Vacinação, prevenção e informação: da varíola à COVID-19 – Espaço do Conhecimento UFMG
 
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Vacinação, prevenção e informação: da varíola à COVID-19

 

Em 31 de dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi formalmente notificada sobre um grupo de casos de pneumonia na cidade de Wuhan, lar de 11 milhões de pessoas e o centro cultural e econômico da China Central. A disseminação da doença foi rápida, chegando a 282 casos confirmados apenas 10 dias depois. Descobriu-se, então, que se tratava de uma nova doença infecciosa, e o vírus causador foi isolado em 7 de janeiro de 2020. Seu genoma (a sua “identidade genética”) foi sequenciado e divulgado no dia 12 do mesmo mês, permitindo a descoberta do Sars-CoV-2, conhecido popularmente como Novo Coronavírus. Desde então, a doença que ficou conhecida como COVID-19 se espalhou rapidamente por todo o mundo, e até julho de 2021 já havia causado mais de 4 milhões de mortes.

 

Mas essa não é a primeira vez que uma nova doença surge e assola milhões de pessoas. A História nos conta que a humanidade já foi atingida por diversas epidemias e pandemias durante sua passagem pelo mundo. Aqui, chamaremos atenção àquela que foi a maior epidemia do século XX, que causou mais mortes do que muitas guerras, incluindo as mundiais: a epidemia da varíola. A varíola foi uma doença infecciosa grave que afetava exclusivamente os seres humanos. Assim como a COVID-19, sua transmissão ocorria de pessoa para pessoa por meio das vias respiratórias. Estima-se que, apenas no século XX, a varíola somou mais de 300 milhões de mortos em todo o mundo. Felizmente, em busca de formas de combater essa doença, surgiu uma nova tecnologia que mudaria para sempre a história da humanidade no combate a diversas doenças: as vacinas.

 

Créditos: Creazilla

 

Foi graças a essa nova invenção, ao seu aperfeiçoamento ao longo dos anos e à criação de programas de vacinação eficientes por todo o mundo, associados a outras medidas e ações, que a OMS pôde declarar a varíola erradicada em 1980. No Brasil, graças à coordenação de diversos esforços e à criação da Campanha de Erradicação da Varíola (CEV), a vacinação levou a uma redução de 9.600 casos e 160 mortes, em 1962, para 3.623 casos e 20 mortes, em 1966.

 

Créditos: Ministério da Saúde/Flickr

 

Voltando à pandemia da COVID-19, logo que se entendeu a gravidade da doença, iniciou-se uma corrida mundial em busca do desenvolvimento de uma vacina que pudesse combatê-la. Graças ao sucesso dessa empreitada, assim como foi para a varíola e para muitas outras doenças infecciosas, as vacinas são hoje a principal solução para o controle do Novo Coronavírus. Mas você sabe do que as vacinas são feitas?

 

Geralmente, quando somos infectados por um novo organismo causador de doença, como o coronavírus, nosso corpo demora um certo tempo até desenvolver estratégias de defesa eficazes contra ele. Até que essa preparação aconteça, porém, pode ser que o invasor nos deixe doentes. As vacinas são formulações que contêm partes enfraquecidas ou inativas de um determinado organismo causador de doença. Essas partes, também chamadas de antígenos, não são capazes de nos deixar doentes, mas servem para ativar as células do sistema imunológico: o nosso sistema de defesa. Com essa ativação, nossas células “estudam” esse antígeno e desenvolvem estratégias de defesa eficientes contra o “invasor”. Dessa forma, as vacinas não impedem a contaminação pelo causador da doença – mas se essa contaminação ocorrer e você estiver vacinado, seu corpo estará mais bem preparado para enfrentá-lo. Assim, diminuem os casos graves e as mortes pela doença.

 

As vacinas contra a COVID-19 atualmente disponíveis foram desenvolvidas a partir de diferentes tecnologias de produção, mas todas passaram por vários testes rigorosos e provaram ser seguras. Aliás, a vigilância e o monitoramento das vacinas não acabam quando ela é aprovada: as vacinas continuam sendo estudadas por anos, para identificar possibilidades de aprimoramento ou possíveis riscos.

 

Créditos: Pixabay

 

Como dito anteriormente, a vacinação não te impede de se infectar pelo vírus, mas melhora suas defesas contra ele. Apesar disso, a reação do sistema imune ativada pelas vacinas é individual e dependente de vários fatores. Por isso, em alguns casos, mesmo as pessoas vacinadas ainda podem ficar doentes – o que não significa que as vacinas não funcionam. Além disso, é preciso lembrar que existem grupos de pessoas que não podem tomar certos tipos de vacina – seja por não estarem na faixa etária alvo da vacinação, seja por possuírem outras doenças. Assim, entendemos que a vacinação, apesar de parecer uma ação individual, é um exercício coletivo, pois protege não apenas as pessoas vacinadas, mas também a todos ao seu redor.

 

É através da imunização de um alto percentual da população que conseguiremos diminuir a circulação do vírus e sua taxa de transmissão, até eventualmente chegar à erradicação da doença. Enquanto não for atingido esse alto percentual, o vírus continua circulando e pessoas continuam ficando doentes – principalmente aquelas que ainda não foram vacinadas. Por isso, as medidas de prevenção como uso de máscaras adequadas, cuidados com a higiene e evitar aglomerações ainda são necessárias para conter a contaminação e proliferação do vírus, mesmo após a vacinação.

 

Por isso, quando chegar a sua vez, dirija-se ao local de imunização mais próximo e vacine-se contra a COVID-19! Se a sua vacina não for de dose única, também é fundamental que você retorne para tomar a segunda dose. Todas as vacinas são seguras e eficazes e é necessário nosso esforço coletivo para o controle da pandemia.  E enquanto a situação não for controlada, continue seguindo as demais medidas de segurança. Além disso, cuidado com as fake news! Muita desinformação acerca desse assunto tem sido compartilhada nas redes sociais: sempre busque informação em fontes confiáveis.

 

Créditos: Pedro Gontijo/FHEMIG

 

[Texto de autoria de Bernardo Henrique Mendes Correa1, Cristhian Dias Gomes2, Evelyn Cristine dos Santos Álvares3, Juliana Naime de Araújo4, Yan Nicolas São Thiago5]

 

[1] Bernardo Henrique Mendes Correa (Bolsista do Núcleo de Ações Educativas, Acessibilidade e Estudos de Público)

[2] Cristhian Dias Gomes (Estudante do curso de Ciências Biológicas UFMG)

[3] Evelyn Cristine dos Santos Álvares (Estagiária do Núcleo de Ações Educativas, Acessibilidade e Estudos de Público)

[4]  Juliana Naime de Araújo (Bolsista do Núcleo de Ações Educativas, Acessibilidade e Estudos de Público)

[5] Yan Nicolas São Thiago (Bolsista do Núcleo de Ações Educativas, Acessibilidade e Estudos de Público)

 

Para saber mais:
Este texto está inserido nos esforços da Campanha Museus pela Vida, promovida pelo ICOM (International Council of Museums Brasil), que tem o intuito de mobilizar as instituições museais para a defesa da prevenção e imunização contra a COVID-19. O ICOM Brasil elaborou uma lista de links onde você encontra informações confiáveis sobre vacinas, distanciamento social, máscaras e o coronavírus. Você pode acessar essa lista de conteúdos confiáveis aqui.

 

REFERÊNCIAS DO TEXTO: