Incluso e visibilidade do o tom de atividades na Praa da Liberdade
Realizada nesta quinta-feira, 12, a oficina Ao inclusiva instou alunos e pessoas que circulavam pela Praa da Liberdade a refletirem sobre a acessibilidade. A professora e ativista Liliane Arouca, que teve esclerose mltipla e cadeirante h quase dez anos, destacou a falta de representatividade dos deficientes na mdia e a importncia de inclu-los na esfera pblica.
Precisamos sair da invisibilidade. Por isso, a necessidade de discutir os acessos dos espaos, j que muitas vezes o dito acessvel no de fato acessvel para alguns deficientes. Ento preciso que engenheiros e arquitetos construam esses locais orientados por quem vai utiliz-los, defendeu Liliane.
Em uma das atividades da oficina, os participantes realizaram uma interveno no entorno do Espao do Conhecimento [foto de Silvia Dalben/divulgao]. Quatro cadeiras de rodas foram disponibilizadas, e as pessoas foram estimuladas a viver a experincia de se valerem delas para se deslocar. Nesse passeio, os participantes se revezaram e fixaram adesivos nos locais onde havia dificuldade de locomoo para deficientes motores e visuais.
A estudante de artes visuais Ingrid S Lee andou com a cadeira e conduziu outra aluna. Sou deficiente auditiva, e meu irmo autista. Por isso, depois que eu terminar o bacharelado, pretendo fazer licenciatura para trabalhar a incluso nas escolas, sejam elas especiais ou no.
A oficina tambm teve a participao da cadeirante Luprcia, com sua me Maria Jos, e de Liliane, que surda. Maria Jos falou sobre a dificuldade enfrentada para que sua filha estudasse. Fomos caminhando aos poucos. Primeiro, ela foi para uma escola especial e depois para uma regular. Na regular, tivemos muito trabalho, mas com o tempo fizeram rampas para acesso e adaptao dos banheiros. Algumas coisas j melhoraram, mas ainda falta muito.
Itinerrios acessveis Liliane tambm participou de outra atividade sobre acessibilidade, mas como aluna. Na oficina Este museu acessvel?, ministrada por Gabriel Cndido Carneiro, estudante de Museologia, a proposta foi conhecer alguns museus do Circuito Cultural Praa da Liberdade, observando as principais deficincias desses espaos no que diz respeito acessibilidade.
Estamos propondo um itinerrio acessvel. Chegamos a uma ideia de exposio, escolhemos uma coleo de mineralogia, preparamos os materiais em braile e libras e gerenciamos as montagens das mdias que vo receber o acervo. Amanh, [sexta-feira, 13] teremos uma exposio acessvel completamente montada, conta Gabriel Carneiro, acrescentando que a principal dificuldade que os museus valem-se muito do sentido da viso em suas exposies, explorando menos o olfato, o paladar, o tato e a audio.
Histrias bordadas Aristeu mora no bairro Nacional e plantou trs palmeiras na praa. Ana limpa o coreto. Varre a praa. Vem l de Ibirit. Tenho quatro filhos que so a minha vida. Flvio, mais conhecido como Casco. Vinte e cinco anos que moro na praa dormindo no Coreto. A vida uma caixinha de surpresas. Essas e outras histrias de moradores de rua e profissionais que atuam na manuteno da cidade foram bordadas em uma toalha, durante os trs dias da oficina Descobrindo e costurando relaes na Praa da Liberdade.
Ministrada pela artista plstica e educadora Thereza Portes, a atividade agregou novos participantes a cada dia. A aposentada Maria do Carmo acabou se interessando pelo exerccio que era realizado ao lado do ponto de nibus. Fui devolver alguns livros na biblioteca, passei pela toalha e perguntei o que era. H muitos anos que no bordo e decidi ficar, relatou.
Para finalizar a atividade, uma mesa de caf foi oferecida a pessoas que trabalham e transitam pela regio e quase nunca so notadas. Confraternizaram professores, participantes das outras oficinas e aqueles que tiveram suas histrias narradas na toalha. Seu Aristeu e seu Ado, que tambm ajudou a plantar as palmeiras, foram praa s para o evento, orgulhosos de seus nomes bordados. Trabalho aqui tem 25 anos. Vim para tomar um caf, comer um biscoito. Est uma delcia, elogiou Ado.
Silvia Dalben/divulgao Trabalhadores da regio se confraternizaram em torno de uma mesa de caf montada na rua
Fonte: Agência de notícias UFMG

