Chapa 1 Outra UFMG é possível!
Wander Emediato de Souza |
Rosilene Horta Tavares |
Reitor |
Vice-Reitora |
Foca Lisboa |
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O candidato a reitor, Prof. Wander Emediato de Souza, possui graduação em Letras pela UFMG, mestrado em Estudos Linguísticos pela UFMG e doutorado em Ciências da Linguagem pela Universidade de Paris XIII. É também pós-doutor pela Universidade de Lyon Lumière II (Laboratório ICAR/CNRS). Professor Associado da UFMG, atua na Faculdade de Letras na graduação e na pós-graduação em estudos linguísticos. Foi coordenador do curso de Letras e Vice-diretor da FALE (gestão 2005/2010). Desenvolve pesquisas sobre os discursos sociais, o ensino e as práticas de leitura, e atua na formação de professores. Defende uma pedagogia voltada para o desenvolvimento do pensamento crítico. É consultor de diferentes revistas especializadas da área de Letras e Linguística, organizador de eventos nacionais e internacionais na UFMG nos últimos anos. Delegado Regional da Associação Latino-americana de Estudos do Discurso e líder de grupo de pesquisa do CNPq. Membro da Federação sul-americana de Krav Maga.
A candidata a vice-reitora, Profa. Rosilene Tavares Horta, tem sua vida e trabalho dedicados, desde 1979, à luta pela melhoria da qualidade da educação. Por 23 anos foi professora da educação básica em escolas públicas. Graduada em História (PUC-MG), mestre em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (1995) e doutora em Filosofia pela Universidad Complutense de Madrid (2005). Professora adjunta IV da Faculdade de Educação, atua nos seguintes temas: Sociedade Capitalista Contemporânea; Universidade Pública; Tecnologias da Informação e Comunicação, Trabalho Docente e Didática. É líder do Grupo de Pesquisa Pr@xis/CNPq. Junto ao Programa PRO-DOCÊNCIA/CAPES, coordena Projeto de Formação Docente em tecnologias. Foi Pesquisadora de Produtividade em Extensão Inovadora/CNPq, em projeto de inclusão digital em comunidades pobres de Belo Horizonte. Realiza pós-doutorado no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense/UFF, sobre a história das condições de trabalho e estudo na UFMG, no contexto das políticas públicas para o Ensino Superior.
Veja o programa na íntegra no site www.outraufmgepossivel.com.br
O Programa da Chapa 1 – OUTRA UFMG É POSSÍVEL! – reúne as propostas que acreditamos serem relevantes para o planejamento compartilhado e a defesa da universidade pública e gratuita, autônoma, democrática e de qualidade, socialmente referenciada. A ALTERNÂNCIA é fundamental para nós neste momento, pois permitirá resgatar a reflexão crítica na universidade, necessária para a sua auto-avaliação, incorporar novas ideias e promover uma maior participação na condução de sua missão.
A UFMG alcançou, através dos esforços de seus professores, técnico-administrativos em Educação e estudantes, níveis de excelência que a destacam no cenário nacional. Mas é preciso reconhecer, com franqueza, que há na instituição uma insatisfação crescente quanto às condições de trabalho, de docentes e de técnico-administrativos, e de estudo, e quanto ao atual modelo de gestão verticalizada, gerencial e burocratizada. Precisamos ampliar o diálogo interno para construirmos uma gestão mais compartilhada, capaz de incluir todos os seus talentos na construção coletiva da excelência universitária.
A UFMG pode ampliar a sua riqueza se acreditar mais em sua diversidade. Propomos uma universidade mais participativa, horizontal, humana e menos burocrática, capaz de qualificar o debate interno sobre o papel da universidade pública e de sua responsabilidade na transformação de nosso país. Uma universidade que interaja mais com a sociedade e uma educação que forme sujeitos críticos para a transformação social que o Brasil necessita e reivindica nas ruas.
Conheçam as propostas básicas de nossa candidatura.
I – DEMOCRATIZAÇÃO E AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA
A autonomia universitária é indissociável da democracia interna. E a UFMG deve defender mais a sua autonomia didático-científica, administrativa e de gestão de pessoal, financeira e patrimonial. Essa defesa é de responsabilidade da Administração Central e de todos nós.
O que precisa ser feito:
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Garantir e respeitar a autonomia dos órgãos colegiados da universidade, estimulando uma prática de representação democrática e transparente, que envolva a comunidade e possibilite a todos o conhecimento de suas pautas e deliberações. Promover um novo tipo de diálogo e de construção coletiva como formas fundamentais de se exercer uma gestão pública democrática.
