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A velhice o tempo da memria', afirma professora da Terapia Ocupacional, na abertura do Ciclo de Palestras

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016, s 14h37

Na abertura do Ciclo de Palestras do Festival de Vero 2016, na manh desta segunda-feira, 1, a professora Marcella Guimares Assis, do Departamento de Terapia Ocupacional da UFMG, falou sobre o conceito de envelhecimento em relao s ideias de tempo e memria.

Em sua palestra, Marcella Guimares logo buscou desconstruir a ideia de que o envelhecimento humano diz respeito a um especfico perodo de nossas vidas. Tambm diretora de Polticas de Extenso da UFMG, ela lembrou que o envelhecimento um processo contnuo da vida, que se inicia com a concepo e que termina com a morte.

O pblico era composto principalmente de profissionais da rea da sade, mas havia grande nmero de participantes das reas de cincias humanas e exatas, que lotaram o auditrio do Conservatrio nesta manh. Dada a heterogeneidade do pblico, a professora se preocupou em conceituar os termos abordados, como o prprio termo envelhecimento.

O envelhecimento um processo dinmico e progressivo, no qual h modificaes morfolgicas, funcionais, bioqumicas e psicolgicas, que determinam perda da capacidade de adaptao do indivduo ao ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e incidncia de processos patolgicos, disse.

Com essa preocupao didtica, que deve ser uma constante em todas as demais palestras do Festival de Vero, Marcella tratou de diferenciar a ideia de senilidade que no mbito do envelhecimento diz respeito s modificaes que se do em razo de afeces da ideia de senescncia, associada s alteraes normais pelas quais passamos, prprias mesmo ao envelhecimento. Nesse sentido, no h uma s velhice: h velhices. A gente no pode falar do perodo que vai dos 60 aos 120 anos de maneira uniforme, disse.

No entendimento da especialista, o envelhecimento depende de inmeros fatores, sendo a idade apenas um deles. Marcella Guimares lembrou que velhice tem um carter subjetivo: depende de como cada pessoa encara a vida, se ela vive s ou acompanhada, se est melhor ou pior de sade.

Essencial para a sobrevivncia Um dos principais fatores para explicar o envelhecimento e como ele ocorre a memria, que, no entendimento de Marcella Guimares, a capacidade de registrar, armazenar e evocar informaes. um processo essencial para a sobrevivncia humana. ela quem conecta o passado, o presente e o futuro, disse a professora, que tambm frisou que a lembrana, operao cognitiva to cara aos idosos, no simples rememorao. Costuma-se dizer que a pessoa idosa vive no passado. Isso um erro. Todos ns vivemos no presente. Ao rememorar, a pessoa cria, recria: restitui significado, explicou.

A velhice o tempo da memria, e a lembrana, a forma de evoc-la. A memria o tempo do trabalho, disse a pesquisadora. Por isso, importante dar voz s pessoas idosas. O que fica do passado o que significa [o presente], disse. Ao lembrar, ao evocar a memria, tenho a capacidade de projetar meu presente para o futuro por meio da minha imaginao, concluiu.

Tambm no primeiro dia do Ciclo de Palestras do Festival de Vero, o professor Sebastio de Pdua, do Departamento de Fsica, discorreu sobre O tempo na viso da fsica.

Outras quatro palestras esto programadas para amanh e quarta-feira, duas por dia, em sequncia, das 10h s 12h. As apresentaes, com entrada franca, esto sendo realizadas no miniauditrio do Conservatrio UFMG, sempre relacionadas a Tempo e memria.

O Conservatrio UFMG fica na Avenida Afonso Pena, 1.534, Centro. No necessrio fazer inscrio prvia: a participao livre, sujeita lotao do espao.

Fonte: Agência de notícias UFMG