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Nº 1730 - Ano 37
21.03.2011

Sob MEDIDA

DPFP lança caderno digital com especificações para mobiliário usado pela Universidade

Ana Rita Araújo

Comprar mobiliário para ambientes de pesquisa, salas de aula ou setores administrativos nunca foi tarefa fácil na Universidade, pois é preciso conjugar fatores como preço, dimensões dos produtos, qualidade e usabilidade. Por isso, usuários lidam frequentemente com móveis que não cabem nas salas, têm baixa durabilidade ou são inadequados para a finalidade proposta, conta o professor do curso de Design da Escola de Arquitetura Glaucinei Rodrigues Corrêa, que realizou levantamento em todas as unidades acadêmicas e administrativas da UFMG para entender as demandas da área.

A pesquisa foi uma das etapas da elaboração do Caderno de Especificação de Mobiliário, que o Departamento de Planejamento Físico e Projetos (DPFP) da Pró-reitoria de Planejamento acaba de publicar em meio digital. Ele contém descrições pormenorizadas dos requisitos aos quais os diversos tipos de móveis devem atender. O material tem por objetivo oferecer a gestores e usuários uma referência rápida e segura, com o intuito de facilitar o processo de especificação, compra e recebimento de mobiliário, além de contribuir para a aquisição de produtos de qualidade, como explica na apresentação do trabalho o professor José Nagib Cotrim Árabe, então pró-reitor de Planejamento.

Manuscrito

O professor Glaucinei Rodrigues trabalhou em três frentes: coleta de informações nas unidades, para conhecer e analisar as demandas; levantamento e análise das normas técnicas pertinentes a mobiliário e ergonomia; e pesquisa com fornecedores sobre características e padrões de móveis disponíveis no mercado. A intenção, informa o professor, é provocar mudança de comportamento na Universidade: “Se antes a aquisição considerava apenas o melhor preço, de agora em diante será possível também observar especificações adequadas de qualidade e de usabilidade”.

Glaucinei explica que teve o cuidado de indicar características técnicas e construtivas dos móveis de modo a garantir qualidade e uso adequado do produto sem direcionar para qualquer fabricante específico, para não ferir a legislação vigente. “Por esse motivo, optamos por não utilizar desenhos ilustrativos e apresentamos apenas as descrições técnicas de cada produto.” O Caderno também traz um glossário, referências normativas e recomendações para leiautes. “São apenas exemplos, e não padrões, que servem para orientar e ilustrar como pode ser a disposição do mobiliário em determinados espaços”, afirma.

Durante a pesquisa nas unidades, conta o professor, verificou-se que o porta-objeto tradicional, ou seja, sob a mesa ou cadeira, na maioria dos casos, não é utilizado pelos alunos, que deixam seus pertences no chão ou no colo. “Além disso, não garante espaço adequado para acomodação das pernas conforme especificação da norma técnica”, destaca. Como solução para o problema, o Caderno indica o uso de ganchos nas laterais das mesas e carteiras para que o aluno possa pendurar seus materiais.

Referência

Segundo o diretor do DPFP, professor Carlos Alberto Maciel, o Caderno passa a ser referência para todos os setores de compras da Universidade. Atual secretária do reitor Clélio Campolina, a servidora Rosilene Reis Martins foi, por muito tempo, responsável pelo setor de compras do Centro de Comunicação (Cedecom). Ela relembra que as dificuldades na aquisição de móveis começam na descrição que o usuário faz da peça a ser adquirida. “Muitas vezes a pessoa que precisa do mobiliário nem consegue descrever de forma exata o tipo de mesa, armário ou prateleira que quer”, comenta.

Carlos Alberto Maciel anuncia que no segundo semestre será desenvolvido material semelhante voltado para mobiliários especiais, como os usados em laboratórios e bibliotecas, já que o primeiro caderno trata de armários, estantes e escaninhos; balcões e bancadas; cadeiras e poltronas; móveis para sala de aula; estação de trabalho; mesas; e sofá para ambiente de espera. Publicado apenas em versão digital (www.ufmg.br/dpfp/cadernodemobiliario), o Caderno de Especificação de Mobiliário será atualizado periodicamente, com base em novas demandas apresentadas pela Universidade, alterações normativas e novidades do mercado.

Dicas

• É importante fazer um estudo do leiaute do ambiente para que os móveis a serem comprados atendam às necessidades do usuário e às características do espaço.

• Conjuntos individuais independentes (cadeira e mesa separadas) permitem maior flexibilidade do que as carteiras universitárias ou mesas duplas.

• Mesas duplas aproveitam melhor o espaço, porém, em casos de prova, um aluno sentará ao lado de outro, podendo prejudicar a avaliação.

• Carteiras universitárias não permitem grande flexibilidade no leiaute, mas aproveitam bem o espaço e facilitam a organização e limpeza das salas. Ao comprá-las, deve-se especificar se é para uso de alunos canhotos ou destros.

• No caso de gabinetes para professores há variedade maior de tipos de mobiliário que podem ser utilizados. O leiaute dependerá da atividade do professor e de como ele quer configurar seu ambiente de trabalho.

• De acordo com as normas, os assentos para pessoa obesa devem ter largura equivalente à de dois assentos adotados no local e possuir espaço livre frontal de, no mínimo, 0,60m, devendo suportar carga de pelo menos 250 quilogramas.