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Realizar o “Congresso Universitário da ufmg”, em 2014, com a participação e representação de docentes, estudantes, técnico-administrativos em educação e representantes da sociedade civil e do Estado brasileiro, para pensar conjuntamente a Universidade do Século XXI e o Projeto de Desenvolvimento Institucional da UFMG.
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Criar o Observatório da Transparência, com participação da comunidade e da sociedade civil, como órgão assessor da Reitoria.
Dar maior transparência à gestão das Fundações de apoio, revendo criticamente o seu papel e seus limites.
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Defender a manutenção dos Hospitais Universitários sob a gestão da universidade. A adesão à EBSERH está sendo questionada, por sua inconstitucionalidade, pelo Ministério Público, pela Procuradoria Geral da União, pelo Conselho Nacional de Saúde e pelos movimentos sociais. As instituições republicanas têm alertado a universidade sobre isso.
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Reverter o planejamento desigual instalado na UFMG nos últimos anos. Não podemos criar na UFMG “ilhas de excelência” e “ilhas de precariedade”. A excelência deve ser para todos. O planejamento compartilhado propiciará que a UFMG construa a sua excelência de forma equalizada e democrática.
II – POLÍTICA DE RECURSOS HUMANOS
Precisamos construir uma Política de Recursos Humanos, hoje inexistente na UFMG, que evidencie compromisso com a melhoria das condições de trabalho, as diretrizes de carreiras, a saúde do trabalhador e a qualidade de vida.
O que precisa ser feito:
- Promover a profissionalização da gestão da universidade, valorizando as competências e as carreiras e qualificando dirigentes e técnicos para o exercício da gestão pública de alta qualidade.
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Criar um novo processo de avaliação de desempenho como um instrumento objetivo de política de pessoal.
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Promover e efetivar um sistema de diálogo permanente entre professores, técnico-administrativos em educação, estudantes, sindicatos, organizações sociais e instituições públicas, destinado à prevenção de conflitos administrativos e laborais.
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Promover a efetiva inclusão dos servidores e estudantes que tenham algum tipo de deficiência (física, mental ou sensorial), adequando os espaços da UFMG aos padrões de acessibilidade, socializando conhecimentos e combatendo todas as formas de preconceito.
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Criar um núcleo de atendimento às vítimas de Assédio Moral.
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Defender os direitos dos docentes e técnicos aos percentuais de insalubridade.
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Quitar as dívidas da UFMG com seus servidores, garantindo os seus direitos.
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Promover a reposição imediata dos docentes aposentados, abrindo os concursos públicos necessários.
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Buscar soluções, de forma honesta e franca, sobre os problemas decorrentes da sobrecarga de trabalho e do “produtivismo burocrático”, dissociando este último da “produtividade inteligente” que respeita a maturação da pesquisa, as especificidades das áreas e a atuação diversa dos docentes na pesquisa, no ensino e na extensão.
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Criar a Assessoria para Projetos de Pesquisa, para dar suporte técnico aos pesquisadores na captação de recursos e na execução administrativa dos projetos.
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Criar política de equalização das condições de trabalho do conjunto dos professores, garantindo a todos as estruturas físicas de trabalho, gabinetes, laboratórios e auxílios.
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Redefinir os critérios para progressão vertical de professores para as classes de associado e titular, desburocratizando-os. A avaliação de desempenho deve ser feita pelos relatórios anuais (INA), que já devem indicar aos docentes o que a instituição espera deles.
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Rever a atual política de alocação de vagas docentes, exageradamente quantitativa, para atender às necessidades dos cursos.
Implementar a jornada contínua de 30 horas para os técnico-administrativos na UFMG, com base no relatório apresentado pela comissão instituída pelo Conselho Universitário.
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Fazer a reestruturação administrativa na UFMG, dando mais qualidade aos serviços e ao trabalho dos servidores.
Envolver os servidores técnico-administrativos em educação nos processos educacionais e científicos da Instituição, investindo em sua formação de graduação e de pós-graduação e viabilizando a sua participação nos processos de gestão. Uma universidade de excelência deve ter em seus quadros técnicos de alto nível.
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Implantar cursos de Especialização e Mestrado Profissional para os Técnico-Administrativos em Educação.
