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Pesquisa identifica fatores que afetam desenvolvimento infantil

06/07/2012

Pesquisa com mais de 700 crianças revela que quase metade (48%) está exposta a condições de risco para atraso no desenvolvimento, como convivência com pessoas agressivas e problemas na gestação

Complicações durante a gestação e problemas emocionais na família são condições de risco para atraso no desenvolvimento comumente encontradas na população. É o que aponta pesquisa realizada com 727 crianças, na faixa etária de dois meses a dois anos, moradoras das áreas de abrangência das Unidades Básicas de Saúde São Marcos, São Bernardo e Santa Mônica, que sediaram atividades do Programa de Educação pelo Trabalho em Saúde da UFMG (PET-Saúde) entre 2009 e 2012.

 “Crianças estão expostas a grande diversidade de condições de risco”, afirma Jaciara Lagazeta Garcia, autora do estudo, realizado sob orientação da professora Claudia Regina Lindgren Alves, coordenadora do PET-Saúde. A pesquisa constatou que 11% das crianças convivem com pessoas que utilizam álcool e drogas, 15% convivem com pessoas com problemas emocionais e 12,3% convivem com pessoas agressivas em casa. Além disso, cerca de 24% das mães tiveram problemas durante a gestação, como hipertensão e quadros infecciosos.

 

Jaciara Jagazeta defendendo dissertação sobre desenvolvimento infantil

Um dado considerado surpreendente no estudo foi a ausência da influência da escolaridade e da idade das mães (9,5% delas eram adolescentes) ou da utilização de creches (92% das crianças não frequentavam instituições de ensino infantil). “O problema não é a mãe ser adolescente, e sim ter algum problema externo atrapalhando sua ligação com a criança”, frisa a professora Stela Maris Aguiar Lemos, coorientadora do trabalho.

A opinião materna foi outro aspecto importante nas avaliações de desenvolvimento neuropsicomotor. Entre as mães, 6,2% consideravam que os filhos apresentavam problemas, e nestes casos, a ocorrência de atrasos foi seis vezes maior em relação a quando elas percebiam uma normalidade.

Os resultados da pesquisa foram apresentados aos familiares das crianças, que em seguida receberam orientação sobre como proceder de acordo com a classificação dos filhos: provável atraso (18%), possível atraso (10%), normal com fatores de risco (48%) e normal (24%).

Aluna da Medicina UFMG em pesquisa com as crianças

 Avaliação Padronizada

O instrumento usado para avaliar o desenvolvimento neuropsicomotor das crianças foi um protocolo baseado no Manual de Vigilância do Desenvolvimento Infantil/Atenção Integrada em Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI), elaborado pela Organização Panamericana de Saúde (Opas). A ferramenta foi considerada pertinente e passível de ser utilizada no contexto da atenção primária à saúde, mas ainda precisa passar pelo processo de validação.

De acordo com Jaciara Garcia, a avaliação sistematizada e a conduta padronizada na atenção primária à saúde são fundamentais para detecção das condições de risco, classificação do desenvolvimento da criança, e definição das condutas a serem seguidas pela equipe. Segundo ela, é justamente a falta de padronização no acompanhamento do desenvolvimento infantil que resulta em diagnósticos tardios.

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