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Nº 1903 - Ano 41
11.05.2015
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Zirlene Lemos*
Espaço para a expressão da pluralidade de vozes, conhecimentos e experiências, em que o debate se articula com as distintas áreas da extensão universitária. Esse é o perfil da Jornada Anual de Extensão, que chega à 14ª edição para discutir o tema UFMG, espaço de inclusão? Desafios da interação campus-cidade-campo . Em entrevista ao BOLETIM, a pró-reitora adjunta de Extensão, Claudia Mayorga, fala sobre a necessidade de a UFMG aprofundar seu caráter de instituição pública e ampliar o diálogo com a sociedade. Cerca de 900 alunos, entre bolsistas e voluntários, de todas as áreas da extensão, são esperados para o evento, que será realizado na tarde do próximo dia 13, quinta-feira, no auditório do CAD1.
Há tempos, alguns setores da Universidade e da sociedade têm destacado a importância da UFMG integrar-se cada vez mais ao cotidiano da cidade e do campo, assumindo amplamente e de forma permanente seu papel de instituição pública. Essa relação tem ensejado diálogos e ações com instituições e políticas públicas e com atores e setores sociais que se organizam em torno de lutas por democratização da cidade e do campo. Essa relação apresenta dilemas, e um aspecto central é refletir sobre qual papel a UFMG ocupa e quer ocupar nessa interação.
A XIV Jornada da Extensão tem dois grandes objetivos: primeiramente, dar as boas-vindas aos bolsistas de extensão que iniciaram ou reiniciaram suas atividades em março de 2015. Segundo, queremos apresentar a extensão universitária com base em debate de experiências concretas, partindo de um problema comum. Escolhemos a interação campus-cidade-campo com foco na problemática da inclusão. Para tanto, convidamos estudantes bolsistas de extensão para narrarem suas experiências em projetos e programas que abordam temas e problemáticas relacionados ao campo da saúde, às questões indígenas, à reforma agrária, ao meio ambiente e à cultura. Um professor convidado será o debatedor da exposição juntamente com o bolsista. A exemplo do que ocorreu no ano passado, convidados de comunidades nas quais são desenvolvidas ações de extensão apresentarão suas perspectivas.
Uma novidade da Jornada deste ano é a presença dos bolsistas de extensão do campus Montes Claros. Muitas vezes, focamos o debate acerca da inclusão na relação entre universidade e outros espaços, mas é importante incluirmos a relação entre os diversos campi da UFMG. Essa também é uma questão que será contemplada na Jornada.
A inclusão, em suas diversas dimensões, é necessária e urgente e consiste em um processo complexo, que exige a presença de distintas vozes e experiências na construção de posições que colaborem para o fortalecimento e ampliação da democratização das instituições, organizações e comunidades do campo e da cidade, entre elas, a universidade. Avaliamos que as ações de extensão são espaços privilegiados para pensarmos essas questões. Desafios de cunho teórico, metodológico, político e ético estão presentes no cotidiano da extensão, cujo princípio é contribuir para a transformação social.
São diversas as compreensões acerca da inclusão, de como os atores devem participar desse processo e sobre as formas de realizá-la. O debate ganha complexidade e riqueza quando consideramos as distintas áreas da extensão universitária. Avaliamos que a comunidade da UFMG tem produzido conhecimentos e práticas relevantes e inovadores que devem ser compartilhados e debatidos.
Questões relacionadas à inclusão, à relação com a cidade e com o contexto do campo não são problemáticas de domínio de uma única área do conhecimento e exigem o diálogo entre disciplinas e campos do saber, sem abrir mão da interação com a comunidade. Esse último aspecto é central na extensão universitária, que propõe a construção do conhecimento em relação permanente com comunidades, grupos sociais e instituições da sociedade. Também é preciso ressaltar a dimensão acadêmica da extensão e sua contribuição para a formação dos estudantes com base em uma relação dinâmica entre conhecimento acadêmico, saberes não acadêmicos e efetivação da cidadania. Uma universidade conectada com seu tempo não pode isentar-se dessa relação, e tal perspectiva ultrapassa a divisão em disciplinas ou campos restritos de conhecimento.
O tema escolhido integra-se à proposta mais ampla da Proex, que tem buscado construir uma política que possibilite a ampliação da interação com a sociedade. Outra meta é colaborar com o fortalecimento de uma política institucional de direitos humanos na UFMG. Retomamos a iniciativa já desenvolvida em anos anteriores de promover e fortalecer ações por meio de redes interdisciplinares que envolvam atores de nossa comunidade acadêmica para tratar de temáticas de interesse público. Com essas redes, queremos estreitar a relação da instituição com problemáticas da cidade e do campo, reconhecendo que a UFMG também é sociedade e, portanto, espaço de diversidade e cidadania.
*Assessora de Comunicação da Pró-reitoria de Extensão