Cultura, Memória e Democracia: ação cultural na universidade nas décadas de 1960 a 1980

Memória não é só seleção de reminiscências, mas, principalmente, negociação que concilia, ou não, o coletivo e o individual. Nessa trama, importa integrar nesse rememorar a memória dos excluídos, dos marginalizados, das minorias. O silêncio sobre o passado pode tanto levar ao esquecimento quanto à resistência dos discursos oficiais. Nesse caso, recuperar registros memoriais que podem nos inspirar a realizar ações no presente é um processo de retomada do que foi e continua sendo parte de nossa vida.

Se a memória precisa “esquecer para não se sobrecarregar”, sendo, portanto, “um processo natural e necessário para o funcionamento da memória” (IZQUIERDO, 2002; 2004), quais são nossas estratégias e nossos processos possíveis, na contemporaneidade, para recuperar e atualizar as memórias da Cultura na UFMG, para que essas não caiam no esquecimento?

O 17º Festival de Verão da UFMG está composto por conversas, oficinas, projeção de filmes com sessões comentadas e apresentações que trazem à tona reminiscências de ações culturais da UFMG que ocorreram nas décadas de 1960, 1970 e 1980, anos de ditadura no Brasil, mas também de grande efervescência cultural na UFMG. Com a intenção de atualizar essas memórias e produzir novas memórias do presente que possam compor a história da Cultura na UFMG, o Festival propõe um ambiente de encontros, diálogos, compartilhamento de experiências sensíveis a partir de registros do passado e do presente.