Elias Santos, um dos fundadores da Rádio UFMG Educativa, é o convidado de novo episódio de podcast
O sétimo episódio do Corredor Cultural 174 Podcast, produzido pelo Centro Cultural UFMG, traz um bate-papo com o jornalista Elias Santos, mais conhecido como Elias Sunshine, uma das principais vozes do rádio e da televisão mineira.
Ele apresentou programas como o ‘Casa Aberta’, da Rádio Inconfidência, ‘Caleidoscópio’, da TV Horizonte e Alterosa Esporte, da TV Alterosa. É um dos fundadores da Rádio UFMG Educativa e atualmente apresenta o BH Todo Dia, no Canal Viver Brasil.
Sunshine
No podcast, Elias recorda a origem do nome artístico ‘Sunshine’, que vem da época em que cursava Rádio e TV na UFMG, quando então o professor Fábio Martins propôs um trabalho para finalização de sua disciplina que fizesse uma homenagem aos anos de ouro do rádio.
A turma de alunos teve a ideia de fazer um programa de auditório ao vivo, como acontecia nos anos 1940 e 1950, inspirado no Chacrinha. Elias foi escolhido para ser o apresentador e dali nasceu o ‘Elias Sunshine’, um dos primeiros projetos de extensão do curso de Comunicação, em 1995.
Estudos
O jornalista conta que não encontrava muitos estudos e referências a respeito dos programas de auditório na Comunicação e decidiu aprofundar as pesquisas nessa temática em sua dissertação de mestrado.
Na conversa do podcast, ele percorre por nomes importantes que fizeram história à frente desses programas, como Chacrinha, Flávio Cavalcanti, Bolinha e Silvio Santos. É interessante considerar que esse modelo de entretenimento, que nasceu no rádio nos anos 40, continua fazendo sucesso nos dias atuais.
Desafios
Elias relata os desafios que encontra diariamente em seu programa como apresentador e o compromisso de esclarecer o básico para as pessoas ao transmitir uma informação.
“A gente precisa explicar algumas coisas para essa classe média brasileira, porque ela às vezes se beneficia de projetos da Lei de Incentivo à Cultura e ao mesmo tempo vai nas redes sociais e detona as leis de incentivo à cultura,” menciona um exemplo.
“Então um pai e uma mãe que levam um filho para um evento na praça, com palhaço e tal, ou um teatro na praça, aquele teatro provavelmente tem Lei de Incentivo à Cultura”, complementa.
Jornalismo clássico
O apresentador afirma que sente falta do jornalismo clássico nos dias atuais, ao comentar sobre os podcasts com formato ao vivo e com a interação do público da internet.
“Eu acho complicado um podcast durar cinco horas, sabe?”, diz Elias. “Ninguém vai acompanhar, durante cinco horas, uma entrevista. E ninguém vai conseguir falar, de uma forma coerente, e entrevistar também, durante cinco horas”, prossegue.
“A gente precisa voltar um pouco, beber um pouco no clássico do jornalismo e ser um pouco mais objetivo”, avalia.
Memórias
Elias relembra todo o processo de implementação da Rádio UFMG Educativa, que foi ao ar no dia 6 de setembro de 2005, suas dificuldades com as questões técnicas e burocráticas dentro e fora da Universidade.
Por ser um dos poucos alunos da UFMG formado em Rádio e TV e ter experiência no rádio, foi convidado pela professora Maria Céres Pimenta Spínola Castro, diretora do Centro de Comunicação da UFMG (Cedecom) na época, para tocar o projeto.
Mudanças
O jornalista diz que, com a chegada da internet, de 2000 pra cá, o rádio está mudando. “Nós temos em FM duas emissoras em nível nacional que são notícias 24 horas”, relata. “Quando eu formei, em 95, era impossível você pensar uma emissora de rádio FM tocando notícia o tempo inteiro. Era música.”, observa.
“O rádio, hoje, fala mais e aí você volta lá nos clássicos, você volta lá na origem, que é o que? O rádio nasceu falado, o rádio nasceu muito falado”, prossegue. “Então, hoje, com essa questão, o que faz sucesso no podcast?, questiona. “Ninguém tem um podcast para tocar música e o rádio tá de olho nisso”, conclui.
Ouça o podcast na íntegra e conheça um pouco mais sobre a trajetória do ‘Sunshine’:
Corredor Cultural 174 Podcast
Corredor Cultural 174 Podcast é um projeto que disponibiliza mensalmente no Spotify conversas com artistas, músicos, escritores, cineastas, agentes culturais e demais pessoas que pensam, respiram e produzem cultura. “Corredor”, pelo fato do Centro Cultural UFMG estar situado no corredor cultural Praça da Estação e também no sentido de espaço de passagem, onde transitam ideias, movimentos e expressões artísticas em Belo Horizonte. “Cultural”, pois a temática será sempre cultura e “174” é o número de localização da instituição na Avenida Santos Dumont.