A Academia Brasileira de Letras realiza nesta quinta-feira, dia 23, solenidade de entrega de seus prêmios literários para o ano de 2009 no Salão do Petit Trianon, Rio de Janeiro, a partir das 17h30. Serão distribuídos R$ 450 mil em oito modalidades de prêmios. Rafael Conde, cineasta e professor da Escola de Belas-Artes da UFMG é vencedor da categoria Prêmio Roteiros de Cinema 2009, pelo roteiro do filme Fronteira, baseado no romance homônimo de Cornélio Penna. Conde também é responsável também pela direção do filme. Ele receberá prêmio no valor de R$ 50 mil. O professor da UFMG é o primeiro cineasta mineiro ganhador do ABL de Cinema, premiação criada em 2006, a partir da proposta do acadêmico Nelson Pereira dos Santos, destinada a roteiro cinematográfico adaptado de obra literária. A comissão julgadora do prêmio em 2009 foi integrada por Nelson Pereira dos Santos, Carlos Heitor Cony e Luiz Paulo Horta. De acordo com a Academia Brasileira de Letras, dentre dez candidatos inscritos, Rafael Conde recebeu o prêmio por reproduzir traços da mineiridade presentes no romance homônimo de Comélio Penna, inovando a linguagem cinematográfica. Fronteira, que retrata os mistérios e subjetividades das fazendas do interior mineiro, é uma adaptação do primeiro livro de Cornélio Penna (1896-1958), escritor nascido no Rio de Janeiro, que viveu sua infância em Itabira. Paixão e fé O clima de mistério foi favorecido pela névoa que constantemente cobre a cidade de Conselheiro Lafaiete, onde foi feita a maior parte das filmagens. A equipe passou cinco semanas num casarão de 40 cômodos, na Fazenda Água Limpa. Paisagens de Ouro Preto, Ouro Branco e Catas Altas também estão presentes no filme. Leia mais sobre o filme em duas matérias publicadas pelo Boletim UFMG. Uma em 2006 e a outra no ano passado.
O filme Fronteira retrata a história da jovem Maria Santa (Débora Gomez), tida como milagreira, que tem sua vida perturbada pela intensa paixão por um viajante (Alexandre Cioletti) e pela chegada de Tia Emiliana (Berta Zemel), interessada em administrar sua fama. A história corre segundo a lógica descontínua dos sonhos, deixa segredos intocados e não define limites entre realidade e imaginação, sanidade e loucura.