O que são as concepções artísticas?
Planetas roxos, chuvas de metal e estrelas “se beijando”: as concepções artísticas que expandem nosso olhar sobre o Universo.
08 de abril de 2025
Por João Victor Lima Evangelista,
estagiário no Núcleo de Astronomia do Espaço do Conhecimento UFMG
Desde os tempos antigos, a humanidade produz desenhos para representar os objetos que enxergam em seu cotidiano, inclusive no céu. Com o avanço da tecnologia, começamos a registrar em fotografia os objetos mais próximos de nós, como os planetas do Sistema Solar. Mas e os objetos distantes? Tão distantes que só conseguimos captar seus sinais — sem jamais poder enxergá-los diretamente?
Em um dos últimos textos do Blog do Espaço!, conversamos um pouco sobre como o Universo é colorido, e como muitos objetos ganham cor a partir da sua frequência no espectro eletromagnético. Mesmo que invisíveis a olho nu, muitos desses objetos, como as nebulosas que ocupam vastas regiões no Espaço, são possíveis de serem fotografados. Agora imagine um planeta do tamanho da Terra, porém do outro lado da nossa galáxia. Como seria possível fotografar algo tão pequeno?

O gif demonstra de forma simplificada o trânsito do planeta por uma estrela, reduzindo o brilho da estrela e possibilitando sua detecção. É possível notar que planetas de tamanhos diferentes, geram diferentes resultados. (Fonte: NASA.)
Nos últimos anos, mais de 5 mil planetas orbitando outras estrelas, chamados de exoplanetas, foram detectados. Apesar do que se imagina, muitos deles não foram fotografados, mas sim identificados por diferentes técnicas de detecção. Entre as principais está o método de trânsito, que além de facilitar a identificação dos corpos astronômicos, nos fornece informações relacionadas ao planeta como tamanho, distância entre ele e sua estrela, composição da atmosfera e temperatura.
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Representação de um planeta gasoso orbitando uma estrela no aglomerado Messier 67. (Fonte: ESO/L. Calçada)
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Representação do planeta gasoso GJ 504 b, é o planeta com menor massa já detectado orbitando uma estrela parecida com o Sol. (Fonte: NASA Goddard)
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Representação do planeta HD 85512 b. Apesar da semelhança com a Terra, ele é 3 vezes mais massivo que o nosso planeta. (Fonte: ESO/M. Kornmesser/Nick Risinger)
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Representação do planeta CHRX 73 b, orbitando uma anã vermelha. (Fonte: NASA, ESA, G. Bacon)
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A ilustração mostra 55 Cancri e, um planeta duas vezes maior que a Terra. Dados do telescopio Spitzer, apontam que o planeta sofre fortes variações de temperatura. (Fonte: NASA/JPL-Caltech)
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Nessa representação vemos 55 Cancri e junto de sua estrela hospedeira. O planeta possui uma atmosfera mais densa que a da Terra e possui uma face sempre diurna e outra escura. (Fonte: NASA/JPL-Caltech)
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O exoplaneta que possuímos mais informações geoquímicas é um planeta parecido com o nosso. A grande diferença é que sua composição se assemelha em como a nossa era alguns bilhões de anos no passado. (Fonte: NASA Goddard)
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TRAPPIST-1 é um dos sistemas com mais planetas descobertos. Com um total de sete planetas parecidos com a Terra, diversas ilustrações representam este sistema. (Fonte: NASA/JPL-Caltech)
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NGTS-1b foi o primeiro exoplaneta descoberto pelo NGTS no Observatório Paranal do ESO. Um pouco maior que Júpiter e menos massivo. NGTS-1b completa uma volta ao redor de sua estrela em 2,6 dias. (Fonte: University of Warwick/Mark Garlick)
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Esta ilustração artística mostra dois exoplanetas gigantes gasosos orbitando a jovem estrela PDS 70. Esses planetas ainda estão em processo de formação e durante ele, esculpiram uma grande lacuna no disco protoplanetário. (Fonte: J. Olmsted (CTScI))
A partir desses dados, podemos criar imagens para representar esses planetas. Através de dados científicos, conseguimos demonstrar através das cores a composição da atmosfera, sua temperatura e a sua interação com a estrela. Mas seguindo o mesmo método de análise dos dados, podemos fazer representações de outros objetos, além de exoplanetas.