III – CONSOLIDAÇÃO DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO, INTEGRAÇÃO ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO
Nos próximos anos, precisamos consolidar os cursos de graduação e garantir que a expansão de vagas seja feita com qualidade:
O que precisa ser feito:
- Promover um ensino com caráter formador e crítico, para construir, na interação com a pesquisa e a extensão, a autonomia do pensar e do fazer no exercício profissional, na ação social e na reflexão científica.
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Reforçar a cultura humanística e cidadã na formação dos alunos.
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Ampliar a política de bolsas acadêmicas, de auxílio à pesquisa e de extensão, buscando maior equidade na sua distribuição.
Promover a interdisciplinaridade no ensino, na pesquisa e na extensão.
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Diversificar as práticas pedagógicas e flexibilizar os regimes acadêmicos e as atividades curriculares.
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Oferecer estrutura adequada ao Ensino à Distância na UFMG.
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Criar o Programa de Estruturação dos Cursos de Graduação, dotando as salas de aula de infraestrutura tecnológica, ampliando os laboratórios de ensino e de pesquisa, as bibliotecas físicas e digitais e as instalações físicas diversas.
Apoiar o fortalecimento do Instituto de Ciências Agrárias (ICA) de Montes Claros, tornando-o referência regional, dando-lhe os meios necessários para administração autônoma do campus.
IV – CRIAR A POLÍTICA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA, TÉCNICA E TECNOLÓGICA NA UFMG, REFORÇANDO OS CURSOS DE LICENCIATURA E O EBAP
Precisamos construir uma política que valorize os cursos voltados para a Formação de Professores e a educação básica na UFMG.
O que precisa ser feito:
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defender políticas públicas de qualificação e de valorização da Educação Básica e de seus professores.
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Criar o Programa de Fortalecimento das Licenciaturas e o Fórum Permanente das Licenciaturas.
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Apoiar o envolvimento de docentes em pesquisas e atividades relacionadas com o desenvolvimento do ensino e com a formação de professores.
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Instituir a Política Geral de Estágios.
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Dar maior apoio aos centros de ensino – Centro Pedagógico (CP), Colégio Técnico (COLTEC) – que compõem a Escola de Educação Básica e Profissional da UFMG e Teatro Universitário (TU) para que se tornem referência nacional para a Educação Básica e modelo de ensino integral.
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Apoiar a criação de um Mestrado Profissional no COLTEC voltado para a área Técnica e Tecnológica.
V - PÓS-GRADUAÇÃO
Precisamos dar condições aos Programas de Pós-graduação de ampliarem a sua qualificação com autonomia.
O que precisa ser feito:
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Reforçar os programas ainda não consolidados.
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Promover as ações de solidariedade interinstitucionais junto às instituições mais carentes.
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Promover e apoiar as ações de nucleação entre grupos de pesquisa da UFMG com grupos de outras instituições.
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Acompanhar a situação profissional dos egressos dos cursos de pós-graduação da UFMG.
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Prover os pesquisadores, os grupos de pesquisa e os programas de pós-graduação das condições necessárias à sua internacionalização.
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Defender junto ao CNPq a ampliação das bolsas de produtividade para atender à demanda qualificada dos pesquisadores.
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Valorizar a interdisciplinaridade nos programas de pós-graduação.
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Defender, junto às agências de fomento, o aumento do número de bolsas de pós-graduação;
VI - ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL E AÇÕES AFIRMATIVAS
Nos próximos anos, o perfil do alunado da UFMG irá se modificar por força das políticas de inclusão (expansão, cotas, bônus, SISU).
O que precisa ser feito:
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Implementar a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis dentro de um modelo democrático e participativo, com uma diretoria de assistência estudantil e outra de ações afirmativas.
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Ampliar os recursos do PNAES para a assistência estudantil, para oferecer assistência à moradia estudantil, alimentação, transporte, saúde, inclusão digital, cultura, esporte, creche e apoio pedagógico para os estudantes.
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Estruturar a política de Bolsas de Permanência para os estudantes carentes.
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Ampliar as bolsas acadêmicas para inserir os alunos na pesquisa e na extensão.
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Repensar o funcionamento financeiro dos restaurantes universitários, buscando um preço mínimo.
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Garantir os direitos dos estudantes.
VII – RELAÇÃO DA UNIVERSIDADE COM MOVIMENTOS SOCIAIS E COM AS POLÍTICAS PÚBLICAS
A UFMG precisa construir uma relação mais efetiva com os movimentos sociais e com as políticas públicas, resgatando, assim, a sua perspectiva crítica e sua ação política e social.
