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Critérios de avaliação científica são debatidos em palestra de encerramento do 1º Ciclo de Formação de Editores

sexta, 01 de julho de 2016, às 12:10

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COM LEGENDA CLARICE

Na última terça-feira, 28, foi realizada a palestra “Fator de impacto: desafios contemporâneos”, atividade de encerramento do 1° Ciclo de Formação de Editores, evento promovido pelo Portal de Periódicos da UFMG e pela Pró-Reitoria de Pesquisa (PRPq/UFMG). Ministrada por Maria Clarice Batista, bibliotecária do Setor de apoio do Portal de Periódicos da Capes da Biblioteca Universitária da UFMG, e Sérgio Cirino, Diretor de Produção Científica (PRPq/UFMG), a palestra contou com a participação de professores(as), técnicos-administrativos e estudantes de graduação e pós-graduação de diferentes áreas de atuação e instituições.

Maria Clarice Batista apresentou breve histórico da criação dos diferentes estudos métricos da informação científica desde o final do século XIX, como a infometria, a cientometria, a webometria, a patentometria e a bibliometria. Dentre estes, foi destacado o Fator de Impacto (FI), índice bibliométrico criado em meados da década de 1950 por Eugene Garfield como critério de seleção de periódicos para indexação no Science Citation Index (SCI). É nesse contexto que a ciência se institui enquanto fator predominante de desenvolvimento social e como atividade econômica.

Segundo a palestrante, o Fator de Impacto é uma das formas utilizadas para a avaliação e a mensuração da produção científica. Diferentemente da avaliação pelos pares, que examina a qualidade do conteúdo antes da sua publicação, o FI é responsável por medir a produção de autores(as) e publicações científicas, bem como avaliar a qualidade e o interesse dessas produções. Foram apresentados o Fator de Impacto SJR (SCImago Journal Rank), da SCOPUS, e o JCR (Journal Citation Reports), do ISI (Institute for Scientific Information), e os índices bibliométricos Google Scholar Metrics e SciELO Analytics. Diante desse panorama, Maria Clarice Batista analisou como o Fator de Impacto influi de forma significativa tanto no mercado editorial quando na produtividade acadêmica e na ética das publicações.

COM LEGENDA SERGIO 2

Sérgio Cirino abordou o cenário da produção científica brasileira, com destaque para o sistema de avaliação Qualis Capes. Criado em 1998 para classificar a produção científica dos programas de pós-graduação no que se refere aos artigos publicados em periódicos científicos, o Qualis Capes tornou-se um “selo” de qualidade das publicações científicas. Nesse sistema, um periódico só é avaliado e classificado em um dos estratos (A1, A2, B1, BA, B3, B4 ou C) a partir da avaliação da produção de professores(as) de pós-graduação que tenham publicado no periódico em questão. Para a elaboração do Qualis, há os critérios gerais, que correspondem à quantidade de publicações científicas em cada estrato, e os critérios específicos, determinados pelos documentos de área da CAPES que estabelecem parâmetros de avaliação para cada área do conhecimento.

Além disso, o palestrante apresentou algumas das distorções que podem ser geradas pela metodologia Qualis, como uma valorização extrema da publicação de artigos científicos em detrimento da formação de mestres e doutores, bem como um incentivo ao aumento estritamente quantitativo da produção, prejudicando, assim, o fortalecimento da qualidade da produção científica nacional. Sérgio Cirino destacou, ainda, a necessidade de uma posição crítica e engajada frente às normas e aos critérios estabelecidos de avaliação da produção científica, sejam eles nacionais ou internacionais. “Nós temos aqui no Brasil uma ciência de excelente qualidade. Pensemos, então, em criar nossos próprios critérios que poderão servir como parâmetro para modelos a nível internacional”, complementou Cirino.

A palestra contou com transmissão via live stream pelo facebook, confira! Nos acompanhe, também, pelo twitter.