Podemos recriar a formação de estrelas e seus discos protoplanetários, onde planetas podem ser formados, ou mesmo interações entre estrelas. O processo de concepção de imagens ajuda a tornar visíveis dados e teorias, e muitas vezes colaborar para o progresso científico e a própria divulgação para o público.
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Esta impressão artística mostra VFTS 352 — o sistema estelar duplo mais quente e massivo até o momento, onde as duas estrelas estão em contato e compartilhando material. (Fonte: ESO/L. Calçada)
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Esta ilustração mostra uma visão noturna do exoplaneta WASP-76 b. O exoplaneta gigante ultraquente tem um lado diurno onde as temperaturas sobem acima de 2400 graus Celsius, alto o suficiente para vaporizar metais. Ventos fortes carregam vapor de ferro para o lado noturno mais frio, onde ele se condensa em gotículas de ferro. À esquerda da imagem, vemos a borda noturna do exoplaneta, onde ele faz a transição do dia para a noite. (Fonte: ESO/M. Kornmesser/L. Calçada)
Referências e Para saber mais:
https://www.nasa.gov/learning-resources/nasas-partnership-between-art-and-science-a-collaboration-to-cherish/
https://exoplanets.nasa.gov/alien-worlds/ways-to-find-a-planet/?intent=021#
https://www.jpl.nasa.gov/news/the-art-of-exoplanets/
https://science.nasa.gov/mission/webb/other-worlds/
https://science.nasa.gov/image-detail/clear-to-cloudy-hot-jupiters/
https://www.youtube.com/live/3vNfban0a3Y?si=vG9EcmfH96_kiRMv
https://www.youtube.com/live/HveKKQOyK0s?si=sKlH1MSfWrtlXra4
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Representação de um planeta gasoso orbitando uma estrela no aglomerado Messier 67. (Fonte: ESO/L. Calçada)
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Representação do planeta gasoso GJ 504 b, é o planeta com menor massa já detectado orbitando uma estrela parecida com o Sol. (Fonte: NASA Goddard)
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Representação do planeta HD 85512 b. Apesar da semelhança com a Terra, ele é 3 vezes mais massivo que o nosso planeta. (Fonte: ESO/M. Kornmesser/Nick Risinger)
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Representação do planeta CHRX 73 b, orbitando uma anã vermelha. (Fonte: NASA, ESA, G. Bacon)
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A ilustração mostra 55 Cancri e, um planeta duas vezes maior que a Terra. Dados do telescopio Spitzer, apontam que o planeta sofre fortes variações de temperatura. (Fonte: NASA/JPL-Caltech)
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Nessa representação vemos 55 Cancri e junto de sua estrela hospedeira. O planeta possui uma atmosfera mais densa que a da Terra e possui uma face sempre diurna e outra escura. (Fonte: NASA/JPL-Caltech)
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O exoplaneta que possuímos mais informações geoquímicas é um planeta parecido com o nosso. A grande diferença é que sua composição se assemelha em como a nossa era alguns bilhões de anos no passado. (Fonte: NASA Goddard)
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TRAPPIST-1 é um dos sistemas com mais planetas descobertos. Com um total de sete planetas parecidos com a Terra, diversas ilustrações representam este sistema. (Fonte: NASA/JPL-Caltech)
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NGTS-1b foi o primeiro exoplaneta descoberto pelo NGTS no Observatório Paranal do ESO. Um pouco maior que Júpiter e menos massivo. NGTS-1b completa uma volta ao redor de sua estrela em 2,6 dias. (Fonte: University of Warwick/Mark Garlick)
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Esta ilustração artística mostra dois exoplanetas gigantes gasosos orbitando a jovem estrela PDS 70. Esses planetas ainda estão em processo de formação e durante ele, esculpiram uma grande lacuna no disco protoplanetário. (Fonte: J. Olmsted (CTScI))