O que precisa ser feito:
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Defender políticas públicas comprometidas com os avanços sociais que o Brasil necessita, em especial aquelas voltadas para a melhoria das condições da educação, da saúde e dos transportes públicos.
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Criar o Programa de Apoio e Planejamento para a criação de Bibliotecas Públicas de Referência na cidade de Belo Horizonte e Região Metropolitana, em parceria com as municipalidades, para promover o acesso à leitura e à cidadania.
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Criar uma Coordenadoria de Projetos Transdisciplinares de Ações Sociais e Urbanas, reunindo os grupos de estudos e projetos da UFMG voltados para os problemas sociais, educacionais, urbanos e ambientais da cidade e da região.
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Atuar para que a UFMG se firme como liderança na ANDIFES e no fórum das IFES mineiras, em defesa de políticas públicas alinhadas com a transformação das condições sociais do país.
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Ampliar e valorizar o diálogo com os movimentos sociais e as organizações sindicais.
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Criar o Fórum Social da UFMG com ampla participação dos movimentos sociais. Com o fórum social da UFMG, nos tornaremos referência universitária no debate com a sociedade e com os movimentos emergentes da contemporaneidade.
VIII - ARTE, CULTURA, ESPORTES E CONVIVÊNCIA
A UFMG tem os talentos necessários para promover um efetivo renascimento artístico e cultural, projetando-se no âmbito municipal, estadual, nacional e internacional, desde que construa uma Política para a Cultura e as Artes e estimule a participação da comunidade interna e externa.
O que precisa ser feito:
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Institucionalizar a Política de Patrimônio e de Museus na UFMG, contando com a participação, o envolvimento e a experiência acumulada das pessoas que atualmente coordenam e trabalham na Rede de Museus.
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Ampliar os investimentos no Centro Cultural, no Museu de História Natural, na Rede de Museus, no Conservatório, no Festival de Inverno para que possam ampliar suas atividades.
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Promover intercâmbio cultural e artístico com outras universidades, regiões e países, internacionalizando, inclusive, o Festival de Inverno da UFMG, tornando-o, novamente, uma referência nacional no campo das Artes.
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Revitalizar o Centro Esportivo Universitário (CEU) viabilizando-o para uso da comunidade universitária, para esportes e para eventos.
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Ampliar e criar novos espaços de convivência na UFMG, incentivando a realização de atividades que potencializem a socialização.
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Revogar a Portaria 034/2011 e criar as condições necessárias para garantir a convivência universitária e o livre acesso aos campi.
IX – MEIO AMBIENTE, MOBILIDADE E GESTÃO DE SERVIÇOS NOS CAMPI
A UFMG precisa tornar os seus campi mais harmônicos e sustentáveis, com mobilidade e qualidade ambiental e de vida.
O que precisa ser feito:
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Implementar efetivamente a coleta seletiva de lixo em toda a UFMG.
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Qualificar o sistema de transporte coletivo da UFMG, viabilizar a locomoção intercampi, para as Moradias Estudantis e para o Museu de História Natural.
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Defender junto às autoridades municipais, estaduais e federais a construção da linha de Metrô até o campus da Pampulha.
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Apoiar as reivindicações pelo passe livre ou pela tarifa zero para estudantes.
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Implantar um sistema cicloviário até o Campus da Pampulha, em parceria com a Prefeitura, e também dentro dos campi.
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Desenvolver e implantar projetos de utilização de tecnologias para utilização de formas sustentáveis de energia.
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Implementar as Academias da Saúde.
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Criar um Centro Interdisciplinar para Desenvolvimento de Ações de Sustentabilidade (CIDAS).
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Melhorar e qualificar os serviços oferecidos nos campi, como restaurantes, livrarias, cantinas, segurança, estacionamento etc.
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Implementar uma política de segurança para o trabalho.
X - COMUNICAÇÃO
Temos um histórico importante na área da comunicação na UFMG. Mas precisamos institucionalizar nossa política de comunicação e dar os meios para a sua emancipação.
O que precisa ser feito:
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Institucionalizar o CEDECOM.
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Consolidar a Rádio Educativa e a TV UFMG, garantindo-lhes o funcionamento democrático e a plena liberdade de expressão.
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Investir na ampliação e qualificação dos profissionais e dos meios, visando a aprimorar as diversas mídias da instituição.