minas Gerais.

O objetivo é compreender como os indíviduos que as constituem se inserem na sociedade. “As pessoas esquecem que o universo das torcidas organizadas não é composto apenas pelas grandes agremiações, como Galoucura ou Máfia Azul: existem torcidas pequenas, familiares, formadas por cinco, 10 pessoas. Torcer é o momento de lazer e de socialização dessas pessoas”, afirma o estudante.

André Gomes vê as grandes torcidas como um importante microcosmo social. “Elas permitem a convivência de pessoas de diferentes grupos sociais – do universitário a um morador de favela”, analisa. Resultados da pesquisa, ainda não concluída, serão apresentados junto com os demais estudos do PET nas 13 mesas temáticas que integram a programação do evento, no domingo, 19, e na segunda-feira, 20, a partir das 14h.