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Nº 1903 - Ano 41
11.05.2015

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Beleza detalhada

Novo mapa geológico da Chapada Diamantina, em fase de finalização por estudantes de Geologia, contribuirá para incrementar o turismo na região

Teresa Sanches

Acervo pesquisa
Arenito intercalado com siltito está entre os tipos de rochas encontrados pela equipe
Arenito intercalado com siltito está entre os tipos de rochas encontrados pela equipe

Um novo mapa geológico da porção norte do Parque Nacional Chapada Diamantina, na Bahia, está sendo finalizado por estudantes de Geologia da UFMG, na escala de 1:25.000, o que proporciona maior detalhamento sobre uma área de 140 quilômetros quadrados, entre os municípios de Lençóis e Vale do Capão. O trabalho desenvolvido pelos alunos de graduação Pedro Casagrande, Cristiano Souza, Tomas Correa e Lucas de Faria pode contribuir para incrementar o turismo – principal atividade econômica da região –, a exploração de pedras ornamentais e a preservação de recursos hídricos.

Até então, os mapas sobre a Chapada Diamantina, traçados pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), são na escala de 1:100.000, bem menos pormenorizada. Na escala de 1:25.000, cada centímetro corresponde a 250 metros mapeados na porção norte do Parque.

“Essa escala possibilitou acrescentar mais detalhes ao mapa, o que servirá de subsídio para que outros pesquisadores aprofundem seus estudos na região. Eles terão uma referência mais precisa da geologia da Chapada e a comprovação da bibliografia existente”, afirma Pedro Casagrande.

Afloramento

Durante os 28 dias de trabalho de campo, nos meses de janeiro e fevereiro, os estudantes percorreram as trilhas em busca do afloramento das rochas (exposição delas na superfície terrestre). Os materiais foram recolhidos e agora estão sendo analisados no Laboratório de Laminação da UFMG. Essa etapa inclui a identificação dos minerais que compõem as rochas para que sejam denominadas.

Os resultados das análises mostram que foram encontradas rochas de origem sedimentar – em sua maioria arenito e conglomerado, sub-horizontais, o que as mantém com pouca deformação e cores muito bonitas. Também foi comprovada a existência de rochas inéditas, de origem vulcânica, encontradas em uma área de raio de 100 metros.

A presença dessas rochas, explica o estudante Cristiano Souza, não é tão significativa para o mapa, pois essa área é considerada pequena para o mapeamento geológico executado. O aspecto interessante, destaca ele, “é saber que na região, em alguma época, já existiu atividade vulcânica, o que pode servir de base para outras pesquisas”.

O Parque Nacional da Chapada Diamantina, criado em 1985 para preservação das belas paisagens, já foi palco da exploração de diamantes, que se iniciou no século 19. Atualmente, a região, rica em recursos hídricos, é alvo do turismo ecológico.

A expectativa dos estudantes é de que o trabalho possa incrementar as informações e atividades de turismo geológico nos municípios limítrofes ao Parque, com atenção especial às formações rochosas, grutas e aquíferos.

O mapeamento geológico foi orientado pelo professor Fabrício Caxito, do IGC, e contou com parceria da Prefeitura de Lençóis com a Universidade Estadual de Feira de Santana, representada pelo professor Amajori Lolasco. O Parque Nacional da Chapada Diamantina é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação Ambiental, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.