(Foto em destaque. Raíssa César / UFMG)

Em outros anos, a avenida Mendes Pimentel, a principal do campus Pampulha, costumava ficar vazia em julho. No entanto, o primeiro dia de atividades da 69ª Reunião Anual da SBPC trouxe uma movimentação atípica, em pleno período de férias na Universidade.

Em frente ao Caminhão da Ciência da Fundação Ezequiel Dias, estacionado na via, chama a atenção um varal com colares de penas pendurados, acima de um tapete estendido com vários outros objetos indígenas. Uma avó estimula os dois netos a manusear um chocalho e a bater os pés de forma ritmada.

A professora aposentada Maria das Graças Bregunci mostra adereços indígenas aos netos. Foto: Alessandra Ribeiro / UFMG

Enquanto isso, o expositor Txaywã Pataxó, aluno da licenciatura intercultural indígena da UFMG, observa, atento. “É muito importante a gente participar, como aluno e também como indígena, para mostrar um pouco de nossa realidade, socializar esses conhecimentos e se aproximar, fazer essa interculturalidade”, disse.

A avó das crianças, Maria das Graças Bregunci, disse que sempre estimulou o acesso à cultura, à ciência e à pesquisa. “É muito didático, desperta o espírito investigativo, a curiosidade”, enfatizou. Para Shirley Bregunci, mãe dos meninos Marco, 4, e Enzo, 7, um dia é pouco para ver tanta coisa. “Hoje nós conseguimos ver só uma parte da Tenda Jovem”, contou, referindo-se ao espaço que reúne mais de 30 atividades interativas direcionadas principalmente para o público infantil e adolescente.

Estudante de Direito Lucas Fernandes observa o estande Ilha da Ciência. Foto: Raíssa César

No interior da tenda, as atrações também despertam interesse dos adultos. No estande do Laboratório de Divulgação Científica Ilha da Ciência, da Universidade Federal do Maranhão, um rapaz observa as explicações sobre o funcionamento de instrumentos que ilustram as leis da física. De longe, parecia um pesquisador da área a trocar ideias com os expositores. Na verdade, era o estudante de Direito da UFMG Lucas Mesquista Fernandes, também maranhense, que resolveu se deslocar da Unidade, localizada na região central de Belo Horizonte, só para visitar “a SBPC”.

“Quando eu estudei Física para o Enem, comecei a ver alguns experimentos, interessei-me bastante pela área, apesar de ter escolhido um curso totalmente ‘averso’ à área da Física. Lá no nordeste, na minha terra, eu nunca tive uma oportunidade como essa. Então, quando apareceu, eu quis vir”, disse. Para quem também não quer perder a chance, as atividades continuam até sábado, 22, no campus Pampulha.