Você já pensou em morar em outro planeta? Conheça exoplanetas que podem abrigar vida!
17 de junho de 2025
Por Gabriela Costa,
estudante de ciências biológicas e estagiária do Núcleo de Astronomia do Espaço do Conhecimento UFMG
Segundo o famoso astrônomo Carl Sagan: “Quando dizemos que a procura pela vida em outros locais é importante, não garantimos que será fácil encontrá-la, somente que é uma procura muito valiosa”. A busca por sinais de vida extraterrestre sempre despertou nosso interesse, seja na representação de alienígenas nas telas de cinema ou nas extensas pesquisas acadêmicas na astrobiologia – ciência que estuda a origem, evolução e futuro da vida. Nesse contexto, um dos pontos de partida dessa investigação são os exoplanetas, planetas externos ao nosso Sistema Solar e que orbitam outras estrelas. Alguns deles apresentam características que os tornam candidatos promissores a abrigar formas de vida, as quais abordaremos ao longo do texto.
O estudo de planetas possivelmente habitáveis se baseia na identificação de condições físicas, químicas e ambientais semelhantes à Terra, fora do nosso Sistema Solar. No caso dos exoplanetas, a anos-luz de distância de nós, fatores como a composição da atmosfera planetária, temperatura, gravidade e luminosidade são essenciais no contexto da habitabilidade.
Representação artística de exoplanetas potencialmente habitáveis atualmente conhecidos, organizados em ordem crescente de distância da Terra em anos-luz. (Créditos: PHL @ UPR Arecibo).
A investigação sobre a habitabilidade de um planeta geralmente começa pela análise da Zona Habitável, ou seja, região ao redor da estrela em que a temperatura permite a existência de água líquida na superfície do astro. A água é, sem dúvidas, um elemento que se mostrou essencial para a existência da vida como conhecemos. Em nosso Sistema Solar, a Zona Habitável se estende entre a órbita de Vênus e a órbita de Marte. Entretanto, podemos concluir que apenas estar dentro deste limite não garante a existência de vida no corpo celeste, já que nosso satélite natural, que também se encontra no meio da faixa habitável, ainda se mostra inabitável. Além disso, a zona pode variar de acordo com o tamanho e forma da estrela.
Ilustração de comparação entre a zona habitável do sistema planetário TRAPPIST-1 e nosso Sistema Solar. (Créditos: ESA).
Atualmente, o exoplaneta possivelmente habitável mais próximo da Terra se encontra na órbita de nossa estrela vizinha Proxima Centauri, a estrela mais próxima do Sol. Proxima Centauri B, nome dado ao exoplaneta, teve sua descoberta anunciada em 2016 e possui 1,07 vezes a massa da Terra. O planeta está localizado a 4,3 anos-luz de distância da Terra, ou seja, aproximadamente 40 trilhões de km de nós, na direção da constelação do Centauro.
Concepção artística do exoplaneta Proxima Centauri b. (Créditos: NASA).
Já o exoplaneta com maior ESI (Índice de Similaridade com a Terra) está localizado a 12 anos luz de nós. O planeta Teegarden b possui 1,16 vezes a massa terrestre e orbita uma estrela anã vermelha, levando 4,9 dias para completar uma órbita em torno de sua estrela. Descoberto em 2019, Teegarden b é considerado por muitos acadêmicos como o exoplaneta mais habitável já descoberto, levando em conta sua alta similaridade com nosso planeta.
Concepção artística do exoplaneta Teegarden b. (Créditos: NASA).
Apesar das intensas buscas, nenhum outro planeta até o dia de hoje confirmou a presença de algo tão precioso quanto a vida. Até então, mesmo com as incessantes buscas e pesquisas na astrobiologia, apenas o planeta que chamamos de casa obteve tal privilégio.
Referências
EMYGDIO, A. P. M. Habitabilidade em exoplanetas do tipo terrestre. 2012. 71 f. Trabalho de conclusão de curso (bacharelado – Ciências Biológicas) – Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências de Rio Claro, 2012.
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