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Nº 1856 - Ano 40
24.03.2014

Compromisso com a diversidade

Em cerimônia prestigiada por centenas de pessoas, Jaime Arturo apontou o desafio de conciliar autonomia e a crescente percepção de relevância social da UFMG

Da redação

“Uma UFMG contemporânea se faz com respeito ao trabalho das gerações que nos antecederam, com a coragem da mudança no tempo presente e com a obrigação indispensável para o amanhã”, afirmou o novo reitor da UFMG, Jaime Arturo Ramírez, na noite da última quarta-feira, 19, na cerimônia de transmissão do cargo.

Ramírez afirmou que, na fidelidade a esse triplo pertencimento – ao passado, ao presente e ao futuro –, a UFMG forjou o seu ethos; “todavia”, destacou, “a cada geração cabe dar o seu passo, cabe enfrentar os desafios específicos do seu tempo. O que hoje o passado entrega como conquista foi, a seu tempo, o resultado de uma luta, à qual certamente não faltou ousadia”.

Após cumprimentar “com gratidão” os ex-reitores presentes, Ramírez reiterou o “compromisso, inegociável, com uma gestão sempre mais colegiada e transparente, marcada pela escuta qualificada e sempre atenta, o respeito à diversidade e a valorização das diferenças”, que segundo ele constituem princípios aos quais será mantida estrita fidelidade ao longo da gestão.

Para o novo reitor, um dos desafios cruciais será o equilíbrio entre o princípio da autonomia universitária e a percepção da crescente relevância política e social de tais instituições. Ele também apontou metas urgentes. Na dimensão acadêmica, citou a consolidação do processo de expansão, com implantação de políticas de cotas e adesão ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu), além de reiterar o compromisso com a criação de pró-reitoria de Assuntos Estudantis, para facilitar a ampliação dos programas de inclusão e permanência.

Cerimônia

Em sessão pública solene no auditório da Reitoria, Jaime Arturo Ramírez recebeu oficialmente o cargo da professora Rocksane Norton e empossou a vice-reitora Sandra Regina Goulart Almeida. A cerimônia reuniu centenas de pessoas que lotaram o auditório e o mezanino da Reitoria.

Também compuseram a mesa oficial da solenidade os reitores de gestões anteriores Cid Velloso, Tomaz Aroldo da Mota Santos, Ana Lúcia Gazzola, Ronaldo Pena e Clélio Campolina, que dirigiu a UFMG nos últimos quatro anos; o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges Lemos, e o reitor da Universidade Federal de Alfenas, Paulo Márcio de Faria e Silva.

O hino nacional brasileiro foi executado pelo flautista Maurício Garcia Freire e pelo harpista Marcelo Penido, ambos professores da ­Escola de Música da UFMG, que também tocaram a música Senhorinha, de autoria de Guinga, em homenagem à professora Sandra Almeida.

Orquestra afinada

A professora Rocksane Norton afirmou que a missão à frente do Reitorado, “embora inacabada e imperfeita, foi desempenhada com zelo, empenho e dedicação pela coisa pública”. Citou os desafios e alegrias, dizendo que “a maior delas, para todos nós da equipe, foi a de ter participado da orquestra. Não somos mais os mesmos, somos agora bem mais afinados”.

Presente à cerimônia como ministro de Ciência, Tecnologia e ­Inovação, o ex-reitor Clélio Campolina fez breve balanço de sua gestão e destacou que a Universidade é uma “obra coletiva e cumulativa”, como demonstrava a presença de cinco ex-reitores na mesa oficial. Ressaltou que a UFMG é referência nacional em pós-graduação e em internacionalização, marcada pela dimensão solidária.

Representando o governador Antônio Anastasia, a professora Ana Lúcia Gazzola, secretária de estado de Educação e reitora na gestão 2002-2006, afirmou que a UFMG é um celeiro de possibilidades, de oportunidades e de pessoas. E lembrou um conselho recebido de seu pai: “Devemos ser ao mesmo tempo maiores e menores do que o cargo que ocupamos. Menores porque a instituição permanece, e não devemos fazer nada que possa denegrir o cargo; e também não devemos nos reduzir às externalidades do cargo, já que como pessoas somos maiores do que os cargos que ocupamos”.

Na saudação ao novo reitor, o professor Marcos Borato, vice-reitor na gestão de Ana Lúcia Gazzola, afirmou que Ramírez “tem como uma das qualidades principais para a função que vai exercer um carinho especial pela instituição que o formou”.

Borato afirmou que Ramírez “sempre foi sensível, afetivo, generoso e tolerante. Não mudará. Tem a capacidade de ouvir, pacientemente. Respeita a diversidade das pessoas e das ideias. É partidário da democracia e do respeito aos órgãos colegiados que dirigem a Universidade”.

Ao se dirigir ao reitor e à vice, Borato desejou “que esse reitorado seja motivo de deslumbramento pelo novo, pela possibilidade de bem servir à UFMG e à sociedade que a mantém”. Disse ainda: “os professores, os técnicos e administrativos em educação e os alunos esperam de vocês uma condução dinâmica, inovadora e segura, com a afetividade e respeito humano à diversidade que sempre caracterizaram a vida pessoal e acadêmica de vocês dois”.