Podcast Leituras com Adriana Sales aborda a escritora inglesa Jane Austen

Podcast Leituras com Adriana Sales aborda a escritora inglesa Jane Austen

No quinto episódio do Podcast Leituras tivemos um bate-papo com Adriana Sales, doutora em Estudos Linguísticos e presidente da Jane Austen Sociedade do Brasil, que compartilha suas experiências com a leitura, a literatura, suas pesquisas e paixão pela autora de “Razão e sensibilidade”, “Orgulho e preconceito”, “Emma” e “Persuasão”.

A convidada relata que conheceu a obra da escritora inglesa na graduação em Letras e que na época estavam em evidência adaptações de filmes e séries do livro Orgulho e preconceito.

Em uma viagem à Nova Iorque adquiriu a coletânea da autora e em 2005 começou a participar de grupos de discussão “Austenianos” pelo Orkut, que contavam com dez mil membros em língua portuguesa. Essa paixão levou-a a fundar a Jane Austen Society of Brasil, nos moldes das sociedades da América do Norte, Austrália e Reino Unido.

Questões femininas
No podcast, Sales faz uma reflexão sobre a importância da obra de Austen para o entendimento das questões femininas, já que ela escreveu numa época em que somente os homens publicavam livros, narrando, inclusive, histórias de mulheres.

Ela diz que a autora enfrentou vários preconceitos e seus primeiros exemplares foram publicados sob o pseudônimo de “By Lady”. A escritora deu voz às mulheres da época e posicionou as personagens femininas como protagonistas, realizando, dessa forma, um registro da sociedade de seu tempo.

Popularidade
A professora destaca que a popularidade da escritora cresceu com a internet, mas foram as adaptações audiovisuais de seus livros que reforçaram o incessante apelo comercial por suas obras, transformando-a em uma expressão da cultura pop e uma espécie de superstar.

Essa popularização fez com que crescesse o número de seus fãs pelo mundo, surgindo assim o “fandom” virtual da autora, que significa reino dos fãs, termo que faz a junção das palavras “fan” e “kingdon”, explica.

Adaptações
Adriana Sales ressalta o grande número de produções audiovisuais inspiradas na obra de Austen, que apesar de não agradar aos fãs mais puristas, conseguem alcançar novos públicos e fazer muito sucesso.

Ela cita como exemplo a série “Bridgerton”, da escritora Julia Quinn, que embora saia um pouco do contexto histórico da época, faz escolhas certeiras ao retomar o estilo e introduzir elementos mais modernos na trama.

Na referida série há personagens negros membros da nobreza, o que na Inglaterra do período regencial seria impossível, mas agrada ao público da atualidade.

Para finalizar, a pesquisadora sugere aos interessados em começar a ler Jane Austen os livros Orgulho e preconceito, Razão e sensibilidade e A Abadia de Northanger, que são da primeira fase da autora e têm histórias mais leves. Emma e Persuasão são livros mais profundos, que têm falas muito marcantes sobre as questões históricas da Inglaterra, diz.

Adriana Sales 
Adriana Sales é graduada em Letras-Inglês pela Universidade Federal de Minas Gerais. É Doutora em Estudos Linguísticos, também pela UFMG, com tese sob o título: “Jane Austen e seu fandom digital: emergências e propiciamentos em um sistema adaptativo complexo.”

É presidente da Jane Austen Sociedade do Brasil desde 2009, escreve no blog Jane Austen Brasil desde 2008, é autora de diversos capítulos de livros e artigos sobre a escritora, além de ter traduzido Emma, Mansfield Park e Razão e Sensibilidade. Atualmente é membro da JASNA (Jane Austen Society of North America) e JASA (Jane Austen Society of Australia).

Ouça o podcast na íntegra:

Disponibilizamos, ainda, os artigos de Adriana Sales “O universo feminino nas obras de Jane Austen” e “A identidade feminina na obra ‘Orgulho e preconceito’ de Jane Austen” para leitura no Issuu.

Conheça a Jane Austen Sociedade do Brasil.

Podcast Leituras
Uma vez por mês no Spotify do Centro Cultural UFMG.