Exposição reúne obras que ilustram antologia bilíngue afrocolombiana

Exposição reúne obras que ilustram antologia bilíngue afrocolombiana

O Centro Cultural UFMG convida para a abertura da exposição ‘Poesia Afrocolombiana’, idealizada pela professora, poeta e editora Sônia Queiroz, na sexta-feira, dia 29 de setembro de 2023, às 19 horas. A mostra reúne gravuras e aquarelas e poderá ser vista até 05 de novembro de 2023. A entrada é gratuita e tem classificação livre.

Antologia bilíngue

A mostra é motivada pelo lançamento da antologia bilíngue de mesmo título, resultado de pesquisa, seleção, tradução e edição de poemas escritos por afrocolombianos, seguidos de ensaios sobre essa poesia, reunidos em livro da série ‘Patrimônio Vivo’, da Editora UFMG.

Série Patrimônio Vivo

A série Patrimônio Vivo, publicada pelo selo Incipit e dirigida pelas docentes Ana Utsch e Sônia Queiroz, tem como principal objetivo promover a circulação de estudos desenvolvidos no âmbito do patrimônio gráfico e das culturas afro-indígenas no espaço latino-americano, incitando a aproximação entre o Brasil e o mundo hispano-americano.

Seguindo essa orientação, o trabalho de pesquisa e edição da antologia contou com a colaboração da pesquisadora Graciela Maglia, do Instituto Caro & Cuervo, órgão do Ministério da Cultura da Colômbia, e a publicação foi realizada em coedição com a Editorial Javeriana, de Bogotá. Os e-books da série Patrimônio Vivo são disponibilizados gratuitamente.

Obras

As gravuras e aquarelas expostas foram criadas para ilustrar a antologia. As linoleogravuras de Tales Sabará retratam em preto e branco os dez poetas selecionados para representar a poesia afrocolombiana escrita desde o século XIX até o XXI: Candelario Obeso, Jorge Artel, Óscar Delgado, Clemencia Tariffa, Kenia Martínez Gómez, Luis Haroldo Turizo Jiménez, Helcías Martán Góngora, Alfredo Vanín, Mary Grueso Romero e Tulio Guillermo Diuza Yori.

As aquarelas de Murilo Pagani apresentam as formas e cores de dezenove frutas tropicais presentes na natureza da Colômbia e do Brasil, das quais dez estão presentes em poemas da antologia. Os dois artistas visuais convidados são ex-alunos da Escola de Belas Artes da UFMG.

Serão expostos também cadernos artesanais com reprodução de um poema, em espanhol e em português, nas primeiras páginas, e gravura ou aquarela na capa. Os cadernos artesanais foram produzidos em parceria com Iara Queiroz – ateliê Pergaminho Encadernações, durante o período de isolamento social, em 2020.

Na TV, será exibido o trailer do documentário Negro Soy: la vida de Jorge Artel (um clássico da poesia afrocolombiana), dirigido pelo colombiano Álvaro Serje e lançado em 2021, e serão apresentadas leituras de poemas gravadas em espanhol e em português, pelos poetas Ricardo Aleixo e Sônia Queiroz, bem como adaptação musical de tradução presente na antologia, pelo músico Valter de Mesquita.

A expografia é de Flávio Vignoli, designer e doutorando em Artes na UFMG.

Sônia Queiroz é poeta, editora e professora aposentada da Faculdade de Letras da UFMG, onde atua (hoje como voluntária) na área de edição e na área cultural, tendo coordenado o Centro de Memória da Faculdade de Letras de 2017 a 2019, dirigido a Ação Cultural da UFMG de 2012 a 2014, o Centro Cultural UFMG de 2010 a 2011, e a Editora UFMG de 1986 a 1995. Desde 1983, como professora da Faculdade de Letras da UFMG, atuou com oficinas de criação de textos de vários gêneros, incluindo a poesia e o conto, oral e escrito. Destacam-se seus livros de poesia O sacro ofício, Prêmio Cidade de Belo Horizonte 1980, e Relações cordiais, publicado em 1987, na Coleção Poesia Orbital, edição comemorativa do Centenário de Belo Horizonte, e mais recentemente, Signos, composto e impresso em tipografia, com tiragem limitada. Licenciada e Mestre em Letras pela UFMG e Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, desde o início dos anos 1980 vem se dedicando à pesquisa sobre remanescentes de línguas africanas em Minas Gerais, tendo publicado, pela Editora UFMG, os livros Pé preto no barro branco: a língua dos negros da Tabatinga (1998) e Palavra banto em Minas (2019), ambos de acesso livre em e-book.

Tales Sabará é Bacharel em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da UFMG, Mestre em Estudos Curatoriais pela Universidade de Coimbra, e atualmente vive e trabalha em Londres. Participou de 80 exposições em diversos países – Brasil, Portugal, França e Inglaterra – e recebeu 21 premiações em salões de arte. Em 2017, trabalhou para a galeria de arte La Maison Rouge, em Paris – França, e foi assistente do artista Christian Boltanski durante a exposição intitulada “Étranger Résident”. Em 2023, foi finalista do concurso “Prix de dessin Pierre David-Weill”, em Paris. A prática artística de Tales Sabará é voltada para temas ligados à memória, morte e histórias cotidianas. Utiliza recorrentemente técnicas como desenho, gravura, pintura e colagem.

Murilo Pagani estudou Artes Plásticas na Escola de Belas Artes da UFMG e desenvolve seu trabalho na área de artes visuais e produção cultural desde 1980. Como artista visual participa de exposições individuais e coletivas; ministra cursos de desenho, pintura, aquarela, modelagem em argila e encadernação. Foi cenógrafo, figurinista, aderecista e diretor de arte no cinema e no teatro. Atualmente, vive no sertão baiano, dedicado a produzir arte.

Exposição ‘Poesia Afrocolombiana’
Curadoria: Sônia Queiroz
Linoleogravuras: Tales Sabará
Aquarelas: Murilo Pagani
Encadernação: Iara Queiroz
Abertura: 29 de setembro de 2023 | às 19 horas
Visitação: até o dia 05/11/2023
Terças a sextas: 9h às 20h
Sábados, domingos e feriados: 9h às 17h
Espaço Experimentação da Imagem
Classificação indicativa: livre
Entrada gratuita

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Lembre-se: é recomendável o uso de máscara nos espaços do Centro Cultural UFMG mesmo para imunizados