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O que a superlua tem de tão especial?

20 de abril de 2021

 

A Lua quase não passa despercebida no céu noturno, principalmente quando está cheia. Por ser o único satélite natural da Terra, ela aparece em diversos registros históricos e seu ciclo lunar serve como marcador de tempo há milênios. Nos dias atuais, esse astro costuma ganhar atenção especial quando o fenômeno chamado superlua está para acontecer. Mas o que há de extraordinário nesse evento?

 

Créditos: NASA

 

A superlua acontece quando a Lua está em sua máxima aproximação da Terra e, ao mesmo tempo, quando, em fase cheia, o lado que sempre vemos está todo iluminado pelo Sol. Mas, como assim a Lua se aproxima da Terra? Calma, ela não vai se chocar com a gente!

 

Essa aproximação ocorre pelo formato elíptico da órbita lunar, algo como um círculo achatado. Isso significa que sua distância em relação à Terra varia, como mostra a figura abaixo:

 

Órbita lunar em torno da Terra tem o formato de uma elipse

 

A órbita da Lua tem dois pontos que são nomeados apogeu e perigeu. O primeiro termo se refere à posição de máxima distância em relação à Terra, enquanto o segundo corresponde à posição de máxima aproximação. Durante o perigeu, a Lua está a aproximadamente 362 mil quilômetros da Terra, enquanto no apogeu a distância é de 405 mil quilômetros. 

 

As distâncias máxima e mínima entre a Terra e a Lua não são exatas, pois mudam devido à influência gravitacional do Sol e de outros planetas. Tal variação interfere na maneira como enxergamos a Lua daqui, já que o tamanho dos objetos que vemos muda conforme estão mais próximos ou distantes de nós (afaste seu dedo desde a ponta do seu nariz até seu braço ficar esticado para perceber).

 

Independentemente de onde você esteja na Terra, você sempre verá a mesma fase (e face) da Lua. Como o tamanho aparente da Lua está relacionado à posição dela em relação à Terra, pode acontecer também que o nosso satélite esteja na posição de perigeu (ou apogeu) durante as fases crescente, minguante ou nova, além da cheia.

 

E… será que é possível notar essa diferença de tamanho a olho nu? 

 

Estando 43 mil km mais próxima, a Lua também crescerá no nosso céu. Esse aumento de tamanho não é tão perceptível, porque pode ser, no máximo, 14% maior ao da Lua mais distante. Esse “crescimento” não acontece de uma noite para outra, mas podemos notar a diferença ao comparar as Luas cheias perigeana e apogeana na imagem a seguir:

 

À esquerda, fotografia da superlua do dia 5 de maio de 2012, à direita, da Lua apogeana de 28 de novembro de 2012. Créditos: NASA

 

Outra diferença entre uma Lua cheia normal para a superlua está na iluminação. Isso acontece porque algumas Luas cheias perigeanas podem ser até 30% mais brilhantes do que as Luas cheias apogeanas.

 

Algumas teorias sugerem que superluas podem causar eventos naturais dramáticos, como terremotos massivos e erupções vulcânicas. Contudo, quando comparamos com outros momentos do ciclo lunar, os desastres naturais não são mais comuns quando há Lua cheia mais próxima. A Lua influencia sim nas marés oceânicas, e a diferença de 43 mil km afeta, porém, nada significativo, apenas alguns centímetros, no máximo.

 

Superluas acontecem por volta de 3 ou 4 vezes ao longo do ano. Gostaria de se programar para não perder a próxima? É só consultar o calendário astronômico do Espaço do Conhecimento UFMG bem aqui.

 

Saiba mais:

  1. https://solarsystem.nasa.gov/news/922/what-is-a-supermoon
  2. https://moon.nasa.gov/news/132/supermoon-frequently-asked-questions
  3. https://apod.nasa.gov/apod/ap161113.html
  4. https://www.nhm.ac.uk/discover/what-is-a-supermoon.html 

 

[Texto de autoria da Samantha Jully, estagiária do Núcleo de Astronomia]