“O Fórum da Mulher fez a gente acreditar”

Por Polo Jequitinhonha em

8ª Edição do evento abordará juventude, tecnologia e questão quilombola.


Empoderamento. Mulheres discutem unificação de lutas. Foto: Marina Belardo.

Fortalecer a voz e a atuação femininas com vistas à  emancipação social e à cidadania plena. Esses são alguns dos objetivos do Fórum da Mulher, encontro que acontece no Vale do Jequitinhonha há quase uma década. Além da troca de experiências e informações, por meio de debates, mesas redondas e palestras, a iniciativa também envolve as participantes em um intercâmbio de saberes populares e acadêmicos, dos quais elas extraem conhecimento e consciência para batalharem por seus direitos.

Em 2019, o município de Berilo recebe a 8ª edição do Fórum da Mulher do Jequitinhonha, que acontece nos dias 23 e 24 de agosto. A cidade está localizada no Médio Vale, a aproximadamente 600 km da capital mineira. Um dos principais eixos de discussão desta edição será sobre os “Direitos e a situação da mulher no Quilombo”. Berilo é o município mineiro com o maior número de comunidades quilombolas, que são grupos étnicos, predominantemente constituídos de população negra rural ou urbana, descendentes de escravos. 

Participante de cinco das sete edições, Maria Joana Rodrigues Trindade conta que o Fórum faz as mulheres acreditarem que as dificuldades podem ser vencidas junto com outras mulheres, pois elas “têm o poder de fazer acontecer”. Para ela, o evento tira participantes da zona de conforto e abriu espaço para elas ganharem conhecimento e terem oportunidades. “Bom seria se todas as mulheres pudessem participar do Fórum para elas entenderem que podem tirar seu próprio sustento, não importa qual seja seu trabalho”, conta a artesã. 


Luta. Passeata do último Fórum, em Diamantina. Foto: Bárbara Ribeiro.

Vereadora de Chapada do Norte, de 2013 a 2016, Adriane Coelho considera que um dos principais frutos do Fórum é a Rede de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher. Iniciado em Araçuaí, o projeto envolve uma articulação de diferentes grupos, como o Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS) e o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG). Esse assunto aparece em todas as edições do evento e será tema de uma das mesas redondas deste ano, a qual contará com a presença de membros da rede e da delegada Dra. Kíria Silva Orlandi, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher de Diamantina.

Histórico

Iniciado em 2011, o Fórum da Mulher do Jequitinhonha vem acontecendo a cada ano em uma cidade diferente do Vale. No primeiro ano, ele foi impulsionado por demanda das cidadãs, apoiadas pela UFMG, por intermédio do Programa Polo Jequitinhonha e do Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre a Mulher (NEPEM). Naquela vez, o cenário foi a cidade de Jequitinhonha. O evento se viu marcado pela construção coletiva da “Carta Aberta das Demandas das Mulheres do Vale do Jequitinhonha”, que tornou pública à população e aos organismos estatais e não-estatais as reflexões e proposições realizadas e debatidas no primeiro Fórum. 

Além de conduzir os debates das edições posteriores, o documento, ao elencar ações em resposta aos problemas existentes, também auxilia o poder público. E é por isso que se deve compreender tal reunião como um espaço de debate, reflexão e denúncia dos temas que impactam as vidas das mulheres do Jequi.

 Ademais, é um lugar de grande importância por ser um ambiente de auto-percepção e que, ao mesmo tempo, possibilita a reflexão conjunta. As mulheres têm muito a dizer sobre suas experiências e potencialidades e sobre as possibilidades de articulação destas vivências e especificidades com políticas públicas existentes e que poderão ser desenvolvidas em seus municípios, no estado e no país.

Para mais informações:

Evento: VIII Fórum da Mulher do Jequitinhonha – 2019

Data: 23 e 24 de agosto

Local: Ginásio Poliesportivo de Berilo

Contato: polojequitinhonhaufmg@gmail.com

Mais informações: www.ufmg.br/polojequitinhonha


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