A abertura da exposição, no Mezanino da Reitoria da UFMG, acontece no dia 01 de julho, às 17h, com a presença dos curadores indígenas da mostra
27 de junho de 2025
A exposição Mundos Indígenas foi construída originalmente no Espaço do Conhecimento UFMG, na Praça da Liberdade, e foi inaugurada em dezembro de 2019 como mostra temporária no 2º andar do museu. Fechada durante o distanciamento social da pandemia de covid-19, foi reaberta em 2021 e permaneceu em cartaz até setembro de 2023. Diante da potência epistêmica, política e pedagógica experimentada na exposição, a Pró-reitoria de Cultura da Universidade Federal de Minas Gerais planeja a sua itinerância, possibilitando a continuidade de seus desdobramentos.
Com a primeira itinerância sendo realizada no mezanino da Reitoria, a exposição desloca-se do museu no centro da cidade para o campus Pampulha da UFMG. A partir desta remontagem, por meio do projeto de extensão Mundos Indígenas: projeto para um programa contínuo na UFMG e da Procult, com recursos advindos da Emenda Parlamentar Célia Xakriabá, a exposição propõe envolver os estudantes e pesquisadores indígenas da UFMG e convidar ao diálogo a comunidade acadêmica em todas as suas unidades e cursos.
Vivem hoje no Brasil 305 povos indígenas que falam 274 línguas diferentes. A população indígena brasileira é de 1,7 milhão de pessoas, sendo 914.746 moradoras das cidades e 780.090 de aldeias e áreas rurais espalhadas de Norte a Sul do país (segundo o IBGE Censo 2022). Dessa rica diversidade de territórios socioambientais, a exposição tem a curadoria de cinco povos, convidados pela UFMG por possuírem mais de 25 anos de presença na UFMG como professores, alunos e pesquisadores, na Faculdade de Educação e na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas.
Apresentação:
Nesta exposição, curadoras e curadores indígenas de cinco povos – Yanomami, Ye’kwana, Xakriabá, Tikmun’un (Maxakali) e Pataxoop – nos convidam a conhecer seus mundos. Mundos que criam e envolvem existências humanas e outras – como plantas, animais e espíritos – com quem convivem efetivamente. Em comum, mostram respeito e amor à Terra.
Aceitar o convite para compreender realidades indígenas depende de uma disposição sensível para experienciar seus mundos sem traduzir ou comparar com a nossa realidade conhecida. Seguindo a condução das curadoras e dos curadores indígenas, aprendemos a interagir com a diferença, aceitando o desafio de entender seus mundos em seus próprios termos.
A noção de mundo tem vários significados. No sentido mais amplo, abarca a dimensão concreta de toda a existência, como a noção de universo significa. Dentro desse universo de seres, objetos e relações, há mundos singulares, organizados em torno de interações específicas. Ou seja, o que entendemos como “grande mundo” contém mundos menores. Mas há outras possibilidades de entender a existência.
A pluralidade de mundos indígenas – como os apresentados na exposição – nos mostra a possibilidade de outros englobamentos totais, ou a existência de universos, no plural. Os mundos indígenas se baseiam em premissas diferentes das que adotamos para definir o que existe. Cada mundo indígena é mostrado a partir de um conceito proposto pelas curadoras e pelos curadores:
në ropë, weichö, corpo-território, yãy hã miy e hãm’kuna’ã xeka.
Com os mundos indígenas, podemos aprender a coexistir, a interagir com respeito e cuidado. Aprender que existem outros mundos.
Datas e local:
De 02 de julho a 15 de dezembro de 2025
Mezanino da Reitoria da UFMG
Campus Pampulha
Abertura:
01 de julho, às 17h
Com a presença dos curadores e articulada com a programação de outros projetos de extensão que envolvem os povos Yanomami e os Ye’kwana.
Curadoria:
Davi Kopenawa e Joseca Yanomami
Júlio Magalhães Ye’kwana e Viviane Rocha Ye’kwana
Vicente Xakriabá (in memoriam), Edvaldo Xakriabá e Célia Xakriabá
Isael Maxakali e Sueli Maxakali
Kanatyo Pataxoop e Liça Pataxoop
Coordenadoras da exposição:
Deborah Lima, Ana Maria R. Gomes e Mariana de Oliveira
Espaço do Conhecimento, 2019
Coordenadores da exposição:
Ana Maria R. Gomes, Paulo Maia e Renata Marquez
Mezanino da Reitoria, 2025
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