Festival 2016

Territórios culturais de trânsito

artes visuais . tradições . filosofias . performances . teatros . ciências . danças . artes audiovisuais

A temática desta edição prioriza o trânsito entre os sujeitos de saberes culturais ─ das artes, das tradições, das filosofias e das ciências ─ promovendo confluências e divergências em processos de criação, mediados pelo procedimento da experimentação. Partindo de uma plataforma composta pelas artes visuais, tradições, filosofias, performances, teatros, ciências, danças e artes audiovisuais, promoveremos as relações dialógicas entre os sujeitos dos diversos territórios culturais.

Nessa temática está implícita uma inversão da ordem hierárquica do paradigma da ciência moderna, no qual a ciência é o conhecimento verdadeiro. Sob esse prisma, a ciência engloba as artes, gerando as chamadas ciências da música, ciências da dança, para citar algumas apropriações. Propomos que as artes sejam o operador estético que pode promover o trânsito entre os sujeitos de diversos saberes e ressaltar a subjetividade, a poética e a condição de criação, não somente nas artes visuais, audiovisuais, dança, música, performances e teatro, como também nas ciências, filosofias e nas tradições. Desse modo, as artes têm suas fronteiras esgarçadas para englobar ciências, filosofias e tradições, com o objetivo de direcionar nosso olhar para a arte que há em cada uma dessas produções de leituras de mundo e para reiterar que são todos esses saberes parte de territórios culturais.

É fundamental dizer que não estamos propondo uma inversão hierárquica na qual a arte substituiria a ciência moderna, afirmando-se hegemônica em relação aos demais saberes. Nesta edição o fazer-pensar artístico configura-se como operador da equação de desfazimento da ordem predominante na qual o que vale é o conhecimento instituído e fundado na ciência moderna. Artes, ciências, filosofias, manifestações das tradições constituem territórios culturais nos quais as singularidades desses saberes são mantidas, mas suas fronteiras permitem o trânsito entre seus sujeitos com vistas a diálogos inventivos. O tema do 48° Festival de Inverno da UFMG reitera a importância que damos ao fomento da relação dialógica entre os sujeitos dos distintos saberes, a partir das artes, rumo a um território epistemológico complexo.

Buscaremos, com essa temática, trazer para a cidade de Belo Horizonte ações formativas e de fruição cultural ─ compreendendo que artes, ciências, filosofias, tradições, constituem-se culturas ─ cujos sujeitos se proponham a exercitar o atravessamento entre as disciplinas e a promover o trânsito entre os saberes.