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Nº 1796 - Ano 39
29.10.2012

Encontro de paralelas

UFMG e instituições francesas reforçam cooperação e temas de investigação comum

Ana Rita Araújo

Mobilidade e governança metropolitanas, parques, acervos, patrimônio e saúde do trabalhador que atua em mineração são alguns dos estudos que envolvem pesquisadores da UFMG e de universidades francesas. Desenvolvidos no âmbito de acordo de cooperação mantido entre o estado de Minas Gerais e a região francesa Nord-Pas de Calais, os projetos integram o programa Ações em Região de Cooperação Universitária e Científica (Arcus), cujo objetivo é estimular a pesquisa e o intercâmbio de instituições das duas regiões.

“Há vários paralelismos que podem ser objeto de investigações comuns”, afirma o professor Roberto Monte-Mór, da Faculdade de Ciências Econômicas, que recentemente publicou trabalho com o pesquisador francês Didier Paris, comparando a governança entre as regiões metropolitanas de Belo Horizonte e de Lille, cidade cuja universidade sedia o Arcus.

O programa envolve diversas instituições mineiras de pesquisa e se divide nos eixos Territórios e Saúde, o primeiro coordenado pelo professor Marco Aurélio Crocco Afonso, do Departamento de Ciências Econômicas, e o segundo pela professora Andrea Silveira, do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina, e diretora de ensino, pesquisa e extensão do Hospital das Clínicas. Enquanto o viés Territórios investiga população em risco, ordenamento e reconversão industrial e econômica dos territórios, o de Saúde abrange as temáticas envelhecimento, telemedicina, hematologia e saúde do trabalhador, focada em doenças profissionais oriundas da atividade em mineração.

Os dois eixos discutem a criação de duplo diploma. Eixos transversais do programa são as propostas de instituição de programas conjuntos; discussões sobre qualidade dos intercâmbios e coerência geral do projeto; línguas e interculturalidade; pesquisa linguística e extensão das ferramentas e suporte.

Mobilidade

Outro viés da cooperação acadêmica entre os dois países resulta de acordo com o governo brasileiro no qual a França oferece, até 2015, dez mil vagas a universitários brasileiros. Mobilidade de professores e alunos e debates em torno de linhas de pesquisa de interesse pontuam o Encontro França-Brasil de Ensino Superior, que acontece esta semana em Belo Horizonte. Além de reuniões de trabalho entre universidades francesas e mineiras, haverá atividade específica para estudantes, com informações sobre oferta de cursos de graduação e pós-graduação, e modalidades de bolsas. Segundo os organizadores, o programa de bolsas Ciência sem Fronteiras, do governo brasileiro, será um dos principais temas em discussão.

Iniciativa do governo francês, o evento acontece simultaneamente em três cidades – Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro –, de 27 a 31 de outubro. Na capital mineira, o encontro será realizado no hotel Promenade Platinum, em Lourdes. O Salão para estudantes acontece nesta terça-feira, 29, das 15h30 às 19h, e é aberto ao público, sem necessidade de inscrições prévias.

Segundo os organizadores, participam do evento os principais polos de ensino superior e pesquisa franceses, “que reúnem universidades de excelência em todas as áreas do conhecimento, além de escolas de engenharia e uma escola de moda”. Os convênios mantidos entre a França e as principais universidades brasileiras permitem intercâmbio em todos os níveis do ensino superior, com validação de créditos e, em certos casos, dupla titulação. “Em função dessas ações, tem se intensificado o intercâmbio de professores e alunos, e a identificação de pesquisas a serem desenvolvidas”, constata Roberto Monte-Mór.

Eduardo Vargas: UFMG vem ganhando visibilidade no cenário mundial

Eduardo Vargas: UFMG vem ganhando visibilidade no cenário mundial

Para o diretor de relações internacionais da UFMG, professor Eduardo Vargas, encontros como esse funcionam como janelas de oportunidades e são fundamentais para estabelecer pontes entre pessoas e projetos com objetivos comuns. “Vários dos nossos convênios bilaterais nascem dessa forma, a exemplo do Arcus”, comenta.

Com relação ao crescente interesse de instituições estrangeiras em estabelecer parcerias com a UFMG, Vargas avalia que isso resulta do aumento da visibilidade da Universidade no cenário acadêmico mundial. “Se ela não estivesse se tornando cada vez mais reconhecida como instituição de primeira linha, não estaria sendo tão assediada”, reitera, acrescentando que simultaneamente a UFMG tem procurado estar cada vez mais presente em encontros internacionais que discutem e viabilizam intercâmbios. “É preciso analisar as propostas e investir naquilo que nos parece mais consistente e academicamente relevante, o que implica forte interação da Diretoria de Relações Internacionais com as unidades acadêmicas e departamentos”, explica Vargas.